Sete

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Valentine abraçou o ganhador do concurso e sentiu como se estivesse sendo hipócrita. Há pouco o criticava, agora estava parabenizando Noah. Logo se afastou e manteve o rosto sério. Apenas observou sentada, junto com Denise. Estava incomoda da.

– É, ele me parece bom mesmo.

Denise comentou. Ambas o analisavam enquanto ele lia alguns contratos.

– Vamos ver isso na prática. Espero que a gravadora faça bom uso do talento dele.

– Mudando de assunto, fez suas malas?

Valentine assentiu. Estava ansiosa, queria ir o quanto antes.

– Fiquei sabendo que nós vamos encontrar cantores famosíssimos.

Denise deu um gritinho excitada e balançou o cabelo.

– Vai ser bom!

Denise fez cara de tédio devido ao comentário sem graça da amiga.

– Vai ser maravilhoso. Mal posso esperar! Imagine os fãs.

Valentine não se contagiou muito com a alegria da amiga. O que era bem confuso. Depois de anos lutando pela carreira ela se sentia estranha em meio a tudo aquilo.

Lembrou-se da mãe e da irmã. Devia ajuda-las, ambas haviam a apoiado muito.

– Esta você já conhece, é Denise. E essa dos cabelos cacheados é a Valentine. Nossa vocalista. Quando você vê-la cantando, irá se apaixonar pela voz dela.

Um pouco sem jeito ela sorriu. Não havia se dado conta de que o empresário estava apresentando todos para Noah. O jovem sorriu de volta.

–  Já a ouvi cantando.

Ela ficou curiosa em saber mais a respeito mas foi interrompida por que Alexander os levou para conhecer os outros integrantes da banda. Os meninos bebiam uma garrafa de cerveja. Eles estavam eufóricos. Caio podia até ser santo mas quando se juntava com o amigo Victor...   

– Nossa como ele é bonitinho. Nem havia reparado.

Valentine rolou os olhos em direção a Noah.

– Eu não reparei muito bem. E talvez seja só impressão sua, acabamos de o conhecer.

Denise sorriu torto. Sua intuição dizia que o Dj e Valentine teriam uma relação amigável.

– Preciso ir agora.

Depois de aceitar a carona da amiga Denise se despediu dos amigos. As duas entraram no pequeno carro.

– Me pergunto como você consegue manter esse carro com tão pouco dinheiro.

– Oras! Eu dou um jeito. Eu me viro bem.

Denise a encarou.

– Agora me diga o que está acontecendo. Por que está tão estranha?

Valentine ficou em silêncio, até chegarem num sinal vermelho. Aflita ela encarou a amiga.

– Acho que estou com um nervosismo anormal.

Ela suspirou desabafando.

– Vou sentir falta do Edu. Nós conversamos esses dias...

A loira pensou um pouco. Apesar do pouco tempo de amizade conhecia bem alguns aspectos de Valentine.

- Ele gosta de você não é?

A garota arregalou os olhos.

- O que? Não. De onde você tirou isso?

Denise desviou o olhar. Talvez Eduardo tivesse comentando aquilo com ela...

– Foi só um palpite – A loura logo pôs fim ao assunto. – Prossiga.

Valentine se remexeu desconfortável.

– Ele ficou meio abalado. Mas aceitou.

– Essa ansiedade é comum. Até eu estou sentindo um friozinho na barriga.

As duas ficaram pensativas.

– Vamos comer um lanche Dê. Não estou com cabeça para cozinhar.

– Conte comigo para qualquer coisa. E quanto ao lanche, eu jamais recusaria.

Se encararam e Valentine sorriu.

– Mesmo que seja uma loucura?

Denise assentiu.

– É pra isso que servem os amigos. Agora vamos logo.

Valentine sentiu-se um pouco mais calma depois disso.

                       
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– Vamos sentir sua falta.

– E não esquece de trazer presente.

– E largue os cigarros. Eu sei que você fuma.

A mãe e a irmã de Valentine se despediam. Elas aguardavam Edu, ele também queria se despedir, afinal era quase parte da família.

– E mande notícias, ouviu?

De repente as três sentiram se emocionadas. Nunca haviam ficado tantos dias separadas. Seriam sessenta dias longos.

– Estou sentindo que essa viagem vai mudar tudo.

Alexandra comentou. Estava preocupada com sua filha primogênita.

– Não se preocupe mãe. Vai dar tudo certo.

Uma rajada de vento passou, os cachos de Valentine esvoaçaram e ela sentiu um arrepio.

– Boa sorte maninha.

Com lagrimas escorrendo pelos rostos elas se abraçaram, diziam que ligariam todo dia. Valentine entrou no taxi e seguiu pensativa até a casa de Denise. Era uma etapa nova que se iniciaria para todos eles.

– Chegamos senhorita.

– Certo, aguarde um pouco. Minha amiga já está a caminho.

E não deu outra, em segundos, Denise apareceu do outro lado da rua. Estava com os olhos vermelhos quando entrou no carro.

– Parece que eu não sou a única chorona – Valentine disse.

Enquanto esperava o motorista guardar sua mala, Denise apoiou a cabeça no ombro da amiga.

– Não é fácil se despedir de quatro irmãos mais velhos.

A loira era a filha mais nova e tinha quatro irmãos. Todos do sexo masculino. Chegava a ser engraçado.

– Imagino que eles não tenham gostado muito dessa ideia de viajarmos todos juntos.

– Nem um pouquinho.

Ambas riram.

O celular de Valentine começou a tocar. Na tela apareceu uma foto de Edu e Val abraçados. Ela pensou em não o atender, havia o esperado por muito tempo e ele não havia aparecido.

– Onde você está Eduardo?

– Bem atrás do carro.

Tamanha foi a surpresa quando viu seu amigo do lado de fora do carro. E assim um largo sorriso se formou no rosto dela.

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CONTINUA

A Batida Perfeita (#Watts2019)Where stories live. Discover now