•he's a human too•

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Felizmente Bambam e Yugyeom conseguiram levar Mark para casa, mesmo que por quase todo o percurso o maior perguntasse sobre Jackson, às vezes se exaltando pensando sobre seu namorado e por outras questionando mais calmamente. Ele parecia inconstante emocionalmente, como se não houvesse mais uma linha linear de suas emoções e elas estivessem constantemente se alternando em dois picos. Ele precisava urgentemente de ajuda, um acompanhamento sério e o primeiro passo era terminar com Jackson.

Por Bambam, Mark ficaria preso em sua casa enquanto Jackson poderia morrer ou ir para a puta que pariu. Ele não conseguia controlar sua raiva, não havia possibilidades para sentar e esperar que Mark tivesse consciência que tipo de merda era seu namorado. Claro, Bambam era um espectador, alguém que assistia de fora e por mais que tivesse empatia para compreender a dor e o sofrimento de Mark, não era ele que estava passando por aquela situação, não era ele que amava profundamente alguém que o abusava e precisava aceitar que aquela era sua realidade. Não era fácil.

Mark tinha consciência de algo estava errado, mas não podia ser culpa de Jackson. Ele não acreditava que seu namorado poderia lhe tratar mal. Tudo fazia com que ele acreditasse que tudo era sua culpa, unicamente sua. E Bambam, não aceitava aquilo. Não aceitava que seu amigo tivesse que passar por isso.

Yugyeom por outro lado era mais compreensível, tinha uma opinião muito semelhante a de Jinyoung. A diferença era que Yugyeom não era amigo de Jackson, antes nutria um apreço mas desde que descobriu o que este havia feito com Mark, qualquer carinho havia sumido. Não o desejava mal, longe de Yugyeom parar para desejar mal a alguma pessoa, independente de qual crime ou maldade que esta havia feito. Não era de sua personalidade.

No fundo, Yugyeom sentia pena. Pena de Jackson por ter sofrido na infância e ter se tornado quem se tornou, um adulto cheio de mágoas e transtornos. Pena de Mark por ter sido uma vítima da perturbação de Jackson.

Ele não acreditava que Jackson amava Mark, talvez tenha amado antes, mas agora? Agora, era somente a sua mente cheia de bagunça, não havia espaço para amor. Se houvesse não seria assim, Mark não estaria machucado.

- Você pode tomar banho, eu vou procurar alguma roupa pra você. - Yugyeom disse, puxando Mark até o quarto e o mostrando seu banheiro. - Pode demorar o tempo que for preciso. Eu vou deixar as roupas na cama. - avisou.

Mark assentiu, olhando para os lados e observando o quarto. Haviam coisas de Jinyoung ali, da última vez que veio era somente coisas de Bambam e Yugyeom, mas a casa agora tinha um toque de Jinyoung que o fez sentir bem. Estava feliz por seus amigos.

- Vocês formam um belo casal. - disse, tentando mostrar o seu melhor sorriso. Ele queria sorrir, queria esconder sua dor no seu sorriso, queria mostrar que estava verdadeiramente feliz por seus amigos, mas não conseguia.

- Obrigado. - Yugyeom corou. - Nós estamos funcionando. - diz. A felicidade brilhando nos olhos e no sorriso de Yugyeom faz Mark querer chorar. Sentia falta de reconhecer o entusiasmo de quando se está apaixonado, atualmente em sua vida só se encontrava com o terror.

- Eu fico feliz. - murmura abaixando o olhar, evitando encarar Yugyeom. Estava com vergonha de si mesmo, vergonha por ser patético.

- Tome um banho. - repetiu, afagando os cabelos castanhos de Mark com carinho. - Qualquer coisa estamos na cozinha.

Mark assentiu Yugyeom sair do quarto o deixando sozinho. Com passos vacilantes ele andou até o banheiro, trancando a porta e evitando encarar o espelho. Tinha medo e vergonha de ver o que havia se tornado, um grande pedaço de lixo.

De costas para o espelho ele retirou a própria roupa, ficando apenas com sua cueca. Mark entrou debaixo da água quente, sentando no chão e abraçando os joelhos, a água caindo sobre suas costas, queimando sua pele. Ardia. Mark sabia como o contato daquela água em sua pele ardia, queimava dolorosamente mas ele não parou. Mesmo que mordesse seu joelho para engolir a dor e os soluços, apertando o registro com seus dedos até que não tivesse mais condições de aguentar.

PILLOWTALK |markson Onde as histórias ganham vida. Descobre agora