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Noruega, 5 de Novembro
• Vénus

Começava a desligar-me da conversa com a minha irmã, visto que pouco me interessava o que havia acontecido com os meus amigos nos últimos dois anos em que estive fora

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Começava a desligar-me da conversa com a minha irmã, visto que pouco me interessava o que havia acontecido com os meus amigos nos últimos dois anos em que estive fora.

Ao concluir o nono ano, decidi mudar de escola e eventualmente, de cidade. Não me conseguia adaptar ás intrigas e personalidades.

O mais importante naquela escola eram as crescentes listas de conquistas. Apostavam com os nomes de diversas raparigas e qual era capaz de a conquistar primeiro. Nunca iria conseguir compactuar com algo assim.

Ao contrário do meu irmão.

Juntamente com três amigos, foram os primeiros a iniciar as listas. Foram três anos de secundário a prolonga-la, o que me desiludia. A verdade é que Jonas mudou radicalmente, para pior, o que era preocupante.

O meu próprio irmão de dezanove anos era um dos que tinha uma caixa com sweatshirts num canto do quarto, com os nomes de todos os que integravam os Penetrators, estando o dele num com vermelho, o que permitia distinguir qual o seu número, comparado aos outros.

Número de conquistas. E de camisolas entregues ás tolas que se deixavam enganar. Os meus princípios eram os mesmos que os dele, o que me obrigou a afastar-me.

Na Noruega, durante os três anos de secundário, as pessoas juntavam-se em grupos para criar o melhor autocarro.

Basicamente significava marcar presença em cada festa dos mais velhos, aumentando então a popularidade dos do primeiro ano. Consistia em beber, fumar e sexo.

A melhor noite da semana para ser enganada e usar uma sweatshirt preta.

- Estás a ouvir-me?

- Nem por isso. - Admiti-lhe, encolhendo os ombros. - Não tenho interesse em saber sobre esses assuntos, como sabes. Precisas de ganhar juízo, estás no primeiro ano.

- Preocupa-te antes contigo! Estás no terceiro ano. A maioria das pessoas já considerou toda a popularidade necessária, ao contrário de ti e nem és de nenhum autocarro. Não vais criar a melhor memória da tua vida.

- Não tenho interesse em ser. Nem em estar num autocarro Magna. Ou que essas memórias sejam as melhores, por favor.

A rapariga apenas revirou os olhos, pegando no computador. Ausentou-se do meu quarto, visto ter ficado indignada, pois acreditava que tudo o que importava era o autocarro.

Era uma espécie de baile de finalistas, apenas se prolongava pelos três anos.

Navegava pelas redes sociais, visto que tinha deixado de seguir quem só conhecia por estar a estudar na mesma escola ou com quem não me sentia compatível e cruzava os meus limites do que era ou não aceitável. 

Porém, estava curiosa. Queria saber como estavam os meus amigos. Será que algo estava diferente nestes dois anos ou continuavam com as mesmas ideias e feitios?

Como o facebook era bastante usado por eles, não precisava de voltar a seguir alguém, pois os os perfis eram públicos e as fotos apareciam ao escrever o nome de cada um. Baseado em mais  do mesmo: festas.

- Posso Vénus? - Ouvi a voz da minha mãe, permitindo que entrasse no quarto. - Esta feito o jantar, vais descer?

Assenti, levantando-me.

- Como está a situação da transferência para a Hartvig Nissen?

- Ia confirmar-te ao jantar. Começas a estudar amanhã, apesar do material só estar disponível na Quarta-feira.

- E a turma?

- Estás com as tuas amigas, a Eva e a Noora. - Forcei um sorriso. - Sei que já se passou muito tempo, mas cruzei-me com elas na escola.

- E falaste com elas? - Assentiu, como se fosse óbvio. - Disseste que estava de volta?

- Claro, porque haveria de esconder? Se vão ser da mesma turma...

Encolhi os ombros.

- Vais precisar de amigos aqui, mesmo que te tenhas habituado a outras coisas e pessoas em Londres.

- Sim mãe, como queiras. - Sentei-me à mesa, diante do meu pai.

O Jonas encarava-me atentamente.

- O que é que queres?

- Calma lá, só estava a olhar. - Mostrou rendição, ao levantar os braços. - Deixa de ser antipática.

- Deixa de ser estúpido! Passaram dois dias e já não te consigo aturar. - Bufei.

- Não vão começar, pois não?

Tanto eu como o Jonas deixamos a nossa briga de lado. Comecei a jantar, ouvindo novamente a conversa sobre estar de volta e precisar de ter os meus amigos por perto. Comecei a desligar-me do mesmo assunto.

Compreendia que os meus pais estavam felizes, apesar de já estar um tanto farta.

Assim que terminei de jantar, regressei para o quarto e agarrei-me ao telemóvel.

Reparei nas várias notificações da Eva e da Noora, devido aos vários likes nas fotos do meu instagram.

Alguns pedidos novos também.

VANEDANNENDE  ➛   CHRIS SCHISTAD (A SER EDITADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora