Jake

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Ela está a alongar mesmo à minha frente e não para de olhar para mim. Visto bem, também não paro de olhar para o corpo dela.
Para não ficar com uma tusa impossível, começo a socar o saco de boxe freneticamente e, passados cinco minutos, ela começa a dançar.

Depois de ficarmos duas horas nesta merda, sentamo-nos no banco do ginásio. O corpo dela está suado, tal como o meu e o seu olhar está fixado no meu peito nu. A sua fina blusa branca está colada à pele e quando ela ergue os braços e a retira pela cabeça passo-me completamente. Está com um top de desporto que deixa a barriga de fora, as mamas dela ficam enormes com este visual e o meu pénis agita-se nos calções. Não aguento mais. Puxo-a para o meu colo para que ela fique sentada e beijo-a. Quando começo a tirar as fitas adesivas, ela impede-me.
-Deixa-as ficar. - Pede suavemente. Com que então gosta de fitas adesivas? Ou de ver-me treinar?
Concedo o seu pedido e levo as mãos com a fita áspera à sua cintura.
A respiração dela está ofegante e quase que consigo ouvir o seu coração a bater descompassadamente no seu peito. Porra isto está a dar comigo em doido.
Estou com um tesão insuportável e preciso de aliviar a tensão, por isso esfrego-me contra a pele dela. Sinto a pressão a desanuviar ligeiramente, mas desejo-a. Porra como eu a desejo.
As costas dela arqueadas, a curva da anca, os seus olhos azuis magníficos a revirarem ante o meu toque, tudo indica que fomos perfeitos um para o outro. Amo-a, mas tenho um pavor de morte de a perder.
A porta do ginásio abre-se com um estrondo e vejo o pai da Scar entrar na divisão. Foda-se este gajo está em todo o lado! A Scar tenta levantar-se, mas eu faço pressão para que ela se deixe ficar. O pai dela está com uma expressão envergonhadíssima e sei o quanto deseja não ter entrado e encontrado a filha e o filho da namorada a curtirem.
Também, que filho da mãe é que abandona a filha de seis anos? O pai dela e, quem? O meu pai. Temos isto em comum, nunca falamos muito sobre isso...
A Scarlet está com os olhos desmesuradamente abertos e os braços caídos ao lado do corpo, o contrário do que estavam quando ela agarrava e fincava as unhas nas minhas costas da maneira mais enlouquecedoura possível.
O pai dela tem a lata de entrar ginásio adentro num andar demasiadamente lento.
-O que porra é que estás a fazer? - Disparo contra o pai da Scarlet, que se mantém calado. Que merda, o que é que o gajo quer, está a estragar o momento.
Desta vez, deixo a Scar sair do meu colo e sentar-se ao meu lado no banco. Dou-lhe a mão e ela não a recusa.
-Tenho de vos explicar uma coisa:vocês são irmãos. - Diz o pai da Scar quando para à nossa frente. Passou-se ou quê?
-Que porra passaste-te de vez? - Dou voz aos meus pensamentos. - Nós não somos irmãos. Lá porque andas a comer a minha mãe não quer dizer que somos irmãos. - Disparo. A cara dele contorce-se num esgar quando eu refiro a relação entre ele e a minha mãe. Embrulha paneleiro.
-Vocês são irmãos por afinidade. - Explica. Pois nem isso, porque eles não são casados! E mesmo que fossem, que diferença faria? Não somos sangue do mesmo sangue!
-Tecnicamente não. - Respondo. - Tu não és casado com a minha mãe e eu não partilho sangue algum com a Scar. - Retalio. A Scarlet mantém-se calada.
-Ouçam, eu e a Leah estamos noivos, pedi-a em casamento há uns dias atrás e vamos casar daqui a uns meses. Por isso, vocês vão ser irmãos por afinidade e irmãos não podem namorar. - Que porra os nossos pais vão casar? Foda-se isto é demais. É só avisam porque o pai da nos apanhou no ginásio, a sério?
-Como? - Pergunta a Scarlet calmamente. - Parabéns. - Diz a Scar, fico perplexo a olhar para ela. Foda-se está tudo a passar-se? - Eu e o Jake não estamos a fazer nada de mal, não somos irmãos. Nunca haveremos de partilhar sangue, só houve o acaso de os nossos pais irem casar. - explica calmamente. Estou desconcertado com a calma transparecente na voz dela, o pai dela também.
-Eu percebo, mas não é adequado. - Diz o pai dela. Se ele não se cala agora passo-me de vez.
-E que porra é que eu tenho a ver se essa merda é adequada ou não? - Rosno e a Scarlet retrai-se ao meu lado ante o meu tom de voz.
-E o rapaz que esteve aqui ontem? O teu namorado? - Vira-se para a Scar. Porra este caralho não sabe manter a boca fechada.
-O Kevin não é para aqui chamado, eu vou terminar a nossa relação quando tiver opurtunidade. - A voz dela altera-se ligeiramente, mas tenta controlar-se.
-Ouçam, vocês só se conhecem há pouco mais que uma semana, não comprometam a relação que podem vir a ter como irmãos. - Começa o pai da Scar. - Sei que não estou em posição de julgar ninguém, mas gostava que vocês se dessem bem como irmãos, não como amantes.
-Amantes? - Passo-me. - Foda-se quem é que achas que és? A sério, chegas aqui, interrompes e ainda vens com lições familiares? Ouve não tenho problemas que andes a foder a minha mãe, mas não me venhas chagar o juízo porque estou enrolado com a tua filha, que por acaso abandonaste quando tinha seis anos. Por isso cala-te caralho. - Quem é que ele pensa que é? Já-me é difícil fazer esta merda toda e sentir de facto algo por alguém. Sinto uma vontade imensa de proteger a Scar, mas quando olho para ela, as lágrimas escorrem-lhe pelas faces. Foda-se.
-Estás bem? Foda-se não queria ter dito aquilo assim, desculpa. - Redimo-me perante a Scarlet, mas não mudo absolutamente nada do que disse ao pai dela. Este retrai-se ante o que disse e retira-se ao ver-me num gesto tão íntimo com a filha dele. Filha esta que já não via há anos. Passo as mãos pela cara dela e apanho as suas lágrimas. Detesto vê-la a chorar, está verdadeiramente triste.
-Estás bem? - Pergunto ao pé da boca dela, que se limita a acenar com a cabeça afirmativamente. - Foi alguma coisa que eu disse?
-Não, mas é demasiado. Tudo is ti é demasiado. - Diz, por entre o choro.
-O que é que isso quer dizer? - Sei o que quer dizer: não quer nada comigo.
-Amo-te Jake, mas há tanta coisa a acontecer, e nem sequer tenho a minha mãe para poder falar com. - Soluça. - Preciso de esfrear a cabeça. - Levanta-se de súbito e sai a correr do ginásio. Que merda? Se ela não quer estar comigo tudo bem, mas que o diga. Porra é nisto que dá amar uma pessoa! É nesta merda que dá! Preciso de me distrair, de sair daqui e tentar esquecer-me da Scarlet, por isso vou até a casa da Lillian, a sua boca vai fazer-me esquecer em parte da Scarlet.

Mais tarde vou até à festa e bebo, durmo com uma morena e depois volto à Lil. Foda-se para a Scarlet e para as suas complicações.

STAY STRONGWhere stories live. Discover now