3. Incredibly incredible

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Jaebum recusou-se a pegar os papéis, e o professor lhe disse que o último que sobrasse seria o lugar cujo ele iria sentar, se não quisesse levar outra suspensão. Sim, outra.

Semana passada ele havia faltado todos os cinco dias de aula por conta do seu péssimo comportamento com os professores e, de alguma forma, se eu parasse para analisar... hoje ele estava até favorável.

Eu não percebi quando os cinco últimos alunos pegaram seus papéis pois estava ocupada escrevendo coisas aleatórias enquanto tentava ignorar a presença de Jaebum em frente à minha cadeira.

Sim, ele havia sim me deixado sentar no lugar que tecnicamente era meu por direito. No entanto, ao invés de ter ido pra qualquer outro lugar após isso... ao invés de ir para qualquer outro lugar longe de mim, Jaebum apenas encostou-se em minha mesa e esperou o restante dos papéis serem pegos.

- Jaebum. - Escutei o professor falar, mas continuei encarando meu caderno. - Im Jaebum!

Ele repetiu, e nesse momento ousei olhar para Jaebum. Ele estava com fones, e encarava o lado de fora da janela novamente.

Eu queria perguntar-lhe o que o atraía tanto, para ele estar a observar aquele lugar de forma tão melancólica e triste. No entanto, ao invés disso apenas concentrei-me no fato que o professor já havia o chamado mais duas vezes.

- Ei! - Cutuquei suas costas com o lápis e ele me encarou.

Era como se estivesse acabado de sair de um transe profundo, e isso me surpreendeu. Seus olhos... Por que pareciam um pouco tristes e sem vidas? Por que, ao invés de ameaçadores e raivosos eles apenas estivessem chorosos?

Engoli em seco, e fiz um sinal para ele tirar seus fones.

- O que? - Ele praticamente sussurrou estas duas palavras após tirar o fone. Sua expressão totalmente seria, mas eu não me importei.

- O professor está falando com você. - Apontei para frente.

Jaebum encarou o professor, que fez um sinal para que ele olhasse para o seu lado direito. Ele olhou, e logo em seguida eu também.

Não consegui acreditar quando observei uma cadeira vazia ao meu lado. Não consegui acreditar, ao observar ao redor e ver que todos os outros locais já haviam sido ocupados.

Céus, Deus só poderia estar de brincadeira comigo.

- Está brincando, né? - Eu perguntei encarando o professor, que apenas negou.

- Isso vai ser divertido. - Jaebum disse sorrindo, enquanto levantava-se da minha mesa, pegava suas coisas do chão e caminhava alguns passos até sua cadeira.

Sério, quais eram as chances de isso acontecer com alguém, e por que comigo?

•••

- O que foi aquilo? - Natály perguntou para mim, após sentar-se ao meu lado.

Nós já estávamos no intervalo, sentavamos em um dos bancos do pátio do colégio.

- Muito azar, talvez? - Perguntei, bebendo um pouco do iogurte de morango que havia comprado minutos antes.

As pessoas geralmente preferiam banana, mas esse sempre foi o meu favorito.

- Senti como se vocês estivessem prestes a matar um ao outro. - Ela disse, enquanto olhava para frente.

Alguns garotos do 3° ano jogavam basquete nessa direção, e um em especial era o garoto cujo ela gostava há algum tempo.

Sorri.

- Você deveria falar com ele.

- Ficou maluca?

Ela praticamente colocou o chá que estava bebendo para fora, e isso realmente me fez querer rir.

Inevitavelmente, olhei sorrindo para minha esquerda, percebendo que Jaebum estava sentado embaixo de uma das árvores próximas a nós duas e me encarava.

Sem qualquer expressão, ele apenas olhava diretamente para mim.

Suspirei, e resolvi ignorar como sempre. Eu ainda não conseguir acreditar que precisaria passar todas as minhas aulas ao lado dele, mas não é como se um milagre fosse acontecer é mudar isto. Eu simplesmente precisava aceitar.

Voltei minha atenção para Natály novamente, ainda sorrindo.

- Não custa nada. Vai que ele possuí os mesmos sentimentos que você?

- É praticamente impossível Mark ter os mesmo sentimentos que eu. Olhe para mim, Bea. Eu não sou nada além da amiga de uma das garotas mais inteligentes e bonitas da escola. - Ela disse, sorrindo de forma triste.

- Ei, não diga isso. Você sabe que isso não é verdade. Você é simplesmente incrível, Natály.

Eu me aproximei dela, sorrindo.

Me sentia tão triste quando Nátaly se colocava para baixo desta forma. Poxa, ela era uma pessoa tão amável e incrivelmente incrível.

Eu estava prestes a abraça-la, quando olhei para frente e vi a bola vindo em nossa direção.

Quando tentei proteger Natály e a mim mesma de um ematoma roxo, mesmo sabendo que era praticamente impossível evitar isso.

Comfortable ❄ Im JaebumOnde as histórias ganham vida. Descobre agora