•love doesn't bear constant suffering•

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Mark continuava a morder o lado interno da boca, seus dedinhos apertavam a alça da mochila sobre o ombro e seus olhos encaram o chão, focando em seus sapatos surrados. Havia saído tão apressado com medo de acabar acordando Jackson que trocou as meias, estava usando dois pares diferentes.

Estava envergonhado e evitava olhar nos olhos das pessoas, tinha receio de que elas pudessem ler através do inchaço causado pelo choro constante e a insônia perturbadora. Era apenas uma precaução.

Aquela semana havia somente começado e Mark já esperava que terminasse. Na realidade, que tudo terminasse, todo aquele sentimento e retasse ele e Jackson prontos para recomeçar do zero. Em uma realidade paralela onde não houvesse sofrimento ou em outra vida, mas Mark não acreditava em nenhum dos dois, para ele havia apenas aquela vida e sua realidade era triste e deplorável. Estava onde deveria estar por merecer estar.

Parou em frente a sua sala, suspirando calmamente para tranquilizar sua ansiedade. Não havia nada a temer, é apenas sua turma. Tentava dizer para si mesmo, mas não adiantava. A verdade era que Mark havia desenvolvido um tipo de medo, uma certa fobia em enfrentar as pessoas.

Medo de que elas descobrissem, medo delas lhe tirarem Jackson.

Ao invés de entrar na sala, ele atravessou o corredor em passos rápidos e conflituosos, subiu as escadas e chegou ao ginásio onde, naquele horário, estava inteiramente vazio. Sentiu exatamente como aquele lugar, grande e vazio.

Ele lembrou de Jackson. A noite interior o namorado havia lhe chamado para assistirem um filme, Mark acreditou que poderia ser a oportunidade de uma segunda chance, talvez fosse a maneira de Jackson tentar dizer que havia agido de maneira errônea durante todo aquele tempo e estava pronto para erradicar com todo o sofrimento. Todavia, Jackson não pediu desculpas, não agiu com remorso e muito menos prestou atenção no filme, acabou pegando no sono pela metade.

Em outras situações, possivelmente alguns meses atrás, no início de tudo, Mark estaria tirando fotos engraçadas de seu namorado dormindo todo torto no sofá da sala ou desenhando em seu rosto com hidrocores coloridos. Entretanto, presentemente em Mark só havia cautela no que dizer, agir e até mesmo pensar.

Ele pegou os fones de ouvido, procurando em sua playlist alguma música calma e relaxante, ajeitou-se em um dos colchonetes de malhar que estavam empilhados no canto do ginásio, o colocou atrás das arquibancadas para que ninguém o visse. Estava morrendo de sono, não conseguiu pregar os olhos durante toda a noite, sua insônia estava piorando sua situação e destruindo seu sistema.

[...]

Bambam encarou Jinyoung com fúria, Yugyeom estava entre os dois tentando apartar aquela situação de risco que pudesse vir a ocorrer, mais precisamente da parte de Bambam do que Jinyoung.

- Como você não avisou que seu amigo é problemático? - Bambam aperta os olhos e o punho, se sentindo ainda mais furioso com que havia acabado de ouvir.

- Eu achei que ele estivesse melhor, ele parecia muito melhor e Mark o fazia bem. - Jinyoung se explicou. Já estava se sentindo tremendamente culpado por não ter alertado Mark sobre o passado conturbado de Jackson.

- Eu não ligo. - quase gritou, partindo para cima de Jinyoung mas Yugyeom o segurou pela cintura. - Ele tinha o direito de saber. O Mark precisava saber. Ainda precisa.

- Hyung, por favor. - Yugyeom pediu, apertando com força a cintura do mais velho, o abraçando. Estava doendo em si ver os dois rapazes que gostavam brigarem bem em sua frente, para ele ambos podiam resolver seus problemas calmamente em uma conversa civilizada mas Bambam não deixava abertura para tal, estava fodidamente raivoso com Jinyoung e era teimoso demais para escutar alguém.

PILLOWTALK |markson Where stories live. Discover now