C16

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- o que você está fazendo aqui no quarto de Kayla - ela o questiona após olhar para mim - o que vocês estavam fazendo? - seu olhar de fúria era visível, eu podia jurar que ela me partiria em pedaços se houvesse uma faca em sua posse naquele momento.

- nada meu amor, vim ver se Kayla está bem somente - Grayson roubou a fala, e eu apenas assenti, mentindo na maior cara de pau.

- e por que você faria isso "amor"? - disse enfatizando o amor fazendo aspas com seus dedos, olhou para mim novamente esperando respostas, mas nada conseguia sair de minha boca.

- eu me senti mal por não ter acreditado nela antes dela sair daqui - soltou essa desculpa que não a convenceu bem.

- e por que eu deveria acreditar nisso? - cruzou seus braços em forma de autoridade.

- não teria outro motivo Elizabeth, e eu já estava mesmo tirando ele daqui - o empurrei para fora torcendo para que eles tomassem o caminho do quarto de Elizabeth, mas com certeza ela não perderia essa chance de brigar comigo.

- acha mesmo que eu vou acreditar nessa história piranha? - minha irmã soltou sua fúria com toda a classe possível que existia nela, seu namorado a puxava pelo braço tentando fazer com que ela se renda. Cruzei meus braços e sorri para ela.

- em algum momento eu falei para você acreditar nessa história? - revidei no mesmo tom.

- eu falei pra ficar longe dele - sua classe já não existe mais, ela me empurra e me encontro ao chão.

- você deveria falar isso pra ele maninha, agora se me der licença, já cansei desse circo, quero dormir - me levantei e fechei minha porta com força, fazendo um barulho bem alto, acho até que Mary e Ethan acordaram. Me apoiei na porta e fiquei lá, pensando em tudo, tentando digerir, levei minhas mãos ao meu rosto e simplimente balancei a cabeça.

- o que está acontecendo - sussurrei a mim mesma.

Na manhã do mesmo dia, acordei com meu telefone tocando, bufei e torci para que não fosse o David. Olhei no visor e vi um número totalmente desconhecido.

*

- quem é?

- Kayla? Oi minha querida, como vai você? - uma voz doce ecoou sobre minha cabeça, mas ainda me impedia de reconhecer.

- desculpa quem é?

- desculpe me, que loucura a minha, imagino que nem se lembre dá voz de sua tia, aqui quem fala é Isabella, se lembra de mim? - como eu poderia esquecer, meus pais não eram próximos a membros de duas famílias, meu pai principalmente, e bom por parte de mãe, tínhamos a tia Isabella, ela nunca foi presente, na verdade era a única tia, mas a tia que so mandava presente, se é que me entende, vimos ela uma ou duas vezes no máximo, mas nada de grandioso, ela se parecia muito com minha mãe, era o que as fotos mostravam, a mãe delas, minha avó no caso, morreu a muito tempo, e sempre criou elas sozinha, titia tinha a vida bem sucedida, tinha uma bela família, uma bela casa com vista para o mar, e morava a quilômetros de distância.

- olá tia Bell, que bom ouvir sua voz novamente - minto.

- como estão as coisas aí? - lança uma pergunta sem sentido, já que nunca se interessou - eu só liguei para te informar de que domingo de manhã vocês viram pra cá, passar uns dias aqui em casa.

- como assim? - questiono confusa.

- eu liguei essa semana para Elizabeth, ela disse que está planejando uma festa para vocês amanhã, e como eu não poderei ir, pedi para que viessem pra cá, e olha pode trazer uma amiga ou amigo tá bom querida?

- não tenho amigos, olha tia, eu te ligo depois OK? Estou meio ocupada agora - na verdade eu não estava.

- tá bom Kayla, até já.

*

Acabei de acordar e já roubaram minha felicidade, amanhã já é a festa, e domingo iremos para a casa dá tia Bell e eu nem estava sabendo, tô vendo que esse final de semana vai ser longo. Já vou começar a me preparar psicologicamente pra essa festa contra minha vontade, já que o que eu falo não importa aqui, ao menos se papai estivesse aqui ele se importaria.

Trato logo de descer e confrontar as meninas sobre essa pequena viagem que faremos, ao descer encontro os gêmeos jogando vídeo game no sofá e as gêmeas tomando café.

- belo pijama - ouço Ethan e lhe jogo uma almofada.

- cala essa boca - digo rindo dá situação.

- parece que alguém acordou de bom humor - Mary sorri.

- na verdade não, quando iriam me contar que íamos a casa dá tia Bell? Só no domingo, quando vocês estivessem indo? Iam me deixar para trás?

- não seria uma má ideia, na verdade era isso mesmo que eu queria fazer - Elizabeth solta um sorriso sínico, e Mary a olha.

- era meio que uma surpresa, achei que você iria gostar de ver um rosto familiar - Mary diz acanhada.

- familiar? Tia Bell só apareceu duas vezes e olhe lá, isso não ajudaria em nada - digo irritada - e aposto que vocês vão levar esses encostos, ao menos podiam ter me contado.

- queríamos evitar esse seu piti que já está virando rotina e me irritando, as coisas já não são mais do seu jeito, então vê se para, você vai e pronto - Elizabeth se intromete já querendo arrumar briga, mas eu não entrei em seu jogo, embora eu quisesse muito, respirei fundo, e não questionei mais nada, não queria outro confronto desnecessário que seria perdido.

Gêmeos.Where stories live. Discover now