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• Vénus

Dava tudo para ouvir a conversa entre os meus pais e o director

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Dava tudo para ouvir a conversa entre os meus pais e o director.

Os rapazes conseguiram persuadir o mesmo que foi uma tentativa de assalto e que os rapazes nem eram de lá, nunca os tinham visto antes.

Conforme completavam a história uns dos outros, foram capazes de convencer os professores e directores. Safaram-se até de uma queixa e viagem à esquadra para testemunhar.

Apenas quiseram ouvir o que tinham a dizer sobre a situação. Os meus nervos, o medo que algo acontecesse ao Jonas, quase me levou a falar.

Ouvi passos ao longo do corredor.

Ao reconhecer o meu irmão, não evitei aproximar-me dele. Tinha cortes e uma nódoa negra no olho.

- Estás satisfeito? - Ataquei, visto que o rapaz ia tentar abraçar-me.

- Vénus...

- Cala-te Chris, se não queres que sobre para ti! Continua a andar. - Interrompi, sendo bastante bruta. - Estás satisfeito também, estás?!

Levantou os braços, continuando então a andar pelo corredor.

- Foda-se Jonas, pedi-te tantas vezes para não arranjares confusão! - Voltei a encara-lo.

- Não estou com paciência...

- Estás é a gozar com a minha cara! Só me mostraste que não posso confiar no que dizes! Espero que estejas feliz! Ele certamente que está.

Virei-lhe as costas, tentando manter as lágrimas nos meus olhos.

Não lhe queria dar parte fraca.

Assim que a minha mãe saiu da sala do director, fez sinal ao Jonas para saírem da escola. Notava-se o quão chateada a mulher estava. Capaz de lhe bater mais do que já tinham feito.

Decidi segui-los. Mesmo chateada com o Jonas, não queria que levasse com as culpas do que aconteceu.

Contar à minha mãe, era diferente que contar à escola e à polícia.

- Não tens aulas Vénus?

Atacou-me de imediato.

- Preciso de te contar uma coisa.

- Agora? Acredita, não é um bom momento para falar. Quando chegares, logo conversamos.

- É sobre o que aconteceu. - Admiti por fim, captando a sua atenção.

Encarei o meu irmão.

- A culpa não é do Jonas. Tive uma relação abusiva em Londres. Ele veio cá para me forçar a voltar para ele. Eles só me estavam a proteger.

- Desculpa? Diz-me que estás a inventar isto. - Fechou a porta do carro, tal como Jonas.

- Nunca iria inventar algo assim.

- Vocês estão a querer dar comigo em maluca, não estão? Já basta a Magna e os dilemas adolescentes dela. Por amor de Deus, como é que foste capaz de me esconder algo tão grave?

- Vergonha. - Admiti baixo. - Orgulho, não vos queria preocupar. Decidi voltar para casa e esquecer.

- Vergonha?!

Levantou a mão, pronta para me dar a maior chapada da minha vida.

- Vergonha?! - Elevou o tom de voz. - É a tua melhor desculpa? Só posso estar a ser gozada pelos meus filhos. - Levou a mão aos cabelos.

- Desculpa mãe. Nunca pensei que chegasse a este ponto. - Menti para que ficasse mais calma.

O que não resultou.

- Vão para as aulas, falamos disto com o teu pai presente.

Num ápice entrou no carro e arrancou para qualquer lugar. Respirei fundo, os meus olhos encheram-se de lágrimas e a frustração aumentava.

O Jonas tentou falar comigo, apesar de lhe ter virado costas. Se ficasse parado, não tentasse ser o herói da história, não estávamos nesta situação. Estava capaz de lhe Bayer também.

Caminhei de volta para o corredor da sala do director, pegando nas chaves do carro do meu irmão.

Tinha deixado a mochila no banco.

- Onde é que vais?

Encarei William, que estava sentado ao lado da mala do Jonas e percebeu quais as minhas intenções. Noora também no banco, a olhar para mim.

Encolhi os ombros, sentindo que a qualquer momento ia desabar. Virei as costas, chocando com alguém.

As mãos do Magnus pousaram nos meus ombros, para nos afastar. Ficou a encarar-me durante segundos. Comecei a afastar-me cada vez mais, percebendo facilmente o que pensavam.

Iam impedir-me de ir a qualquer lugar, por estar tão abalada.

Bastou-me ver o Chris, a Eva e o meu irmão a aproximaram-se, para acordar e sair daquele lugar.

Ouvi passos atrás de mim.

Adentrei no carro, sem conseguir ligar o motor de tão nervosa. Quase morri de coração, quando abriram a porta. Tudo o que pensei foi péssimo. Só pensei que era o Connor.

Porém, não foi o caso. Suspirei de alívio ao encontrar o Chris.

Pousei os cotovelos no volante, ainda a recuperar do susto. Foi quando senti as lágrimas deslizar.

Senti a sua mão na minha perna, esta a tremer há longos minutos. Acalmei-me ao fim de algum tempo, apenas ouvia a minha respiração.

- Queres que conduza Vénus?

(...)

She's a drama queen

VANEDANNENDE  ➛   CHRIS SCHISTAD (A SER EDITADA)Where stories live. Discover now