Olhei para o relógio em meu pulso e constatei que eram quinze para as quatro da manhã e eu ainda estava acordado. O bebê não parava de chorar e eu já não sabia mais o que fazer para ele dormir. Eu não preguei o olho nesses últimos dois dias tentando entender toda essa tsunami que me atingiu essa semana.
Minha vida parecia estar desmoronando aos montes e meu único alicerce era um recém-nascido que eu mal havia conhecido e descoberto ser meu filho. Eu o encarava fascinado e ao mesmo tempo, preocupado. Sempre sonhei em ser pai, mas não desse jeito... E não agora...
Oito dias para minha vida virar de ponta cabeça
Era um domingo um pouco chuvoso. O céu estava escuro e aquilo me deixava um pouco mais deprimido do que eu naturalmente já era. Tinha tomado o café há algumas horas e meu estômago já dava sinais de que estava perto do almoço. Terminei de ler os roteiros das próximas cenas da série, onde interpretava o personagem principal, e fui ver se Dona Nastácia já havia preparado algo.
O dia continuou se arrastando cansativamente enquanto eu tentava focar na minha atual leitura, um suspense policial. O meu celular começou a tocar em cima do criado-mudo e observei a tela piscar. Era minha irmã. Ela normalmente não me ligava aos fins de semana pois sempre viajava e ficava muito ocupada. Que eu saiba, ela está no Caribe agora, por que me ligaria?
— Lana? O que...
— Scott, me escuta! — Ela parecia nervosa, o que acabou me fazendo ficar preocupado.
— Meu Deus, Lana... O que houve? Você está bem? — Minha voz saiu rápida e desesperada mas logo me acalmei quando ouvi sua fofa risada ecoar do outro lado da linha. — Merda, Alana! Quer me matar do coração?
— Sempre desesperado, maninho... — Ela riu novamente — Isso faz mal.
— Não querendo parecer rude mas... Porque me ligou? — Ela ficou um momento em silêncio — Você nunca me liga fim de semana.
— Uhm... Você tá sentado? — Ri do tom de voz dela e assenti — Ehr, bom... Avanessatadevolta. — Ela falou tão rápido que transformou a frase em uma palavra sem sentido.
— Fale mais devagar, por favor. — Pedi e ela respirou fundo antes de continuar. Algo me dizia que ela estava desconfortável.
— A Vanessa está de volta, Cott. — Sua voz era baixa, mas meu coração estava nas alturas. Conseguia senti-lo nos meus ouvidos e tudo a minha volta parecia estar em câmera lenta. O celular escorregou da minha mão e caiu no chão antes que eu percebesse que não estava mais segurando o aparelho.
Me agachei e peguei o celular e... Ótimo! Com a queda a tela inteira estava quebrada e eu não conseguiria terminar de falar com minha irmã. Eu estava em choque e precisava de mais informações.
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Meu Presentinho de Grego
RomanceScott Harris tem uma vida de dar inveja. Com uma cobertura custando milhões, uma namorada tão famosa quanto ele e sua carreira de ator decolando monstruosamente rápido, o que poderia dar errado? Numa reviravolta do destino, o que parecia ser um cont...