CAPÍTULO 13

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Poxa bebê, por que isso ? — Murmuro enquanto me jogo sentada no sofá da sala.

— Está certinho, sua mãe merece — Collin provoca enquanto se senta ao meu lado com um sanduíche repleto de queijo.

— Deve estar delicioso — Sinto aquele cheiro maravilhoso e observo ele comer

Collin continua mastigando enquanto assiste televisão, não é possível que ele seja tão ruim a ponto de não me oferecer pelo menos um pedaço.

— Está sim uma delícia — Responde com uma expressão satisfeita.

— Hum. — Resmungo

Passo a mão pelo meu cabelo e balanço as pernas ás batendo com calma no sofá. Collin continua atento ao documentário entediante do canal, suspiro e jogo minha cabeça para trás, consecutivamente bato os pés no chão, ele continua do mesmo modo, pigarreio e cruzo os braços o olhando.

Saco! — Bufa  — Não se pode comer tranquilamente mais — Murmura.

— Por que está tão estressado ? — Pergunto inocentemente.

— Não estou estressado — Ele levanta os ombros e me entrega a metade do seu pão.

Sorrio contente para ele que continua a me olhar desconfiado.

— Que tipo de bebê tem ai dentro ? Vocês dois comem demais — Seu olhar se direciona a minha barriga.

— Do tipo da mãe, ué, comer faz bem — Dou de ombros enquanto saboreio meu sanduíche. — Ah, e obrigada, achei que não iria me oferecer nunca! — Falo enquanto mastigo os ultimos pedaços.

— Você não me deu escolha, era isso ou com toda a certeza você o roubaria de mim.

Gargalho baixo e ele sorri, nossos olhares se encontram e depois de um instante abaixo meu olhar.

— Eu queria me desculpar por seja lá o que eu aprontei ontem — Suas mãos pousam em sua nuca, percebo seu desconforto ao imaginar o que fez.

— Não foi nada! — Ele me olha aliviado. — Você quase me esmagou , mas eu posso te perdoar por isso.

Ele balança a cabeça para os lados e solta um riso.

— Fico contente de ter feito apenas isso , tirando o beijo, claro — Ele franze a testa — Prometo não tentar isso de novo — Ele pisca para mim enquanto sorri

— Ok, e nunca mais me peça para te dar banho novamente — Me levanto o deixando com o olhar perdido.

Nossa convivência tem sido confusa, em alguns momentos até esquecemos um do outro,  e no momento seguinte estamos se atacando o tempo inteiro, as vezes alguns sorrisos sinceros são trocados, mas é bem raro.

Isso me lembra quando conheci o Grego, eu tinha meu grupo de dança e precisavamos de mais um dançarino, ele foi recomendado pela Ally, uma amiga dançarina também. Ele não tem um temperamento fácil , trocávamos muitas farpas durante os ensaios, mas no fim acabamos nos identificando com nosso jeito maluco de ser, assim nos tornamos amigos e ele me trata como se fosse sua irmã, ele me xinga e se enfurece comigo as vezes, mas é apenas o jeito torto dele de se preocupar comigo.

Sinto muita falta dos meus amigos e da minha rotina, eu acordava todas as manhãs para dar aulas de balé para as crianças, e de tarde eu me juntava com o meu grupo de dança contemporânea , Ashley, Miley e eu, geralmente montamos a coreografia, mas algumas vezes o Grego e o Enzo nos davam uma força.

— Posso saber no que está pensando ? — Léo aparece em meu quarto me tirando dos meus desvaneios.

— Estou lembrando da minha vida antiga.

— Sente falta não é ? — Ele se senta ao meu lado

— Sinto — Abro um meio sorriso — Eu gostava da minha rotina agitada , sinto falta das meninas e dos meninos também

— Sente falta do Grego! — Murmura desapontado.

Empurro ele de leve e solto um riso. Seu olhar se direciona a mim e um meio sorriso se abre em seus lábios.

— Você terá mesmo que voltar ?

— Sim, eu tenho minhas alunas e meu grupo.

—Não acho que seja seguro, pode fazer mal para o bebê  — Ele acaricia minha barriga

— Eu vou tomar cuidado — Ele assente ao ouvir minhas palavras.

— Assim espero — Seu olhar se firma.

— Eu vou sentir sua falta — Encosto minha cabeça em seu ombro. — Queria poder ficar com você pra sempre — Completo com a voz manhosa

— Eu também, mas você pode voltar depois não é ? Tem direito à alguns dias. E você precisa perguntar à sua médica se isso de dar aulas é realmente seguro.

Eu amo a preocupação toda que ele tem comigo e com meu bebê, certamente será um ótimo pai quando chegar sua vez. Muito ao contrário do idiota do Jacob, eu tento me esquecer de sua atitude ao receber a notícia, eu deveria ter seguido meu pressentimento e ter evitado essa ligação. Mas já foi feito, pelo menos ele não pode dizer que não sabia, e na verdade estou aliviada em saber que minha filha ou filho, não precisará ficar perto do pai canalha.

— Você vai vê-lo ? — Me pergunta com o queixo apoiado em minha cabeça.

— Não quero vê-lo, mas acho que alguma hora vai acabar acontecendo — Suspiro — Eu me sinto tão idiota por ter me envolvido com ele, eu me entreguei feito uma adolescente ,  sempre soube que ele não valia a pena e mesmo assim me apaixonei.

Um silêncio se estabelece e percebo meu amigo se afastar um pouco me fazendo levantar.

— Você... — Ele me olha confuso — É apaixonada por aquele cara ?

Coloco as mãos no bolso da calça e me ponho em pé ficando de frente para ele.

Me sinto envergonhada de admitir, e sei que está me achando uma idiota depois dessa confissão.

— Infelizmente sou, mas vou superar isso, você vai ver — Asseguro enquanto forço um sorriso.

Léo balança a cabeça para os lados e entorta os lábios.

— O que foi ? — O olho atenta enquanto ele faz o mesmo.

— Não acedito nisso! — Murmura — Como conseguiu se apaixonar por aquele traste ? —  Percebo o desprezo ao tocar no assunto.

— Não é algo que eu possa controlar, é... — Levanto os ombros. — É triste e inacreditável, mas eu me apaixonei... — Abaixo o olhar. —Acho que inventei algo bom sobre ele e me apeguei à isso.

— Você sabe que se eu tiver a oportunidade de vê-lo, você vai estar apaixonada por um difunto, não sabe ? — Ele me olha sério.

Seguro o riso ao perceber sua pose de machão, opto por apenas assentir e me jogar em seus braços, ele retribui me apertando e beijando minha testa.

— É bom que saiba mesmo!! — Murmura. — Se depender de mim ele não chegará perto de você e do nosso bebê.

Me sinto feliz quando ele se refere ao meu filho como "nosso bebê", quando essas palavras saem da sua boca eu passo a ter certeza de que não estaremos sozinhos.

— Você é o melhor, sabia ? — O olho com carinho .

— Melhor que o Grego  ? — Ele força uma voz feminina ao pronunciar o "nome".

Gargalho alto e beijo sua bochecha.

— O melhor dos melhores!!

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Obrigada por ler❤

Cabem mais dois ? [SEM REVISÃO]Where stories live. Discover now