Realidade

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Ola querid@s,

como estão?

Segue mais um capítulo.

Espero que gostem.

Desculpe-me por quaisquer erros.

Ah, não deixem de ouvir a música, no momento certo, Take my breath away.

Beijos,

Jéssica Miranda. 

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Melissa

  Ouve-me, ouve o meu silêncio. O que falo nunca é o que falo e sim outra coisa. Capta essa outra coisa de que na verdade falo porque eu mesma não posso. 

Clarice Lispector 

Seus lábios estão contra os meus, suas mãos estão em minha nunca e comandam a posição em que ele me quer. Nesse momento, não sinto minha raiva, nem mesmo aquele desejo puramente sexual. Pelo contrário, eu sinto paz, sinto que estou no lugar e na hora certa. 

Entrego-me àquele beijo como se minha vida dependesse daquilo. Sei que logo isso vai passar, e eu vou ficar em algum canto destruída, juntando os meus pedaços mais uma vez. E sei que quando eu me quebrar, porque isso vai acontecer, a dor será forte, maior do que a da primeira vez, pois eu ainda não me refiz.

Vivo uma mentira, minha vida é uma mentira. As únicas verdades que vivo são os meus amores, por meu filho e por esse homem, que faz os meus neurônios entrarem em curto; literalmente ele faz o tico brigar com o teco, e puta merda, nem vou me ater em entender essa expressão porque ela faz sentido nenhum. Epa, é exatamente isso, eu não faço sentido nenhum.

Sua mão desde para me cintura, e ele me puxa para o seu colo, vou cativa, me sento passando os meus joelhos em volta de seu corpo, logo estamos encaixados, sinto a sua ereção contra mim, e a minha saia subindo. Ele passa a mão em minhas coxas expostas, e eu gemo em seus lábios.

Estou sem fôlego, ele também. Separo os nossos lábios, encosto a minha testa na sua, nossos olhos se encontram, e eu agradeço por estar sentada, se não eu cairia, pois eu vejo paixão, desejo; e amor? Não isso é coisa da minha cabeça. Ele não me ama, ele nunca me amou, eu sim o amo, desde de sempre.

- Merda! Resmungo.

- O que foi, Melzinha?

- Melzinha? Pergunto fazendo uma careta. Ele sorri e me responde:

- Sim. É fofo.

- É fofo um caralho.

- Mulher, cala a boca e me beija.

- Mas...

- Sem mas. Não pense; viva! Olho em seus olhos por mais alguns segundos, e eles continuam me mostrando o que eu quero ver, e isso é algo com o qual eu não sei lidar. Por algum motivo estranho, acho que ele está certo dessa vez, assim, me entrego a minha vontade de beijá-lo até perder o controle do meu corpo e do meu cérebro.

Então, me lembro de uma música Take my breath away, de Berlin. Sim, é aquela música do filme Top Gun, mas eu não me sinto Kelly McGillis nos braços do Tom Cruise, eu me sinto a Melissa nos braços do meu João. E sou obrigada a dizer que é muito melhor. Aqui não tem essa de beijo técnico não, aqui, e agora, ele realmente me tira o fôlego. É como o Faustão diz: quem sabe faz ao vivo.

Ironias do DesejoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin