Scarlet

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São quase três da manhã quando ouço a porta da frente abrir-se. Não conseguia adormecer, por isso fiquei no sofá a ver um filme.
O Jake entra pela porta adentro bêbado e fico nervosa. A Leah é o meu pai saíram para ir a um clube de jazz e eu fiquei em casa sozinha.
Quando me vê, o Jake faz um sorriso trocista.
-Estiveste à minha espera? - Pergunta é senta-se ao meu lado. Automaticamente, chego-me para o lado oposto. Vejo uma carrinha do lado de fora uma carrinha vermelha e saio ao ver um rapaz de tez morena,cabelo preto e olhos castanhos, coberto de tatuagens.
-Ele está podre de bêbado, queres ajuda para o meter na cama? - oferece-se o rapaz e eu assinto. - Sou o Noah.
-Scarlet. - Respondo e ele sorri. Ele é muito atraente e o seu sorriso é lindo. Ele entra em casa e dirige-se à cozinha, onde o Jake procura desesperadamente alguma coisa por entre os milhões de gavetas existentes.
-Sabes se ele fica mais irritante quando está bêbado? - Pergunto. É tarde e tudo o que eu precisava era de um Jake bêbado a chatear-me. O Noah ri.
-Pois, não posso prometer nada. - Rio-me com ele e depois o Noah tenta levantar o Jake.
-Porque é que ele bebeu tanto, está quase a desmaiar? - pergunto, mas depressa percebi que isto deve ser o normal do Jake.
-Ele costumava fazer isto muitas vezes, mas agora es5ava sóbrio há uns meses. Olha não sei, só que é uma merda que eu tenha que o trazer a casa às três da manhã. - Diz e levanta o Jake pelo braço.
-Porra deixa-me estar! - Resmunga o Jake de repente é eu encolhido os ombros.
-Achas que pode ficar aqui? - Pergunta o Noah.
-Só vivo aqui há uns dias, mas acho que sim. - Respondo e ele fica parado a olhar para o Jake adormecer. Deve ter bebido imenso.
-Os pais dele estão? - O Noah olha para as escadas em busca de algum sinal de vida.
-Não, saíram. - Informo. - Mas podes ir embora, de qualquer forma devem estar quase a chegar.
-Nem pensar, não te deixo sozinha com ele nestes estados. - Diz o Noah de rompante. - Fico aqui até chegar alguém. Este gajo já não é grandes coisas sóbrio, quanto muito bêbado.
-Não te preocupes, a sério. Ele é um parvalhão, mas também não deixo que me faça nada. - Respondo e ele franze e o sobrolho, olhando para o rapaz meio inconsciente deitado no sofá.
-Não, nem pensar. - Diz e permanece em pé à frente do sofá.
-Está bem, então senta-te. Até te oferecia qualquer coisa, mas ontem demorei meia hora para encontrar um copo. - Digo, sentando-me com ele.
-Na boa, são três da manhã, não quero nada. Para além disso também bebi uns copos. Devias ter ido à festa. - Diz o Noah e eu rio-me.
-Não me parece. - Digo e ele franze o sobrolho.
-Foi , devias ter ido. - insiste. Será que todos os amigos do Jake me querem forçar a ir a uma festa?
-Não acho que esteja em condições de me divertir.- murmuro, pensando na minha mãe.
-Porquê? - Pergunta ele arqueando as sobrancelhas.
-Nada, esquece. - Não quero contar aos amigos do Jake o sucedido com a minha mãe. Certo que o Noah é deveras mais simpático que ele, mas mesmo assim, não o conheço.
-Diz lá, às vezes é bom falar com estranhos. - Diz e ambos nos rimos.
-É só que há uma semana e pouco aconteceu uma coisa que mudou muito e me magoou.
-Não te quero pressionar, mas achas que me podes dizer o que é? Às vezes dizê-lo em voz alta ajuda. - Diz, com uma voz muito atenciosa. Pondero e hesito um pouco antes de dizer. Afinal, provavelmente nunca mais o vou ver.
-A minha mãe morreu. - Digo apenas. Estas palavras queimam-me na língua e magoam o meu coração.
-Lamento imenso. - Diz, quantas vezes já ouvi isto nas últimas duas semanas? Para minha surpresa, já Noah chega-se a mim e dá-me um abraço. Não estava à espera desta...
-Desculpa, mas também perdi o meu pai há dois anos e sei o quão difícil foi. - Diz-me quando se separa de mim lentamente. Demasiado lentamente... Aproxima-se de mim e beija-me. Eu afasto-me automaticamente.
-Tenho namorado. - Digo e a expressão dele muda quando se aperceber do que fez.
-Desculpa, também estou bêbado... Desculpa não queria... Quer dizer queria, mas... - atrapalha-se é eu tento conter o riso.
-Está tudo bem, deixa lá. - Digo com um sorriso para acabar com o seu embaraço.
-Mudaste-te agora para Nova Iorque? - Pergunta, decidido a mudar de assunto.
-Sim, há uns dias. É tu há quanto tempo vives cá?- Questiono.
-Há dois anos, vim para aqui por causa da universidade. Vais para a universidade?
-Sim, também foi uma das razões pela qual vim para aqui. - Respondo, não gosto de dizer às pessoas que vou para Julliard, não sei bem porquê.
-E para qual é que vais? - Recosto-me mais no sofá e ele imita o meu gesto.
-Julliard. Eu faço ballet. - Digo é desvio o olhar.
-A sério?! Isso não é tipo a melhor universidade do mundo?- exclama impressionado. Aceno com a cabeça afirmativamente. - Olha não sei se queres, mas eu até que conheço Nova Iorque bem, podia levar-te a conhecer melhor a cidade. - Oferece-se e eu sorrio.
-Sim, seria espetacular! Fazias isso?
-O quê, mostrar a cidade a uma rapariga linda, claro que sim! - Diz com um sorriso e sinto-me a corar. - Quando estás disponível?
-Está semana não tenho grandes coisas para fazer, por isso é quando preferires. - Digo e ele sorri ainda mais.
-Amanhã, pode ser? - Pergunta é eu aceno afirmamente com a cabeça. - Fica com o meu número. - Dou-lhe o meu telemóvel e ele regista lá o seu contacto.
De repente ouve-se a porta da frente a abrir e entram a Leah e o meu pai.
-Olá... - Diz a Leah ao ver o Noah, as a sua expressão muda radicalmente ao ver o Jake. - Está muito bêbado? - Pergunta e confirma os meus pensamentos, isto acontece muitas vezes. Espetacular. A Leah suspira.
-Vamos para o quarto, deixem-no ficar aí. - Diz o meu pai e conduz a Leah pelas escadas acima. - Se precisares de alguma coisa diz.
-Bem, eu vou andando, amanhã venho-te buscar à tarde, pode ser? - Pergunta o Noah enquanto eu o encaminho para a porta.
-Sim, obrigada por o trazeres. - Agradeço. Não tenho grande afeto pelo Jake, posso até dizer que quase nenhum, mas não quero que fique sabe-se lá onde a dormir bêbado.
-Na boa, ficas bem? - Dá-me a mão e sinto que tem vontade de me beijar, mas eu tenho namorado e amo-o.
-Sim, vejo-te amanhã. - Despeço-me e ele vai-se embora. Fecho a porta da rua e vou até à sala ver mais uma vez o Jake. Abano o corpo dele para ir dormir lá para cima e, para minha surpresa, ele acorda. Os olhos dele estão vidrados e raiados de sangue e a cara pálida. O olhar que me dirige é sombrio e algo intimidador.
-Queres ir para o quarto?

STAY STRONGOù les histoires vivent. Découvrez maintenant