Jake: Pela Primeira Vez

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Ela saiu disparada da cozinha com as lágrimas nos olhos depois de ter comentado aquela merda da mãe. A verdade é que deve ser fodido para ela, mas não foi com itensão de magoá-la que o disse, simplesmente saiu. E para além disso, que merda é essa de eu ser mal educado com ela? Nem sequer lhe dirigi a palavra e ando a conter-me porque a mãe dela morreu há umas semanas. Se quisesse podia ter mesmo sido mal educado, porque ela é de certezinha uma menininha da mamã que cresceu nas sete quintas e teve sempre imensos mimos, por causa do divórcio. Pronto, concedo-lhe que para entrar em Julliard até deve ser boa bailarina, mas, agora a sério, ballet? Isso não é aquela merda que as raparigas sonham quando têm cinco anos? Merda, isto é tudo uma merda, já não basta ter de viver com a minha mãe e com o George que agora também tenho uma miúda chorona em casa! Que porra, a sério que porra.
De repente vejo a minha mãe a entrar como um furacão na cozinha com uma cara furibunda. Que porra é que foi agora?!
-Jake! Tu tinhas mesmo de chatear a Scarlet não tinhas!? Ela perdeu a mãe há menos de duas semanas e tu meteste-a a chorar! - dispara a minha mãe, com um dedo em riste apontado à minha cara. Que merda...
-O quê, ela foi fazer queixinhas? Nem sequer disse nada de especial... - Digo com ironia e a cara da minha mãe parece que vai explodir a qualquer momento.
-Jake, por favor, faz um esforço. O George e eu própria estamos a tentar desenvolver uma relação com ela. Ela passou por muito nesta última semana. E ela não foi fazer queixas, o George viu-a a chorar. - Diz a minha mãe, enquanto se tenta acalmar. - Portanto vais pedir-lhe desculpa pelo teu comportamento.
-Nem pensar porra! - Digo de chofre. Não peço desculpa a ninguém, posso não ter tido o melhor dos comportamentos, mas estou-me a cagar para isso.
-Jake, vais-te levantar já é vais ao ginásio pedir desculpa. Faz isto, não te custa nada e é o mínimo que podes fazer depois da tua atitude. - Diz a minha mãe num tom implorante. Merda.
-Que porra, está bem foda-se! - respondo contrariado. Que raio é que ela faz no ginásio afinal? Ah, pois a minha querida mãe e o seu namorado decidiram fazer um ginásio enorme só para ter imenso espaço para a menina treinar. Merda de mimados ricos.
Encaminho-me até ao ginásio e começo a ouvir música clássica mesmo antes de entrar. Que porra é esta, tem que meter a merda da música tão alta!?
Quando entro vejo-a. Foda-se! Fui apanhado desprevenido, primeiro porque até agora só a vi com roupas cinquenta números acima do seu tamanho e agora ela está com uma saia curta, muito curta e uma blusa fina de algodão que se lhe cola no corpo. Que cena, isto está a dar-me tesão. A segunda é porque ela nem me vê de tão envolvida que está com a música. Há que admitir, ela é uma excelente bailarina. Estou verdadeiramente surpreso, não sabia que an dança ou o ballet podiam ser assim. Ela dá saltos a metros do chão esticando as pernas todas ao longo do corpo. Ela deve ser flexível... Os meus pensamentos sobre esta rapariga neste momento são muitos e muito diferentes. Por um lado imagino-a comigo, a sua pele macia... Mas por outro lado, a maneira como ela está a dançar está a pôr-me completamente louco. Que raio, ela... Não sei explicar mas ela tem qualquer coisa quando dança.
Mas que porra, Jake? A sério, ela tem qualquer coisa quando dança?! Ela é uma snobe riquinha que não sabe puto sobre a vida e sempre teve tudo de mão beijada.
Fico mais uns minutos a observá-la até me decidir a ir embora antes que ela me veja. Não lhe pedi desculpa, nem vou pedir, já foi estranho o suficiente estar ali meia hora a olhar para ela dançar.
Vou para o meu quarto e deito-me na cama a olhar para o teto. Começo a ler O Grande Gatsby, mas desisto. Há demasiadas coisas na minha cabeça agora é preciso de uma distração. Ligo à Lil. Ela é uma cabra do pior, sem dúvida, mas é uma foda okay e neste momento só preciso de uma distração. Ela a chupar-me é uma boa.
-Sim? - Ouve-se do outro lado da linha a voz estridente da Lillian.
-Sabes perfeitamente quem é. - Respondo secamente. Ouve-se um barulho de desdém da parte da Lil.
-Okay, queres vir cá a casa ou eu viu aí? - Pergunta impaciente. Ela já sabe que só lhe ligo para isto.
-Vem cá ter, não me apetece fazer meia hora de viagem só para um broche. - Digo e rodo na cama.
-Sabes que és uma besta, não sabes? - Diz-me num tom sarcástico. Ouço o barulho de um carro a arrancar e percebo que já está a pôr-se a caminho para aqui. Não gosto de ter cá gente, mas não quero conduzir meia hora para ir ter com ela. É um perfeito desperdício.
-Pois eu sou uma besta e tu és uma cabra por isso cala-te. - Respondo secamente é termino a chamada.
Passados vinte minutos ouço a campainha e depois a porta a abrir-se.
-Para o Jake. - Ouço a voz insípida da Lil da entrada seguida de um barulho infernal de sapatos de salto alto a bater no chão. Quando entra no quarto e me vê deitado na cama, põe a mão na anca e diz num tom falsamente chateado.
-Sabes, por uma vez, podias ir tu abrir a porta. Detesto dar de caras com os teus pais!
-Primeiro vais tirar essas botas que fazem um ruído horroroso e não vou atender a porta porque não quero sair do quarto e dar explicações a ninguém. - Exijo ela revira os olhos demasiadamente maquilhados.
-Já agora, quem é a Avé Maria que está na sala que nem emplastro? - Pergunta, ao tirar a camisola e mostrar o peito quase inexistente.
-É uma merda. É a filha do namorado da minha mãe. Scarlet. - Digo secamente. Não tenho paciência para estar a falar da minha vida pessoal à Lillian, espero que ela se cale agora e que comece a fazer o que está destinado.
-Pff, até o nome é irritante! - Desdenha a Lil é salta para a cama. - O que é que queres hoje? - pergunta e eu aponto para baixo, para a minha pila e ela baixa-se. Os meus pensamentos deslocam-se para a Scarlet. Imagino-a no lugar da Lil e não sei porquê, mas fico mais teso. Ela veste-se incrivelmente mal para o corpo que tem. Vi-a com aquelas roupas de dança e ela é boa como o caralho. Tenho de admitir, ela pode ser uma mimada, mas é gira, muito gira. É daquele tipo de rapariga que raparigas como a Lillian se ralam para ter. Ela usa roupas excessivamente grandes e volumosas para o corpo que tem, enquanto que a Lil quase que não usa roupa. Mas sinceramente, até percebo usar quantidade adequada de roupa, mas o que a Scarlet usa é demasiado em todos os sentidos.
-Sabes, podes pelo menos fingir que estás interessado! - Diz a Lil, levantando a cabeça. A Lil trepa-me é tenta beijar-me.
-Nao, nada de beijos, faz o que tens a fazer.
-És realmente uma besta. - Diz-me com um sorriso irónico e depois volta à posição anterior.
Ao sair, como sou um verdadeiro cavalheiro, levei a Lil até à porta.
-Amanhã há uma festa de arromba na casa do Noah, vens? - Pergunta a Lil ao pé da porta.
-Claro, não vou sempre? - Digo e vejo o olhar da Lil deslocar-se para trás de mim, para a Scarlet sentada no sofá a ver televisão.
-Hey, Scarlet, não é? Devias aparecer amanhã na festa, vai ser giro!
-Hum... Não obrigada. - Responde a Scarlet, levantando os olhos e carregando as sobrancelhas. Eu aperto o piercing que tenho no lábio para conter o riso. Mas é claro que ela não quer ir a uma festa!
-Devias ir, vai ser divertido! - Insiste a Lil.
-Para quê insistir, sabes que ela vai dizer não. - intrometo-me. Vejo o seu olhar a fulminar-me, mas não quero saber. Há um lado em que percebo mesmo, a mãe dela morreu há duas semanas, de certo que não quer ir à porra de uma festa cheia de bêbados.
-Pronto, está bem, eu desisto, mas se algum dia quiseres, o que não faltam são festas!- convida a Lil com um sorriso falso. Conheço perfeitamente a Lil e sei que ela é uma cabra, só se faz de simpática porque... Porra não sei, as mulheres são demasiado complicadas.

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