Crosswords

Supposed

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Flashback

Narrador POV

Dinah Jane Hansen analisava algumas matérias pessoais que tinha plano de publicar. E como tudo em sua vida, analisava várias vezes para se certificar de que o resultado final seria satisfatório. Aprendeu desde cedo dentro do New York Times, que estava lidando com reputações, e ter a maior delas só ampliava a pressão do trabalho que executava.

Além disso, defendia seu pulitzer, e não que aquilo fosse algo crucial em sua vida como um selo que a qualificava à ser melhor do que a maioria dos membros da classe jornalística, mas tê-lo também era motivo para defender reputações, mesmo que aquilo fosse fruto de seus esforços e não a importasse.

O olhar dourado se perdeu dos papeis, os pensamentos se conflitando à pontos de onde queria fugir. Suas submissões estavam aqui agora, mas havia encontrando-as na gaveta de Lauren. E naquele momento, se arrependia de sua reação tão exagerada, mesmo que a mágoa ainda estivesse ali pela falta de consistência naquela situação.

Chegou a pensar que alguém estava tramando para Lauren ali dentro, o que não duvidaria, sabia que tinha membros daquele jornal com um nível elevado de ignorância moral. Mas não havia provas, e esse era um dos típicos casos onde a inexistência delas podia dizer tudo sobre a situação.

Queria confiar na mulher confusa de olhos esmeraldas que conheceu há pouco, sentia não dó, não apenas compreensão, mas algo em Lauren lhe era de apreço pela dedicação pura sem necessitar sobrepor-se diante de ninguém. Logo em sua chegada ao Times, quando Dinah estava em ascensão para assumir a diretoria, Lauren veio como indicação direta de Shortz, não era algo banal, o que poderia aplicar uma autoconfiança muito extrema a jovem mulher por ser prodígio.

Ela não o fez, era completamente o contrário. E por anos Dinah a analisou à distância, prestava atenção em seu trabalho e enxergava uma competência elevada no que ela fazia de melhor, fazia cruzadas que davam gosto de fazer, era tão semelhante à Shortz que Mariele Guzman insistiu por meses para conhecer a mulher prodígio de Hansen.

Ela se negou, não queria deixar aberturas para que Lauren se seduzisse a abandona-la e ir em direção ao New York Post. E claro, aquilo não havia afetado nada na época, Mariele não havia levado nada para o lado pessoal.

Dinah suspirou, o olhar dourado opaco, sabia que nesse momento Mariele faria de tudo para que as indiretas seduzissem Lauren, e ela não colocaria dificuldades alguma naquilo se era o certo. Não podia ter Lauren em sua equipe mais se as coisas estavam tão inconsistentes, despertaria comentários maldosos de funcionários, e por mais que quisesse manter a mulher prodígio em sua equipe independentemente das dúvidas ou não, sabia que a puxar novamente para si sem saber de nada do que havia acontecido ao certo, a faria sofrer por comentários dos outros.

Não queria aquilo, tinha consciência de que o melhor era deixar ela ir, e para isso, fazia o que podia para deixar a carreira dela completamente cristalina e intocada.

O toque na porta foi repentino. Hansen elevou o olhar.

- Entre. - Não estava esperando ninguém, e não havia sido avisada de nada. A porta se abriu, lenta, e Normani Kordei entrou, a olhando com relutância por entrar em sua sala sem avisos e permissões. Dinah se ergueu imediatamente, olhando surpresa para a visita tão inesperada.

- Oi, Dinah... - A voz arrastada, estava lotada de dúvidas sobre como abordar aquela situação depois da última briga que tiveram logo no dia de aniversário de namoro.

- Normani... - Contornou sua mesa olhando para a noiva segurando sua bolsa frente ao corpo. Normani suspirou, abaixando o olhar.

- Eu queria conversar com você, foram alguns dias estranhos longe e... - Pausou se aproximando de Dinah, olhando-a nos olhos porque era daquela maneira que funcionavam. E nunca foi tão difícil o fazer, sentindo a pressão da dúvida sobre falar a verdade sobre Lauren e ferrar as coisas completamente para Keana.