Verdade

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Camila POV

Há algum tempo atrás

Lei da atração, o universo é composto de energia, em nós ela são nossos pensamentos e sentimentos. O simples ato de pensar e ponderar, é moldar nossa própria realidade. Nosso consciente se foca na realidade e ponderações, nosso subconsciente interage com a energia do universo, logo toda a energia que você direciona ao universo, em subconsciência e consciência, é igualmente semelhante a energia que ele lhe devolve, o universo é interativo, responde teus sentimentos, sendo eles bons ou ruins, sem se importar em qualifica-los.

Ele não irá lhe questionar se o que sente é bom ou ruim, ele apenas leva a sua energia em consideração e devolve muito mais do mesmo. Se direciona-lhe cargas negativas, ele explodirá a ti, cargas negativas, se direciona bondades desregradas, ele será ainda mais louco em devolver-lhe explosivas bondades ainda mais desregradas.

Como penso tanto e sinto tanto, posso citar que subconsciência é incontrolável. Você não pode controlar o desejo por alguém quando isso lhe vem ao pensamento, mesmo que aquilo seja errado, mesmo que tenha limites e que religiosamente você tenha crença de que pecados precisam ser expurgados a todo custo, mesmo que tente policiar ao máximo as energias que envia ao universo quando porventura, como eu, transborde tanta coisa e ao mesmo tempo não se permita ter nada.

"E, se tua mão direita te fizer pecar, corta-a e atira-a para longe de ti; pois te é melhor que um dos teus membros se perca do que todo o teu corpo seja lançado no inferno." Matheus, versículo 30. Essa não sou. Santa Sara Kali poderá fazer-me pagar por meus intensos pecados. Mas essa não pode e nunca poderá ser eu.

Por nosso subconsciente pecamos e não nos livramos do pecado, apenas continuamos seguindo nossa vida, acreditando que fazer algo bom aqui, ou ali, possa poupar-nos de um futuro julgamento final tão intensamente rígido de abertura para falhas. Pecadores, todos nós somos pecadores. Mas não posso citar que não temos salvação.

Eu buscarei a minha, um dia.

Ou eu simplesmente posso aceitar receber toda a energia que meu subconsciente enviou ao universo até aqui, de volta e lidar com a intensidade das coisas.

Suspirei inclinando meu olhar sobre o livro que segurava em mãos, me focando no gramado da universidade de Nova York. Tanta gente correndo de um lado ao outro, mas não era exatamente naquilo que eu me ligava, e sim no jovem recostado com um livro em mãos, lendo completamente compenetrado.

Para cada homem que já estive até aqui, eu sempre sentia a estranha sensação de que era errado, de que não deveria ser. Era o que me colocava ainda mais faminta por conseguir mais, eu sou viciada no que é errado. Eu sempre fui desde que me entendo por gente.

Sara Kali me deu um dom, dom da coerção. Até certa idade, considerei que era um bom dom, em minha infância eu pedia por coisas ínfimas, não era como se o que eu pedisse fosse destruir algo, ou alguém, era quase puro. Quase...

Agora, bem, as coisas estão em posições elevadas, sinto que me dar esse dom, era uma maneira que ela arranjou para me testar, testar meu controle, testar minhas capacidades de saber que tenho tudo em mãos, mas que não devo ter nada por puro altruísmo universal. Sinto que ela não me dará outras oportunidades, ela apenas me deu isso, e eu uso das piores maneiras possíveis, não é positivo, é lascivo, e eu gosto. Meu dom é sedutor, ele me atraiu a um ponto que não tenho volta, como uma faca afiadíssima, com sua face cortante voltada ao meu rosto, lamina essa que eu me curvaria e percorria com a língua, sem medo algum de me cortar.

CrosswordsWhere stories live. Discover now