Ironias do Desejo

Quem ama cuida

Olá meus querid@s,

como vocês estão? Estão com tanta saudades quanto eu?

Eu peço um milhão de desculpas, mas por motivos pessoais tive que parar de escrever um pouco, apesar de não querer isso. Os meus livros são os meus xodós, eu simplesmente amo escrever cada uma das palavras que vocês leem. Mas, na vida real, assim como na ficção, nem tudo são flores, e tem momentos em que devemos fazer escolhas. Eu escolhi parar de escrever por tempo, já que não estava conseguindo manter as estórias como queria. Todavia, agora estou de volta. Espero que ainda não tenham desistido desse casal.

Sem mais delongas, segue um novo capítulo.

Desculpe-me por quaisquer erros.

Um abraço carinhoso,

Jéssica Miranda.

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Recapitulando....

A Melissa e João viveram boas confusões até o momento. Nesse ponto da estória, eles estavam começando a se entenderem, depois de uma conversa franca em que a verdade foi dita. Agora, João sabe que é pai de Heitor e sabe da interferência de sua esposa na história. E ele está decido a conquistar a "sua família", Melissa e Heitor. 

O Joaquim, o pai de João e Valentina, perde a luta contra o câncer. E nesse momento de fragilidade, a Melissa resolve voltar para Rio, a  fim de contar a verdade para o seu filho e se despedir de seu irmão que está de partida para os Estados Unidos.

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Melissa

  "Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca." 

Clarice Lispector 

O tempo cura tudo? Perguntei-me isso assim que saí daquele escritório. Em questões de segundos eu parecia ser aquela adolescente outra vez, e nada do que eu sentia tinha mudado, então, o tempo nada mudou; como sempre estava profundamente enganada. Por mais que me doa assumir isso para mim mesma a verdade é que ainda sou a mesma menina apaixonada, meu corpo ainda deseja o dele como sempre foi. O problema, ou solução -não decidi ainda-, é que agora sou responsável por uma criança de quase dez anos, sendo assim, não posso me dar ao luxo de fazer o que me der na telha.

Depois do meu rompante de lucidez, finalmente me dei conta que teria que contar a verdade para o meu filho, que é o mais prejudicado nessa história.  A minha consciência pesada me fez perder noites e mais noites de sono. 

Em tarde de quarta-feira, o avô do meu filho, pai do João e da Tina, perdeu a luta para o câncer. Não foi nada fácil estar ali naquele momento e me dar conta de que ele não poderia mais conviver com o seu neto. Eu senti pelo filho, pelo meu amor, e pela minha amiga. Então, enquanto o caixão descia campa a baixo, decidi que era hora de contar toda a verdade.

Na manhã seguinte conversei com o João, decidimos que eu contaria tudo para o Heitor, o que ele sabia é  que estava com as passagens compradas para Rio de Janeiro, nem saberia, não até eu estar lá.

Depois de tudo o que aconteceu, meu irmão decidiu aceitar uma proposta de emprego em Nova Iorque, com pesar eu achei que era o melhor que ele fazia, pois precisava recomeçar. Então, além de ir me despedir dele, ia para o Rio para estar em casa quando fosse contar a verdade. Por algum motivo achei que aquilo faria alguma diferença.