Capítulo 7 - CG

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FABRÍCIO

Terminou a reunião depois de várias horas e mais alguns contratos foram fechados. As coisas de alguns meses para cá tinham caído, isso pela bolsa de valores que tinha despencado... fazer negócios até o momento era algo muito difícil. Era um dia após o outro. Assim que sai dali, segui para o local onde o piloto já estava me esperando para decolar de volta para a minha cidade. Quando cheguei em terra firme, o carro já estava na minha espera. Fui para minha casa porque eu sabia que hoje não daria mais nada e eu não queria ver ninguém... estava explodindo de dor de cabeça. Assim que entrei na mansão, ouço Marta cantarolando.

Fabrício: Marta? — Segui até a cozinha.

Marta: Meu menino... — ela parou de lavar louça, enxugou a mão e veio me abraçar.

Fabrício: Não imaginava que a senhora estaria aqui. Pensei que estava no meu apartamento... — retribui.

Marta: Essa casa estava uma sujeira e uma poeira, filho. Se você viesse para cá, certeza que só de pisar aqui já atacava sua alergia... — ela passou a mão no meu rosto. Era muito carinhosa.

Fabrício: Não exagera, dona Marta! — Falei sério, mas senti um cheiro de bolo. — Estou cheio de fome...

Marta: Estou fazendo um bolo de banana com canela...

Fabrício: O meu favorito! Mas, espera... como sabia que eu chegaria hoje?

Marta:  Eu não sabia, mas você tem visita. Então eu aproveitei e fiz um bolo. Está lá na sala... — ela apontou para a porta. Segui e ali eu vi a minha mãe mexendo no porta-retrato.

Fabrício: Mãe?

Vânia: Meu filho... — ela veio até mim e me deu um abraço forte.

Fabrício: Como sabia que chegaria de viagem?? — A soltei.

Vânia: Sua irmã me disse e eu queria te ver. Você sumiu, não apareceu mais em casa... fiquei triste por isso. — A dona Vânia era muito detalhista. Tudo ela se preocupava. Coisa de mãe.

Fabrício: Muito trabalho, mãe. Eu não consigo nem respirar... — me sentei naquele sofá.

Vânia: Como vai Pietra?? — Ela se sentou ao meu lado.

Fabrício: Vai bem... trabalhando muito... — mexi no olho. Odiava mentir para ela, evitava o contato olho no olho.

Vânia: Hum. É que você não levou mais em casa, fiquei preocupada. Está tudo bem com o noivado?? — Ela me olhava séria.

Fabrício: Tudo sim... — olhei para o chão.

Vânia: Meu querido? — Ela se aproximou de mim. — Olha para mim? — Ela pegou o meu rosto. — Está tudo bem? — Por um momento senti aquele carinho de infância que só a minha mãe tinha. Dentro de mim eu estava vazio. Tudo aquilo que eu tinha ali fora com baladas, dinheiro e mulheres... sabia que no final do dia era sempre a mesma coisa. Eu ia dormir sozinho numa grande casa e sem ninguém que me entendesse. Aquilo era apenas uma maquiagem pois a solidão me rondava. Para piorar, ia me casar com quem não sentia nada... somente por dinheiro, por luxúria! Enganava a minha mãe, mas no fundo ela sabia que eu não estava feliz.

Marta sempre cuidou de mim quando a minha mãe não estava. As duas eram as únicas que eu sentia aconchego. O meu pai nunca foi amoroso comigo e nem com Will. Somente a Cris que teve sorte por ser a menina dos seus olhos. Ele mais trabalhava e deixava nós três em casa. A nossa mãe também trabalhava, então a maior parte do tempo eu passava com a Marta. Para elas, eu era um homem bom, justo, mas lá fora eu sabia quem eu realmente era. Talvez o poder subiu na minha cabeça... acabei tendo tudo e não tendo nada ao mesmo tempo.

PERIGOSO DESEJO - Sr FABRÍCIO CARTER - Saga Homens Fortes - LiaWale - Vol. 1 e 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora