- Por que não colocou o alarme no celular em vez de ficar me culpando por seus atrasos?! – Rebateu cruzando os braços abaixo dos seios.

- Agora é assim? Quer dizer que quando acordo de manhã bem cedo pra fazer exercícios e te deixo dormindo, mas te acordo antes de sair pra trabalhar pra que não perca o horário da faculdade mais tarde eu deveria te dizer pra colocar um alarme em seu celular?! – Ela revira os olhos enquanto termino de me vestir. Coloquei uma calça preta justa e uma blusa da mesma cor com detalhes transparentes na parte de cima e uma jaqueta preta por cima. Não estava muito a fim de ir formal hoje. (1)

- Não foi isso que eu disse Lauren. – Ela retrucou parecendo se arrepender do que disse. – Só queria que dormisse mais por conta dos sonhos ruins que ainda tendo. – Em qualquer outro momento eu poderia deixar isso passar, mas estava estressada demais por muito motivos pra apenas deixar isso pra lá.

- Tanto faz. – Murmurei a contragosto depois de me maquiar. Peguei minha xícara e tomei meu chá, Camila continuava me observando. Antes de sair do quarto tropecei em minhas chaves no tapete e quase caí derrubando um pouco do chá no chão. Meus olhos semicerram-se para Camila. – Mas que droga! Por que tem que deixar essas coisas jogadas por ai?! Você não sabe deixar nada arrumado?! – A questionei saindo do quarto e sendo seguida por ela a passos lentos.

Camila nunca deixava as coisas arrumadas. Nosso quarto ás vezes se tornava um campo de guerra, minhas coisas arrumadas em determinadas áreas que usava mais enquanto as de Camila viviam jogadas por aí. Me perguntava se quando nosso bebê nascesse ela deixaria as coisas dele assim ao relento.

- Não vai tomar café da manhã? – Perguntou me vendo lavar rapidamente a xícara que havia tomado chá. Mani e Dinah estavam sentadas nas cadeiras perto da mesa, até havia me esquecido da presença delas ali.

- Não, preciso ir pra empresa, já que estou atrasada e ninguém me acordou. – Cutuquei deixando a xícara no escorredor de pratos.

- Ah, Lauren, não enche! – Murmurou raivosa. – Eu fiz seu café. Se não fizesse seria uma namorada ruim, não é? Mas ai você prefere tomar a droga desse chá que você toma direto. Argh!

- Camila, eu não estou com fome. – Rebati frustrada.

- Nossa! Quando achei que vê-las morando juntas seria interessante, não imaginava isso não... Parece uma guerra. – Murmurou Mani baixinho apenas para que Dinah escutasse, mas falhando.

- Sobre o filme... – Olhei-as. – Talvez se conseguir sair cedo de lá, eu vá e encontro com vocês no cinema ou algo assim... – Expliquei vendo-as assentir.

- Precisamos apoiar nossa amiga. – Mani disse orgulhosa. – Dessa vez ela nos disse que tem uma cena de morte. – Assenti já sabendo daquela história de trás pra frente. – A Vero me contou que ela está toda contente porque Vero disse que nos chamaria para vê-la. Viemos do trabalho dela agora pouco, ela estava arrumando as caixas com os últimos produtos. – Lucy havia seguido a carreira de artes cênicas, o que fazia com que atuasse em peças e coisas do tipo. Ano passado ela conseguiu aparecer em um filme, como figurante. Há seis meses apareceu em outro onde era uma garçonete e tinha apenas uma fala, mas agora seria uma das vítimas de um serial killer em um novo filme de uma franquia. Ou seja, sua participação era maior e como boas amigas que somos sempre combinávamos de ir ao cinema assistir o filme na estreia com ela.

- Aliás... Vocês precisam ir lá. Tem cada coisa magnífica pra se usar nas horas de dar trepadas violentas, sabem o que digo. – Dinah murmurou pensativa.

- DINAH! – Mani e Camila gritaram ao mesmo tempo vendo minha amiga se referir ao novo trabalho de Veronica.

Minha amiga Vero havia acabado a faculdade de psicologia, mas emendara logo com o que ela tanto queria, sua especialização em sexóloga. E como adorava tudo que se refere a isso, tinha planos de abrir um sexy shop, porém precisava de uma sócia e a encontrou semana passada em um café. Vero reencontrou a amiga de Ariana no ensino médio, Liz, que falou a ela que gostaria de investir em algo pra que se ocupasse já que estava desempregada, mas queria se aventurar quanto a empregos, então, minha amiga teve a brilhante ideia de juntas abrirem esse tipo de comércio. Lucy não gostou muito, mas ao ver que Liz continuava a ser inofensiva quanto a "roubar" sua namorada, já que a garota nunca demonstrara estar afim de nenhuma de nós mesmo sendo bissexual, a Vives permitiu e agora as duas tinham um negócio de vender produtos sexuais.

Unpredictable LoveWhere stories live. Discover now