s e v e n

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— Então... Foi bom?

— O quê?

— A proclamação da independência dos Estados Unidos. Estou falando do beijo seu otário.

— Ah, isso. É, foi bom. Foi ótimo.

Um longo silêncio se formou entre Ten e Taeyong, com Ten mastigando um chiclete que Taeyong havia dado, e Taeyong pensando nos lábios do tailandês. Atrás deles, Yuta e Sicheng ainda se divertiam, brincando de perseguir um ao outro em cima do pula-pula.

— Só isso? Foi ótimo? — perguntou Taeyong, olhando para Ten intensamente.

— O que você quer que eu diga? Foi a minha primeira vez fazendo b... Uma coisa daquelas — admitiu Ten, com as bochechas vermelhas.

— Jura? Não acredito!

— Pode acreditar, eu não fazia ideia do que estava fazendo, inclusive estava morrendo de medo de morder seu pau — Ten riu por conta do nervosismo, seguido por Taeyong, que deu uma risada leve e gostosa de ouvir. — Digamos que eu nunca tive oportunidade para fazer coisas assim. As consequências de afastar as pessoas é que você corre o risco de ser um eterno virgem.

— Não sei se acho isso fofo ou estranho. Nunca fui o primeiro de alguém, então não sei como reagir.

— Bom, eu estou com vergonha.

Taeyong olhou mais uma vez para Ten, que mantinha o olhar fixo em uma folha que estava em suas mãos. As bochechas do tailandês ainda estavam vermelhas, e um sorriso fraco permanecia em seus lábios. Em um ato involuntário, Taeyong se deitou no chão, apoiando a cabeça em uma das coxas de Ten, olhando diretamente para seus olhos, sorrindo.

— Sabe que comigo não precisa ter vergonha, não é? — perguntou.

— Sei... — Ten sorriu timidamente, depois suspirou. — Mas eu tenho medo de ter feito algo errado, ou sei lá, você não ter gostado...

— Ei ei, pra mim foi maravilhoso, de verdade. Diria que foi o melhor boquete que já recebi, por isso fiquei tão surpreso com isso. Sinceramente, não parecia que você nunca tinha feito.

Ten sorriu mais uma vez, e pediu para Taeyong se levantar. Então foi sua vez de deitar em seu colo, recebendo leves carícias do mesmo em seus cabelos.

— Até que você não é tão ruim assim, Lee Taeyong.

— Só descobriu isso agora docinho?

— Eu poderia muito ter te socar agora mesmo por me chamar de docinho, mas estou com preguiça demais para levantar. E seu carinho está tão bom...

— Se quiser dormir, eu não me importo.

— Não mesmo? Ok, só não abuse de mim.

— Não sou um ninfomaníaco, Ten.

Mas Ten já estava longe demais para ouvir o que Taeyong dizia.



— Ten! Acorde! Já está na hora.


— Que horas são?

— Quase sete horas.

Ten abriu os olhos levemente, dando de cara com um Taeyong quase caindo de sono. Estava encostado em uma árvore, lutando para manter os olhos abertos, e com as mãos ainda nos cabelos do tailandês.

— Você dormiu? — perguntou, bocejando.

— Logo depois de você. Yuta e Sicheng foram embora um pouco antes das três da manhã, não se preocupe, Sicheng já está em casa, Yuta não o sequestrou ainda.

— Engraçadinho.

As costas de Ten e o ombro de Taeyong poderiam até estar doloridas, mas nenhum dos dois queria levantar dali. Apesar de não admitir, Ten estava gostando da companhia de Taeyong, e ter suas mãos em seus cabelos lhe trazia uma sensação reconfortante. Ficaram mais alguns minutos deitados, observando o sol nascer entre os galhos das árvores, aproveitando a companhia um do outro.

— Quer que eu te leve até em casa? — perguntou Taeyong, enquanto Ten finalmente se levantava.

— Não precisa, eu sei o caminho.

— Certeza?

— Na verdade, não — respondeu Ten, rindo em seguida. — Ontem eu tive que pedir informação para umas cinco pessoas. Nunca estive nesses bairros chiques.

— Então está feito. Eu levo você.

Taeyong e Ten saíram da grande mansão de Seo Johnny, tomando cuidado para não pisar nos vários corpos adormecidos que estavam no jardim, misturados com garrafas de bebidas e outros lixos. Durante o caminho, Taeyong parou em uma cafeteria para comprar um pequeno café da manhã para os dois, dois cafés grandes e dois bolinhos, que foram comendo enquanto conversavam no metrô vazio. Já era quase oito horas quando chegaram a casa de Ten, e parecia que o café não havia tido nenhum efeito, pois estavam mais cansados do que nunca.

— Hum... Taeyong? — chamou Ten.

— O quê?

— Não quer entrar e descansar um pouco? É o mínimo que eu posso fazer depois de você me acompanhar.

Taeyong encarou Ten por alguns segundos, depois deu um largo sorriso, concordando com a cabeça.

— Claro, por quê não?

Ao entrarem, foram envolvidos pelo cheiro maravilhoso do café da manhã que vinha da cozinha. Àquela hora, sua madrasta já estava mais do que acordada, mas Ten resolveu não incomodá-la com a sua chegada, e então subiu direto para seu quarto com Taeyong. Antes de entrarem, Ten deu uma pequena olhada em Sicheng, que dormia tranquilamente em seu quarto.

— Eu não te disse? Yuta é um amor quando quer.

Taeyong se jogou na cama de Ten quando entrou em seu quarto, abraçando os travesseiros fofinhos e mais uma vez fazendo expressões que colocavam em dúvida os sentimentos de Ten para com ele.

— Pode dormir a vontade — disse Ten. — Os cobertores estão no armário, na segunda porta.

— Não quer dormir comigo? — perguntou Taeyong, a voz abafada pelos travesseiros.

Ten ponderou a oferta, olhando para a cama e para Taeyong, por mais que não queria seu corpo pedia por um descanso, e por fim acabou se jogando na cama ao lado de Taeyong, rindo. Os dois se ajeitaram na cama aos risos, e Ten arriscou a beijar os lábios de Taeyong brevemente, o que fez o outro sorrir de surpresa.

— Bom dia, Taeyong. Até depois.

— Bom dia, Ten. Até depois...

cherry bomb - lty. + tcp.Where stories live. Discover now