O que acontece em Vegas, nem sempre fica em Vegas

Capítulo 3 - Manuela

       Uma hora e dez, mais ou menos, depois de termos embarcado no aeroporto de Los Angeles, chegamos a Las Vegas.

     Chegamos pela manhã, e apesar de nunca ter ido a Vegas antes, ela não me pareceu muito diferente de qualquer outra cidade, mas Amber fazia questão de me lembrar que pela noite com todos os seus espetáculos e cassinos ela era fabulosa.

     Passamos o resto da manhã e a tarde na casa de Cindy, fazia tempo que não nos víamos, então, como a boa amiga que era, ela quis saber de tudo que havia acontecido nos últimos meses, desde que ela havia se mudado.

     Falamos sobre tudo e ela ficou super empolgada com as mudanças que não havia presenciado, só não falamos sobre Eric, o que me deixou bastante agradecida, a única coisa que estava me deixando desconfortável eram os olhares que Jhosep me lançava, ele era um bom homem e também um bom marido para Cindy e eu me perguntei o que Eric poderia ter dito a ele, para que me olhasse com tanta indiferença.

     A noite, depois de Amber e Cindy muito insistirem, coloquei um vestido vinho, que ficava bem justo ao meu corpo, um par de brincos prata e scarpans pretos, depois de fazer uma maquiagem apropriada para a noite, deixei meus longos fios loiros soltos.

     Eu não estava com a menor vontade de sair, a forma como o meu relacionamento com Eric havia acabado ainda me doía muito, mas eu sabia que devia aquilo a minhas amigas, já que fazia muito tempo desde a última vez em que nós três havíamos saído juntas.

     Cindy nos levou até a Old Las Vegas ou Downtown, onde foram construídos os primeiros hotéis e cassinos de toda a cidade, todos com um grande valor histórico. Ao chegar ali, é fácil perceber a variedade de pontos turísticos espalhados por aquela região.

     Além disso, as apostas nos cassinos dali eram muito mais baixas se comparados aos demais, o que fez com que Cindy e Amber perdessem alguns dólares:

     ― Tem certeza que não quer jogar com a gente? –Cindy se aproximou de mim no bar, enquanto eu terminava de tomar meu terceiro drink.

     ― Não, obrigada, estou bem aqui.

     Cindy pareceu me avaliar por alguns instantes, antes de continuar:

     ― Eu sei que você ainda não se sente à vontade para falar sobre o que aconteceu com o Eric, só quero que saiba que sou sua amiga e que estarei do seu lado para ajudá-la a passar por essa situação.

     ― Eu sei, mas sério, não se preocupe comigo, eu vou ficar bem.

     Naquele momento, Cindy fez a melhor coisa que poderia, me dar um abraço:

     ― Eu sei que vai, mas sabe que até lá, estou aqui para te ouvir.

     ― Obrigada.

     ― Venham meninas! –Amber gritou de uma máquina caça-níqueis, girando a maçaneta, torcendo para que três limões aparecessem.

     ― Tem certeza de que não quer jogar um pouco de dinheiro fora?

     ― Não mesmo. –Sorri.

     ― Tudo bem então, deixe eu arrancar a Amber de lá antes que ela decrete falência. –Cindy sorriu, indo em direção a Amber.

     O bar estava vazio e por alguma razão, as pessoas pareciam mais preocupadas em gastar até o seu último tostão em máquinas invencíveis, do que se embebedarem, ou talvez eu só tivesse ficado com a última opção porque estava de coração partido, pensei.