Culpada inocente

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Oi querid@s,
Como estão? Espero que muito bem.
Segue mais um capítulo que foi feito com muito carinho.
Desculpe-me por quaisquer erros.
Boa leitura,

Jéssica Miranda.

♡♡♡♡♡♡

  Passei a minha vida tentando corrigir os erros que cometi na minha ânsia de acertar. Ao tentar corrigir um erro, eu cometia outro. Sou uma culpada inocente. 

Clarisse Lispector

João

Enquanto eu achava que tudo finalmente estava se ajeitando entre mim e a Mel, eis que eu descubro que ela voltou para o Rio sem se quer se despedir. Ela se aproveitou do meu luto e foi embora. Aquele ser humano não tem coração. Como ela pode fazer isso comigo? Logo agora que tudo parecia estar tão bem. 

Depois daquela nossa conversa no escritório da mansão, decidi que queria de fato mudar  a minha vida, pois quero dar a ela e ao meu filho uma vida tranquila, quero ser um homem do qual meu filho se orgulhe, quero tomar a família que sempre me pertenceu. 

Não me olhe assim, você sabe que é verdade. Sei que é difícil acreditar que eu mudarei, mas juro que essa é a verdade.

Ontem, pedi ao Arthur que organizasse os papéis do divórcio. Além disso, ele me surpreendeu com a proposta de compra da L&A. Eu nunca tive talento para advocacia, ao contrário dele, além disso, nem a Tina, nem a minha mãe têm a intenção de tocar a empresa. No começo, apenas pensamos em delegar ao Arthur a função de movimentar nossas ações. Mas, como no momento ele se tornara o sócio majoritário, em função das ações que ganhou da Janaína, talvez a melhor solução seja vender para ele a empresa. De qualquer modo, ainda era algo a se negociar. 

No entanto, vi uma oportunidade que ainda não tinha visto. Eu finalmente pensei em montar o meu próprio negócio, afinal se eu vendesse as minhas ações teria o capital de giro necessário para montar a minha própria empresa. 

Nesse momento,  enxerguei o quanto foi inútil negar o legado do meu pai, já que no fim das contas sempre foi isso que me manteve. Agradeci em silêncio por todos os puxões de orelha, por toda insistência para que eu me formasse, por todas as brigas por eu ser um folgado. Hoje, soube que tudo era pelo meu bem, meu pai queria que eu fosse um homem, enquanto eu brinquei de ser um muleque babaca. Apesar de agradecer certas atitudes do meu pai, eu nunca o perdoarei pelo que fez com a minha irmã, mesmo ela tendo o perdoado, contudo me inspirarei na força de vontade dele e trabalharei duro para ser o homem que ele sempre quis que eu fosse. Mas, farei isso pelos motivos certos, farei por mim, por aquela mulher quente, linda e fogosa e pir nosso filho.

De qualquer modo seria mais fácil se nós pudéssemos tirar o véu da hipocrisia e pudéssemos ver o que os nossos pais fazem por nós. Não digo que eles são perfeitos, longe disso, é só que por pior que eles possam ser, nós devemos a eles a nossa vida, então o mínimo que devemos sentir é gratidão. Se eu tivesse ouvido o meu pai, quanto ao trabalho, bem com certeza eu não estaria no buraco em que estou, pelo menos eu estaria trabalhando e poderia dar uma vida confortável para o meu filho e para a Mel. Porém, agora sou um stripper falido, um engenheiro desempregado, com um casamento em ruínas, com um filho que mal me conhece, e sem moral nenhuma com a mulher que eu tanto quero.

Por falar nela, não sei se pego um avião e vou atrás dela para enchê-la de palmadas, ou se espero ela me ligar para se justificar. Eu sei que a segunda opção é a mais madura, pois ela deve ter uma boa explicação. Para ser sincero, penso que ela fez isso para contar a verdade para o Heic. Todavia, o que me preocupa é não saber se ela vai querer morar no Rio, ou vai se mudar para cá. Sei que não posso forçar-la a nada, apesar de torcer para que ela se mude com o meu filho. Estou um pouco animado visto que a minha irmã me disse que a convidou para trabalharem juntas.

Ironias do DesejoWhere stories live. Discover now