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— Mas que porra Taeyong! Me solta! — gritou Ten no meio da multidão.

— Eu sabia que você não ia resistir, como fez naquele dia.

— Eu só estou aqui pra procurar meu irmão! Agora, me solta.

Taeyong sorriu maliciosamente e soltou Ten, porém assim que o mesmo começou a andar o garoto passou a segui-lo, mantendo seus corpos próximos. Ten tentou ao máximo não perder a cabeça e espancar Taeyong ali mesmo.

Depois dos beijos em frente a sua casa, Ten não falou mais com Taeyong, apesar da insistência do garoto. O ignorou de todas as maneiras possíveis, pensando que assim ele o deixaria em paz. Para sua infelicidade, Taeyong era tão teimoso quanto ele, e não desistiu de testar sua paciência. Ele era perigoso, extremamente perigoso, como uma bomba. Uma bomba de cereja.

Ten ainda não sabia se aquilo era uma coisa boa.

— Então me diga, o que seu irmãozinho está fazendo aqui sozinho? — perguntou Taeyong próximo ao ouvido de Ten, para o mesmo poder escutá-lo.

— É isso que quero descobrir, e fale longe de mim. Sinto o cheiro de vodca no seu hálito a quilômetros de distância.

— Pois saiba que eu sei onde ele está. E ele não está no segundo andar.

— Sabe? Onde ele está então? — perguntou Ten, se virando para Taeyong.

— Mas, só digo se me der um beijo.

— Para com essa porra, Taeyong. Diga logo.

— Já falei, só digo se a sua boquinha encostar na minha. Se não, vai passar a noite procurando.

— Então é melhor aproveitar a festa e parar de me seguir, pois vou continuar procurando.

Ten se virou e começou a subir as escadas que davam para o segundo andar. No meio da escadaria, resolveu olhar para trás e viu que Taeyong não o acompanhava. Sorriu aliviado, havia ganho finalmente.

— Procurando por mim, docinho?

Ten soltou um grito e quase errou o degrau. Taeyong estava do seu lado, com as mãos atrás do corpo e sorrindo gentilmente. Assustador, porém fofo.

— Você me assusta as vezes.

— E você gosta disso.

Ten revirou os olhos e voltou a subir as escadas, dessa vez com Taeyong ao seu lado. O segundo andar da casa estava um pouco mais silencioso, pois era onde ficavam os quartos, e Ten teve que admitir estar com medo de encontrar Sicheng em um deles com Yuta. Seria uma cena nojenta que o atormentaria para o resto de sua vida.

— Você vai perder seu tempo, ele não está aí — disse Taeyong casualmente.

— Cale a boca. Se não vai ajudar, fique com essa porra de boca fechada.

— Mas eu estou te ajudando! Estou dizendo que ele não está aqui!

— Não confio em você.

— Pois deveria.

De porta em porta, a dupla foi abrindo os quartos, dando de cara com eles brutalmente vazios. No último quarto, Ten ouviu o barulho de uma cama rangendo, e rezou para que não fosse Sicheng. Estava com medo de abrir, mas precisava. Precisava achar Sicheng para dar o fora dali o mais rápido possível.

— Sério que você vai atrapalhar a foda de alguém? Isso não se faz — sussurrou Taeyong.

— E se for Sicheng lá dentro? — sussurrou Ten de volta.

— Mas que caralho Ten! Não é o Sicheng lá dentro! Ele não está aqui!

Ten pegou a maçaneta e girou lentamente, abrindo um pouco a porta, o suficiente para ver quem estava na cama. O casal estava de costas, a cama batendo na parede várias vezes seguidas de acordo com o ritmo que o casal ia. Após alguns minutos observando, Ten concluiu que eram dois homens, pois aqueles gemidos não eram nada femininos. Taeyong observava junto a Ten, achando aquilo extremamente errado porém excitante, e ter Ten ao seu lado não facilitava em nada. Assim que o casal finalmente se separou, Taeyong quase soltou um grito de surpresa, se segurando para não rir. Ten fechou a porta lentamente, parecendo perplexo.

— Aqueles eram...

— Eles mesmo — disse Taeyong, rindo. — Eu sabia que esses safados estavam juntos. Quem diria, o astro do time tendo um caso com o gostosão do Johnny.

— Jaehyun não tem namorada?

— E desde quando Jaehyun é hétero? Aquilo é só aparência, ele tem medo de ser julgado, pra variar. Mas não vou mentir, assistir aquele pornô ao vivo me deixou duro, quer fazer como eles?

— Vai se foder, Taeyong.

— Só com você, docinho.

Ten riu, e não resistiu em dar uma olhada geral em Taeyong. Ele arregalou os olhos ao ver que Taeyong estava mesmo excitado, e ao olhar seu rosto, viu que o garoto não estava brincando quando disse que queria transar com Ten. E aquilo era um pesadelo para o tailandês.

— Puta merda, Taeyong! Não dá pra controlar seu pau não?

— Não me culpe, você que quis abrir a porta!

Ten suspirou, e então pensou numa solução que não colocasse em risco sua virgindade. Ao ver a porta que dava para um dos banheiros, teve uma ideia.

— Já sei, vem cá — disse Ten, puxando Taeyong pelo braço. — Entre aqui.

— Quer transar num banheiro?

— Entra!

Taeyong entrou, e então se virou para Ten, que estava na porta. O garoto o olhou confuso, inclinando a cabeça para o lado.

— E agora?

— E agora, você bate uma enquanto eu vou procurar Sicheng — respondeu Ten sorrindo enquanto fechava a porta.

O tailandês saiu correndo antes que Taeyong o alcançasse, e desceu as escadas correndo para se misturar a multidão. Ao olhar para trás, viu Taeyong o procurando, parecendo desesperado, não pôde deixar de rir. Ten então se dirigiu para a cozinha, onde viu um constante fluxo de pessoas entrando e saindo. Quando entrou, a fumaça de vários cigarros de maconha o atingiu, e Ten se viu completamente tonto. Era difícil enxergar alguma coisa com toda aquela fumaça, mas Ten não desistiu de procurar por Sicheng, e adentrou na cozinha. Ao passar pelas pessoas, ouvia várias e várias risadas hilariantes causadas pelo efeito da droga, e Ten se perguntou como elas podiam ser tão estúpidas ao ponto de usarem aquilo. Como previsto, Sicheng não estava por lá, e Ten saiu o mais rápido possível antes que começasse a passar mal. Infelizmente, acabou dando de cara com um Taeyong todo sorridente.

— Te achei, docinho. Agora, venha comigo.

Taeyong segurou Ten pela mão, e o levou até para fora da casa. O tailandês tentou se desvencilhar do garoto, mas aquilo também era uma oportunidade para procurar por Sicheng. Taeyong o levou até o jardim da casa, que estava completamente escuro e sem ninguém, o parando atrás de uma árvore.

— Pensei que Sicheng estivesse aqui — disse Ten, curto e grosso.

— Não está, mas é aqui que vamos repetir aquele maravilhoso pornô — respondeu Taeyong, sorrindo maliciosamente.

O garoto foi se aproximando lentamente de Ten, o fazendo se encostar na árvore atrás de si. A única coisa que Ten conseguia ver eram seus olhos brilhantes de excitação e seus lábios vermelhos entre abertos, que o convidavam para beijá-los. Taeyong era irresistivelmente perigoso. Como uma bomba de cereja. Uma deliciosa bomba de cereja.

E Ten iria provar daquilo com prazer.

cherry bomb - lty. + tcp.Where stories live. Discover now