starring role • namjin

21. dia cinco - rascunho de vida & cuddle buddies

não quero ler nenhum comentário dizendo "jin omma" ou "jin princesa" nesse capítulo e nem em qualquer outro tabo??
obg amo vocês

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— Oh, Namjoon! — Exclamou Jin no instante em que abriu a porta depois de ouvir a campainha.

O mais alto estava encolhido dentro das roupas, parte do rosto afundado em um cachecol de lã, com apenas os olhinhos puxados e o narizinho vermelho aparecendo.

Seokjin o puxou para dentro de sua casa, envolvendo o torço do mais novo com seu braço. Fechou a porta com o pé, guiando Nam rapidamente até seu quarto.

— O que foi que aconteceu com você, garoto? — Perguntou, puxando delicadamente o cachecol do outro e encarando seu rosto cansado. Suas pálpebras estavam um pouco inchadas, as olheiras tinham afundado e os lábios rachados.

Sua respiração soava mais alta que o normal por conta do nariz congestionado, com a pontinha avermelhada, assim como suas bochechas.

— Eu 'tô tão mal assim, Seokjin? — O maior, com a voz comum de quem estava gripado, brincou, exibindo um sorriso de lado.

O mais velho riu, perguntando a si mesmo como alguém poderia estar naquele estado e ainda assim fazendo piada consigo mesmo.

Sabem os céus que Seokjin não era assim. A própria ideia de agir desse jeito não fazia sentido para ele.

Kim mal era capaz de manter sua própria vida sob controle, mas o fazia, com grande esforço e sacrifício. Segurava todo o peso que era seu cotidiano nos braços, sempre prestes a deixar que tudo desabasse.

Estava constantemente perto de estragar tudo. Tentava tão arduamente manter tudo sobre controle, abrindo mão de tudo aquilo que teria se simplesmente relaxasse.

Bons momentos, por exemplo. Sorrisos sinceros, sentimentos de verdade. Uma vida social.

Talvez se Jin não abominasse mudanças tanto quanto fazia, não teria que lidar com o sentimento de estar incompleto, de não ter nada pelo o que viver.

Se não fosse tão obcecado pela ideia de precisar controlar sua vida, se talvez tentasse relaxar um pouquinho, só um pouquinho, pudesse se livrar de tudo o que o machucava tanto. Talvez aliviasse a dor de sua existência em si.

Se talvez não se esforçasse tanto pra segurar tudo nos ombros, encontraria uma passagem para longe do inferno onde estava.

Ser menos regrado era tudo o que precisava para se livrar de todos os aspectos de sua vida que detestava.

Infelizmente, no entanto, ser menos regrado era uma tarefa quase impossível para Kim Seokjin.

O moreno era um protótipo de ser humano tão incomum que era incapaz de entender a si mesmo.

Não se importava com nada, mas tentar se importar um pouco menos e relaxar um pouco mais era inimaginável. Em uma comparação metafórica altamente sem noção, poderia dizer que Seokjin era como um peixe, com um olho de cada lado da cabeça, incapaz de enxergar um meio termo.

Com um dos olhos, via um mundo cinza, silencioso, plano e pleno. Fisicamente, era onde estava, onde vivia. Com o outro olho, enxergava tudo nas mais vivas cores, tudo ao mesmo tempo, todos os sons eram ensurdecedores, tudo passava muito rápido. E era ali onde ficava em seu estado mental.

Em um quesito era nada e em outro quesito era um exagero, um extremo que ia além de qualquer limite suportável.

Encontrar o limite entre estas duas visões que tinha era muito difícil. Doloroso, até. Quando não sentia nada, quando optava por ser cinza, ouvia todas as cores gritando dentro da própria cabeça, implorando por um pouco mais de emoção na semi-vida de Seokjin.