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Noruega, 17 de Novembro
Vénus

Noruega, 17 de Novembro• Vénus

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[2am]

Estava exausta.

Algumas pessoas voltaram para casa, visto que o álcool começava a fazer com que perdessem a noção.

As feições ainda presentes eram mais familiares. A maior parte era do mesmo ano que eu, havia somente uma dezena do segundo ano. Começava a sentir-me demasiado bêbeda.

Mesmo com pouca bebida, os shots e as misturas nunca acabavam bem. Porém, tinha noção das minhas ações e de tudo o que dizia e se passava.

Nunca bebi ao ponto de perder noção e cometer erros desnecessários. Conhecia bem os meus limites.

Encostei-me à bancada da cozinha, passando as mãos molhadas pelo meu pescoço. Arrastei os meus cabelos para um dos meus ombros, molhando ainda mais a minha pele.

A minha tentativa de me refrescar.

Já há algum tempo que a música não estava tão alta, pois não tencionávamos receber a polícia à porta.

Tirei o meu telemóvel do bolso, as duas da manhã surgiram no ecrã.

- Claro mano, já devias saber que não falto ás festas. - Levantei a cabeça. Era Chris e William. - Hum... Vou voltar ao que estava a fazer.

William abandonou o amigo, voltando para junto da namorada. O meu olhar e o do Chris voltou a cruzar-se.

Esforcei-me para desviar o olhar. Após abrir uma das últimas latas de cerveja e encostar-se ao balcão à minha frente,a sua voz fez-se ouvir. Voltei a encara-lo, aquele sorriso novamente.

- E então, como está a correr a tua noite? - Murmurou, levando a cerveja à boca novamente.

- Bem e a tua?

- Melhor agora. - Revirei os olhos, até que acabei por me rir. - Eu sei, eu sei, a resposta mais previsível. - Assenti, pois concordava com ele.

- Bem, vou voltar para a sala. - Ao passar pelo Chris, não consegui resistir e voltei a olhar para ele.

Os olhos esverdeados prenderam-me e acabei por parar de andar.

Virei-me para o Chris, sem falar.

Fiquei a encara-lo durante longos minutos, tal como ele. Era como se não tivéssemos controlo nas nossas ações e que as palavras não existiam.

Era estranho, mas não consegui desviar o olhar ou simplesmente ir ter com elas à sala, o que era suposto.

- Tenho uma coisa para te pedir. - A voz do Chris soou muito calma.

- Não sei se quero saber...

- Desbloqueia-me. - Murmurou apenas, o que me fez sorrir. - Por favor? - Fez a feição de cachorrinho.

Balancei a cabeça, negando. Acabei por ouvir uma risada anasalada e por sentir a mão do Chris no meu rosto. Afastei-a num ápice, apensar de ter insistido, aos poucos, aproximou-se.

Recuei à medida que ele se aproximava, impedindo-os de entrar e não conseguir sair de um caminho que tendia a ser bastante perigoso.

Mordi os meus próprios lábios, após desviar os nossos olhares. Senti a anca encostada ao balcão.

- Não sabes nada sobre mim Vénus. Fiz muita porcaria, mas já não sou assim. E quero que me deixes mostrar, aliás, que me deixes provar-te isso.

- Porque haveria de o fazer? Não tenho interesse em ti Chris. - Sussurrei, visto que estávamos muito perto.

Perigosamente perto.

Voltou a sorrir, levando os dedos aos fios de cabelo perto da minha orelha. O ambiente estava... Tenso.

Comecei a ficar realmente nervosa com a proximidade entre nós.

- Atrais-me Vénus. Atraíste-me a partir do momento em que te vi. - Admitiu, os olhos fixos nos meus lábios.

- Para de insistir...

- Se te visses como eu te estou a ver, não te conseguias levar a sério. Consigo sentir-te tensa Vénus. E caso não fosse o caso, já não estavas aqui.

Confesso que quis sorrir. A confiança e o seu ego assustavam-me.

- Pelo menos admite.

- Que queres que admita? - Segui o movimento lento da sua língua, quando humedeceu os lábios.

- Admite que te sentes atraída por mim Vénus, nem que seja neste momento. E admite, que estás a pensar exatamente no mesmo que eu.

Mordisquei novamente os meus próprios lábios, apesar de alguma coisa se ter apoderado de mim.

E essa coisa chamava-se confiança. Até se podia chamar provocação.

Inclinei-me ligeiramente.

- Que pena que este momento esteja a acabar Chris. - Encostei os lábios perto do seu lóbulo. - Que pena.

- Isso é um sim? - Encolhi os ombros, começando a afastar-me. - Sê directa e diz logo que é um sim. - Voltou a sorrir de uma forma provocante.

- Era um sim Chris. Há que admitir que até és... Minimamente atraente.

Admiti por fim.

VANEDANNENDE  ➛   CHRIS SCHISTAD (A SER EDITADA)Where stories live. Discover now