Capítulo 11

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Liz

Abro os olhos, instintivamente começo me perguntar onde estou. Olho ao redor em um quarto que não é o meu. Paredes cinza, uma estante com livros, uma bancada com um notebook, cortinas azul marinho um pouco abertas mostrando pela janela nuvens pesadas e cinzas. Gotas de chuva escorrem pelo vidro. É mais um dia frio em São Paulo. Eu deveria estar com frio, mas sinto um calor vindo de um corpo grande e sólido aconchegado nas minhas costas, uma ereção enorme pressionada contra a minha bunda.

Oh meu Deus! Só pode ser... uma pessoa.

Gustavo.

Como uma bomba, as lembranças de ontem começam a explodir na minha cabeça. Assim que ele abriu a porta lindo e despretensioso como só ele consegue ser, vestindo jeans claros rasgados nos joelhos, uma camiseta preta e os pés descalços. Minha vontade era pular em cima dele e beijá-lo até ficar sem fôlego. Tentei falar algo, mas tudo que tinha planejado em minha mente sumiu. Eu não raciocinei mais, só enxergava aquele homem lindo na minha frente. Esforcei-me para afastar todo o desejo que estava sentindo e falei seu nome como se estivesse implorando que ele estivesse pensando a mesma coisa que eu.

— Gustavo... – quase choraminguei em uma mistura de irritação e suplica.

— Liz. – ele sussurrou meu nome calorosamente. Quando ele me puxou para dentro do apartamento, senti meu corpo amolecer a partir do toque da mão dele no meu braço. Tentei falar, mas já não sei ao certo sobre o quê, só queria ser firme nessa hora e não me sentir tão afetada pela presença dele. Eu estava bêbada, mas ainda não estava louca, eu deveria ser forte e resistir ao seu charme. Não, eu não queria resistir, eu queria ceder.

Eu queria ele. Naquele momento.

Quando ele chocou nossas bocas num beijo avassalador, eu saí de órbita, eu voava como um pássaro numa tarde de verão, bem próximo do sol, tão perto que seu calor me aqueceu e me transportou para lugares nunca antes visitados. Eu queria mais. Ele me beijou como se estivesse necessitado disso, e eu me dei a ele. Seu toque no meu corpo ia deixando caminhos de calor, quando ele começou a descobrir o caminho até o meu núcleo, eu comecei a tremer, meu coração estava acelerado e eu podia ter certeza de que ele estava sentindo, uma mistura de medo e luxúria, eu queria, mas deveria ter forças para dizer que nunca fiz isso. O que ele acharia de mim?

Uma mulher frígida de vinte e tantos anos? Talvez. Preferi calar, eu não queria estragar o momento nem a forma que estava me sentindo, quando ele passou seus dedos pela minha vulva que já estava molhando minhas coxas de tão úmida eu não aguentei mais.

— Gustavo, eu, eu... - tento falar esquecendo as palavras.

— Liz, o que foi? Estou indo muito rápido? Desculpe-me, não quero assustá-la, mas você me deixa louco Liz, completamente fora do meu juízo normal. Ele se justifica com um olhar preocupado.

— Não, de jeito nenhum, eu quero você. - comecei a falar e ele me pegou de jeito me virando de costas pra ele, começou a beijar meu pescoço revezando entre beijos suaves e mordidas provocantes. Sem ao menos avisar, rasgou meu vestido como um homem das cavernas, fazendo o tecido cair nos meus pés em trapos de renda. E eu adorei.

Apesar de nunca ter ficado tão vulnerável na frente de ninguém, me senti linda e verdadeiramente poderosa. Gustavo me olhava com veneração. Foram os minutos mais intensos que já vivi na vida. Até começar a sentir meu estômago embrulhar. Não podia ser, eu queria vomitar, tentei afastar o pensamento da minha cabeça, mais foi em vão. Um gosto amargo atingiu minha garganta e eu precisava correr para não derramar todos os drinques que bebi em cima dele, que estava se despindo todo lindo para mim.

Azul Profundo ( Livro 1 Série Cores) SEM REVISÃOWhere stories live. Discover now