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Fazia alguns dias que Ten não falava com Taeyong, mais uma vez. Fugia dele a todo custo na escola, matando algumas aulas que tinham juntos e passando os intervalos com Sicheng escondido nos jardins. Não estava fugindo por vergonha, mas por medo do tal pedido do garoto, coisa que o perturbava aonde quer que fosse. Não confiava em Taeyong, sabia que algo estava prestes a vir, e que não era algo bom. Maldita hora em que havia aceitado aquela aposta ridícula. Maldita hora em que havia ido àquela festa. Maldito Taeyong que não saia de sua vida.

- Você está bem? - perguntou Sicheng, estalando seus dedos na frente de seu rosto.

- Ai, estou! Dá pra parar com isso?

- Faz cinco minutos que eu estou te perguntando algo e você fica aí com essa cara de idiota.

- Desculpe, não é nada demais - respondeu Ten, se ajeitando na grama. - O que você quer?

- Bom, é que o pessoal do teatro vai sair pra comer hoje depois dos ensaios, e eu queria saber se eu posso ir...

Sicheng parecia nervoso ao pedir a permissão de Ten, como se tivesse certeza de que o irmão não deixaria. Era estranho para os outros verem Sicheng pedir permissão ao irmão e não aos pais, mas seus pais eram bem liberais com os filhos, e era Ten que regulava cada passo do mais novo. Então, Sicheng tinha que pedir permissão do mesmo jeito.

- Mark estará lá?

- Claro que vai! Todos vão ir! Por favor, hyung...

- Hum, ok. Pode ir - respondeu Ten, sorrindo. Sabia que Sicheng estaria bem com Mark, seu melhor amigo. - Você tem visto Yuta?

- E por quê quer saber? - replicou Sicheng.

- Curiosidade.

- Eu vi ele hoje de manhã. Estava com Taeyong, procurando por você. Taeyong - hyung parecia triste.

- Hum, que bom pra ele.

- Aish, você não tem coração.

Sicheng retornou a ler seus quadrinhos, enquanto Ten se pegava mais uma vez pensando em Taeyong. Afinal de contas, porquê se importava se ele estava triste ou não? Não era de sua conta, ele não tinha nada a ver com o garoto.

- Hum... Acho que já está na hora de voltarmos - respondeu Ten, tentando afastar os pensamentos de sua mente.

- Está mesmo ou você quer se encontrar com o Taeyong? - perguntou Sicheng, com um sorriso sapeca em seus lábios.

- Eu? Atrás de Lee Taeyong? Acho que não me conhece, meu nome é Ten. Até parece que eu iria atrás daquele idiota - respondeu Ten, se levantando. - Além do mais, minha prova de biologia começa em dez minutos.

Os irmãos saíram dos jardins da escola, contornando o prédio para poderem entrar. Os corredores estavam vazios, afinal ainda estavam no intervalo, o que para Ten era ótimo, pois não correria o risco de se encontrar com Taeyong. Sicheng logo se separou do irmão, indo se encontrar com Mark no refeitório, enquanto Ten seguiu para seu armário, a fim de pegar seus livros para estudar antes da prova que teria. Ao chegar em seu armário, foi surpreendido com um bilhete, escrito em uma folha rosa. Nem precisou abrir para saber de quem era.

"Não estranhe caso chegue em casa e eu esteja deitado em sua cama.

- TY."

Voltar para casa era a última coisa que Ten queria fazer. Não queria dar de cara com Taeyong em sua cama, aquele era o seu santuário sagrado que nenhum ser humano poderia ocupar além dele, à não ser quando tentou ser gentil com o garoto, mas acabou numa enrascada. Se ao menos tivesse Sicheng consigo, saberia que Taeyong não tentaria nada. Se soubesse não teria deixado seu irmão sair com seus amigos.

- Ten, meu amor! Onde está seu irmão? - perguntou sua madrasta, dando um beijo em sua testa.

- Ele saiu com os amigos do teatro, não sei quando volta. Hum... Por acaso tem alguém me esperando no meu quarto?

- Tem sim, um garoto chamado Taeyong, ele disse que era seu amigo.

Amigo. Claro.

- Ok, obrigada - respondeu Ten, sorrindo. - Havia esquecido que ele vinha.

Ten subiu as escadas rapidamente, fervendo de raiva. Taeyong não tinha o direito de invadir sua privacidade daquela maneira, e ele pagaria caro.

- Saia - disse Ten, ao entrar no quarto.

Taeyong não se moveu, apenas continuou deitado em sua cama, com um sorriso nos lábios.

- Então, você viu meu bilhete...

- Eu estou pedindo com educação e calma, por favor Lee Taeyong, saia da minha casa.

- Eu preciso falar com você - replicou Taeyong, agora se sentando. - Você tem que realizar o meu pedido.

- Você não está falando sério não é?

- Estou falando seríssimo, você aceitou a aposta, agora tem que pagar.

Taeyong mantinha uma expressão séria em seu rosto, coisa que Ten nunca havia presenciado em sua vida. Não queria vê-lo irritado, por isso suspirou, fechou a porta e sentou ao seu lado.

- Olha, Taeyong, vou ser sincero com você - disse Ten, encarando o garoto nos olhos. - Quando você me disse aquilo, não achei que fosse pra valer, sabe? Você sempre diz as coisas brincando, então eu pensei que era uma brincadeira...

Taeyong se aproximou de Ten, mantendo a expressão séria no rosto. O tailandês sentiu seu corpo gelar inteiro, mas algo não o deixava desviar o olhar daqueles olhos castanhos.

- Eu não brinco quando se trata de você.

Por mais incrível que podia parecer, havia sido Ten que deu início ao beijo, segurando o queixo de Taeyong e o puxando para si. Em um ato impensado, Taeyong levou suas mãos até os cabelos macios do tailandês, afundando seus dedos nos mesmos e deixando seus corpos mais próximos. Era o primeiro beijo dos dois que não havia apenas o desejo e tensão sexual, pelo contrário, estava repleto de carinho e afeto, ou até mesmo amor. Era um beijo calmo e delicioso, que fez com que Ten quase chorasse de felicidade. Amava aquele jeito carinhoso de Taeyong, aquele jeito que apenas ele próprio era capaz de presenciar.

- Ten... - sussurrou Taeyong, com os lábios ainda colados com os de Ten. - Por favor... Seja o meu namorado...

cherry bomb - lty. + tcp.Où les histoires vivent. Découvrez maintenant