25. abstinência

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A segunda-feira de Seokjin fez ele se sentir como se tivesse passado muito tempo alto e agora estava com a ressaca mais fodida de todas. Seu corpo parecia ter sido drenado de toda e qualquer energia que tinha.

Poderia dizer que estava na merda, mas se sentia pior que isso. Tinha há muito passado do fundo do poço, estava há seis palmos abaixo do solo, talvez até mais.

Quando andava, tinha os ombros caídos e arrastava os pés como se tivesse pesos amarrados nos tornozelos.

Ao mínimo, parecia estar andando em direção à morte, como se estivesse prestes a ser executado.

Faltava apenas um daqueles trajes de detento para que parecesse um personagem de filme condenado à morte em praça pública.

Seu cabelo estava bagunçado e tinha grande dificuldade em focalizar a visão em qualquer ponto específico.

A cada dois minutos, sentia as pálpebras se fechando involuntariamente, sentindo elas pesarem como nunca antes.

Sentia o corpo quase dormente, não prestava atenção direito no que fazia, não tinha a menor consciência se estava fazendo realmente seu trabalho ou não. Caminhava de seu escritório para outras salas sem realmente saber o que estava indo fazer, pegava umas folhas, deixava outras, lia umas palavras nelas, assinava aqui e ali, fazia anotações, mas não fazia ideia do que era nada daquilo.

Sua mente estava em um lugar completamente diferente, e nem Seokjin sabia qual era esse lugar. Não era como se estivesse sonhando com algo mágico e lindo, como se enxergasse um palácio nas nuvens atrás de um lindo arco-íris quando fechasse os olhos.

Via um nada, sua mente estava em branco e era só isso o que via quando fechava os olhos. Novamente a sensação de não saber de nada, de não querer nada. De não ter nada para querer.

Seu corpo funcionava no modo automático, e mente nem tinha mais. Dizem que é impossível não pensar em nada, mas Seokjin certamente estava quase lá.

Talvez aquela fosse ser a primeira coisa extraordinária a acontecer na vida do Kim; ser a primeira pessoa a conseguir não pensar em literalmente nada, um feito até então impossível.

Que bela conquista, não? Estar completamente vazio até da única coisa que nunca deveria nos deixar, o pensamento.

Com [quase] nada na cabeça, Seokjin voltou para casa às quatro e quarenta da tarde, não querendo ficar até tarde como fazia antes, mas ainda terminando o trabalho que tinha planejado para aquele dia, já que tinha feito tudo lentamente.

Dirigiu devagar porque o restinho de noção que lhe restava lembrou-o de tentar evitar um acidente de carro por sua falta de atenção.

Quando chegou em casa, logo pegou Hoshi, que estava deitado no tapete da sala, no colo e o levou para o quarto. Sentou-se na cama com um alto suspiro, deixando os ombros caírem e a cabeça tombar para a frente.

Não sabia que era psicológica e humanamente possível se sentir tão péssimo, tão exausto, mesmo sem ter feito nada que pedisse esforço.

Tirou os sapatos de couro de usava, arqueando a sobrancelha ao notar um furo em sua meia, bem no dedão do pé.

— Huh. — Murmurou, encarando o tecido furado como se fosse algo de outro mundo. Não tinha percebido aquilo antes.

Em seguida, se sentiu bastante idiota com a realização de que tinha se deixado entreter durante uns bons três minutos apenas com um furo em sua meia, observando-o como um cientista observava uma amostra em um microscópio.

Tirou o casaco pesado que vestia em seguida, deixando-o do outro lado da cama. Não era lá grande fã de roupas pesadas ou muito grossas, mas era um requisito para o inverno que tinha que enfrentar.

Por fim, pôde se deitar e abraçar o gato que miava baixinho, tentando se esgueirar por entre os braços do dono durante um breve minuto antes de desistir, já cansado.

— Sedentário. — Resmungou Jin para Hoshi. Se fosse uma pessoa, o felino teria dado de ombros antes de voltar a dormir, igualzinho ao Kim que o segurava.

A convivência dos dois deixava já uma parte de Seokjin refletindo-se no comportamento de Hoshi. Preguiçoso, pouco barulhento, raramente bagunceiro, limpinho e cheiroso, não era de reclamar ou fazer manha (pelo menos não em voz alta), meio rabugento e nada acostumado a contato físico.

Por essa última razão foi que o gato inicialmente rejeitou o abraço de Jin, porque estava de certa forma estranhando aquele comportamento do dono, meio assustado com aquela mudança repentina.

Seok geralmente deixava que o gato dormisse ao seu lado na cama, as vezes até sobre a sua barriga, mas nunca o abraçando.

O moreno, por sua vez, sequer tinha noção de que não costumava fazer aquilo. Foi só um instinto, uma vontade. Não parou para pensar na razão de querer ou de ter feito.

Céus, era só um abraço em seu gato, muita gente faz isso, certo?

Qual era a necessidade de parar e refletir sobre o que estava fazendo? Não era como se fosse zoofilia ou qualquer coisa fora do comum.

Por isso, Jin realmente não tirou um momento para reconhecer seus arredores, a situação em que estava.

Por isso também, não foi capaz de entender o que realmente estava querendo naquele momento.

Seokjin apenas fechou os olhos e dormiu, com Hoshi ainda em seus braços, se movendo hora ou outra procurando a posição mais confortável para ficar.

Deu maior atenção ao seu cansaço, deixando de lado qualquer pensamento que fosse ter, esquecendo-se de qualquer outra coisa que tinha para fazer. Queria apenas dormir por cinquenta horas seguidas.

Não que tivesse muito a fazer ou a pensar, mas ainda tinha uma partezinha, a última, de seu cérebro que ainda funcionava, discretamente, lá no fundo da cabeça quase-oca do homem.

Em meio à toda a sua exaustão, Jin mal foi capaz de perceber que a real razão de ter decidido ser tão carinhoso com o gato de repente era porque na verdade queria muito que aqueles pelos alaranjados e dentinhos afiados fossem na verdade um topete loiro artificial e um sorriso brilhante com covinhas adoráveis.

Não era Hoshi que queria nos braços naquele momento, era Kim Namjoon. Sentia falta dele e da luz que ele trazia, da energia que tinha e que transmitia. Sentia falta dos beijos, do calor humano em seus abraços, das coisinhas bobas que ele falava, de como lhe fazia sentir seguro, da estranha sensação de que tudo estava em seu devido lugar que os dois sentiam a cada momento que passavam juntos.

Estava morrendo de saudades de Namjoon e nem ao menos se dava conta de que era isso que estava a lhe deixar tão miserável.


aiai que meloso to meio zz que merda que foi esse capítulo ne

mas de qualquer jeito não tem nada acontecendo porque o jin, estando sentindo algo ou não, não percebe o que tá rolando dentro dele então,,,,

me desculpem pela att super curtinha :(

amo voces, anjinhos sz
não esqueçam de votar e de comentar bastante, okay? eu amo ler tudo o que vocês comentam :p

meus capitulos prontos tao acabando iiii mas eu to de ferias então vou tentar escrever mais em vez de so procrastinar me desejem sorte


¡minny out yo!

starring role • namjinOù les histoires vivent. Découvrez maintenant