• três •

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Taehyung esperou algo acontecer, ainda um pouco atordoado e descrente do que havia acabado de fazer. Encarava a tela do computador enquanto uma barra de "loading" era preenchida, sua mente borbulhando com as palavras de Jisoo e seu coração acelerado, como se tivesse acabado de assaltar a casa do prefeito. Não percebeu que estava prendendo a respiração até que uma notificação piscou na tela do computador.

— "Olá, bem vindo ao Nerve."— o som saiu do computador, lhe assustando.

— "Você escolheu Jogador." — a voz continuou, enquanto imagens aleatórias e um tanto perturbadoras apareciam na tela.

— "Nerve é uma democracia direta, os observadores escolhem os desafios.

Os dois jogadores com maior número de observadores disputam a final, e o vencedor leva tudo.

Os Observadores ficam onde quiser, podem observar de qualquer lugar mas são encorajados a filmar ao vivo. Não se assuste.

Há três regras. Primeira, todos os desafios devem ser filmados no celular do Jogador. Segunda, há apenas duas formas de ser eliminado: fracassando ou desistindo. E por último, dedo-duro se dá mal.

Obrigado por manter Nerve em segredo.

Boa sorte, Jogador."

O acastanhado continuou fitando a tela até que o curto vídeo terminou. Uma estranha sensação de encorajamento lhe preencheu assim que ouviu a última frase.

Sim, ele sabia que era um garoto preso no raio quilométrico de sua zona de conforto, e estava bem com isso. Poderia desistir da faculdade de Fotografia, ficar com sua mãe em Seul e arranjar um emprego perto de casa. Logo sua mãe e ele conseguiriam dinheiro o suficiente para pagar a faculdade de Jennie e quem sabe tirariam a sorte grande e sua mãe conseguiria uma licença para cuidar da filha na Universidade, porque a irmã certamente pioraria sem seus remédios.

Mas ele nunca contou com a sorte, ela nunca esteve ao seu favor desde que nasceu. Não faria mal tentar conseguir dinheiro daquela maneira, faria? Era só um jogo, ele podia fazer alguns desafios se fosse por Jennie e por Suran, já que a matriarca andava muito cansada nos últimos tempos.

O som da notificação em seu celular lhe tirou de seus pensamentos. Destravou o aparelho e deu de cara com letras amarelas na tela. Era seu primeiro desafio.

Vá até o pior bar que você encontrar e peça a um desconhecido para te pagar uma bebida.

Seu nome agora é @Veectory_95

(...)

— Você só pode estar ficando maluco.

Jihoon chegou ali mais rápido do que esperava. O garoto lhe encarou sério assim que entraram no carro.

Taehyung sabia que era um covarde por pedir ajuda ao amigo, mas não conseguiria fazer aquilo sozinho. Não sem Jihoon ali para lhe dar apoio, ou apenas ficar parado enquanto ele dançava a conga ou pior.

Porém, quando explicou a situação, Jihoon lhe encarou como se ele fosse uma ameba que comeu seu melhor amigo. A ameba entendia a situação perfeitamente, mas não tinha tempo para mais conversa.

— Só dirige. Estou perdendo tempo.

O menor rolou os olhos e ligou o carro, pisando no acelerador. Dirigiram por longos minutos, mas achar um bar decente era difícil às quatro da tarde. Foram aos confins da cidade, até que Taehyung focou num estabelecimento escondido no meio de borracharias e lojas de souvenirs. Era uma construção de tinta descascada e portas enegrecidas, sem janelas ou adereços. Na frente, um letreiro de neon brilhava com o nome do bar. "Koda".

— Tem certeza, Taehyung? — Jihoon perguntou uma última vez.

O mais velho apenas assentiu, ajeitando o moletom no corpo e inflando o peito para entrar no recinto. O amigo veio logo atrás.

O bar era tudo o que ele esperava que fosse. Um lugar escuro, cheio de pessoas bebendo recostadas em seus assentos e reclamando ao som de uma música melancólica. Luzes e fumaça cobriam um pequeno palco vazio enquanto garçons passavam com garrafas e mais copos. Um bar comum, mas mesmo assim a sensação de estar ali não lhe agradava

— Rápido, peça àquele cara ali para te pagar uma cerveja. — Jihoon apontou para um senhor sentado sozinho numa mesa, o mesmo petiscava pedaços do que parecia ser carne seca. — Tecnicamente ele não precisa pagar, você só precisa pedir.

Taehyung engoliu em seco. O senhor não parecia muito amigável naquele momento.

— Será que não tem mais ninguém? — ele olhou ao redor, mas todas as mesas estavam ocupadas ou com grupos, ou com duplas de amigos.

— Se você não se sente confortável, posso me fingir de desconhecido. Ninguém vai saber. — o amigo sugeriu.

— Mas ainda preciso de alguém pra gravar...

— Então você tem que ir logo, o tempo vai acabar!

Jihoon tomou o celular de sua mão começou a filmar. Taehyung sentiu seu corpo travar. Porque era tão difícil? Jin faria aquilo em dez segundos e o cara ainda lhe compraria fritas.

Ele estava se dirigindo até a mesa do homem, quando seus olhos captaram a figura de um rapaz entrando no bar.

O cara caminhou direto para o balcão de bebidas e ali se acomodou. Taehyung não pensou muito, apenas contornou o caminho e foi direto para o balcão. O rapaz lhe parecia mais agradável que o outro homem, afinal.

Olhou para trás, vendo que Jihoon continuava filmando e sinalizando para que se apressasse, precisou fechar os olhos e respirou fundo, até que finalmente caminhou até estar perto o suficiente do cara. Taehyung apoiou os cotovelos ali, tentando não parecer estranho. O rapaz não ligou para ele de primeira. Estava desenhando coisas imaginárias no balcão com o indicador.

— Hmm... Boa noite. — Taehyung falou, tentando soar confiante. — Você está... Uh... Afim de me pagar uma cerveja?

O garoto, que até então encarava o balcão como se fosse a coisa mais interessante do mundo, finalmente notou a presença de outro.  Ia dar qualquer fora, quando seu celular apitou na bancada. Taehyung até então não notara o aparelho, mas viu o desconhecido destravá-lo e soltar uma espécie de exclamação.

Direcionou seu olhar de volta ao que estava em pé e sorriu.

— Claro, senta aí.



o fodendo wattpad deu a porra de um bug louco, saiu história do ar e algo me diz que a att não notificou. perdão pelos transtornos. 

nerve » kth+jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora