Quando estava prestes a responder, ouvi o choro de Seth sair da babá eletrônica tão alto que cheguei a me assustar. Ri do acontecido. Parecia que o moleque sabia a hora certa de acordar e berrar.

— Acho que o garoto já respondeu por mim, cara... — Ri do ódio que ele deveria estar sentindo de ser verdade o que ele queria que não passasse de um mal-entendido — Tenho que desligar, preciso cuidar do meu filho.

— Scott! Porra Scott... — Desliguei.

    Ele não podia simplesmente me substituir só porque eu tinha um bebê para cuidar agora. Eu sou o protagonista da série... Sem mim, nada daquilo faz sentido. Não me preocupei com suas ameaças e dei atenção ao que realmente era importante.

    Levantei e fui ao encontro do bebê no quarto ao lado. Estava saindo para o corredor quando ouvi seu chorinho cessar aos poucos. Entrei no quarto preocupado e dei de cara com minha mãe segurando Seth carinhosamente em seu colo, sorrindo boba.

— Ele só queria atenção. — Ela disse sorridente, ajeitando o pequeno bebê em seu colo — Tão lindo... Quase idêntico a você quando nasceu! Como pode?!

— Que bom que está aqui, mamãe! — Falei contente indo abraçá-la, depois de meses sem vê-la.

— Saudades, querido! — Ela depositou um beijo em minha bochecha — Seu pai pediu desculpas por não poder vir... Está tão ocupado com a empresa!

— Não se preocupe, mãe... Ele vai ter muito tempo pra ver e babar esse molequinho aí! — Vi o pequeno abrir um sorriso banguela quando mexi com ele — Ah... Aliás, o nome dele é Seth. 

— Nome bonito... — Ela ficou balançando o bebê enquanto ele a encarava atento — Pelo menos em escolher o nome aquela sem noção não é ruim.

— Nisso eu tenho que concordar... — Rimos. Ela sorriu ao ver o pequeno agarrar seu dedo indicador — Vamos tomar café, estou faminto.

(...)

 — Boa tarde, e-eu sou a... A Johanna, eu... eu tenho um pouco de experiência... E...

    Era a penúltima candidata selecionada pela agência e eu já estava entrando em desespero total. Nenhuma delas parecia estar preparada para esse emprego, mesmo sendo as "melhores" da agência. Duas das entrevistadas diziam ser minhas fãs e não conseguiram formular duas frases sequer sem ficar gaguejando, nervosas e animadas com a minha presença. As outras duas que não permaneceram nervosas perto de mim já eram idosas. Elas pareciam um tanto frias, não demonstravam nenhum tipo de emoção ou consideração e fiquei receoso de que tratassem mal meu filho, então tive que descartá-las.

— Ai, desculpa... Tô nervosa! — A loira à minha frente me encarou rindo e enrolando uma mecha de seu cabelo em seu dedo. Ela estava tentando me seduzir?! — Eu acho que seria a opção perfeita pra cuidar do seu bebê. E se você quiser... — Ela deu uma pausa e se aproximou — Cuido de você também...

— Não, tudo bem... Sei me cuidar sozinho. — Disse, ajeitando-me na cadeira, desconfortável com a ousadia dela. A garota então continuou a me encarar com um sorriso bobo e assustador em seu rosto — Bom, acho que já ouvi o bastante. Muito obrigada. Caso seja selecionada, receberá um e-mail dizendo tudo o que precisa saber sobre o emprego, tudo bem? 

    Repeti o discurso que eu era obrigado a dar todo fim de uma entrevista e pedi para que ela se retirasse. Fiquei esperando a próxima candidata chegar. Ela tinha que ser boa, tinha que servir para o emprego. Ela era minha última chance.

Meu Presentinho de GregoWhere stories live. Discover now