Capítulo 15

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Liz

Acordei com um beijo suave nos lábios, meu olfato logo foi desperto por um cheirinho delicioso de café. Meu estômago roncou, gemi manhosa e abri os olhos, Gustavo me encarava sorrindo lindamente, seus olhos brilhantes pareciam duas esferas cor de uísque.

— Bom dia, dorminhoca! – fala me mostrando uma bandeja de café da manhã sortida de pãezinhos, bolo, morangos e duas xícaras de café fumegantes.

— Bom dia, isso tudo é pra mim? – aponto pra bandeja caprichada.

— Sim, eu estava lhe devendo um café da manhã na cama. – ele diz me ajudando a sentar-me com as costas contra a cabeceira da cama. Gustavo coloca a bandeja no meu colo e vem sentar do meu lado.

— Que horas são? Eu tenho que ir trabalhar. – pergunto preocupada com a hora, hoje meu chefe deve estar de volta da viagem e não posso me atrasar.

— Ainda está bem cedo, você tem tempo. Eu quis que você se alimentasse antes de ir pro trabalho. – Gustavo me beija docemente e me entrega uma xícara de café.

— Hum... Está um cheirinho delicioso, onde você conseguiu tudo isso fresquinho? - questiono curiosa.

— Acordei uma hora atrás, dei um pulo na padaria ali na outra rua. Queria te fazer uma surpresa. – confessa acanhado e eu fico ainda mais boba com seu dengo, ele foi muito doce em acordar cedo e ir buscar café da manhã pra mim.

— Eu adorei. – tranquilizo-o e beijo sua boca em agradecimento.

Comemos em silêncio olhando um para o outro. Desfrutando da companhia de poder acordar com alguém. Isso pra mim é inédito, dormir na cama de um homem e ter companhia para a primeira refeição do dia é um milagre, sempre tomo meu café preto sozinha.

— Obrigada pelo café, eu amei, estava mesmo morrendo de fome. Mas agora preciso ir em casa trocar de roupa para ir trabalhar. – me movo para levantar, mas ele me para.

— Não precisa. – Gustavo me tranquiliza.

— Como assim, não precisa? – pergunto sorrindo.

— Como eu queria que você dormisse mais um pouco antes de ir trabalhar, quando estava indo a padaria usei as suas chaves que estavam no sofá, fui até seu apartamento e te trouxe suas coisas.

— O quê? – pergunto surpresa.

— Está tudo ali. – ele aponta para uma cadeira no canto do quarto com minhas coisas em cima, calça, blusa, sutiã, calcinha, sapatos, estojo de maquiagem e a minha bolsa.

Olho pra ele sem saber ao certo se gostei da surpresa. Ele entrou no meu apartamento sem me avisar, esse tipo de intimidade me assusta um pouco, mas ao mesmo tempo me reconforta. Meu apartamento é meu santuário, tudo é do meu jeitinho, com a minha cara. E saber que alguém está invadindo meu mundinho é tudo que eu não queria.

Mas de alguma forma eu quero que Gustavo faça isso, que entre e não se poupe em abalar o meu mundo. Eu sei que algumas pessoas poderiam achar que sou louca por estar me apaixonando por um homem em menos de uma semana, mas eu estou. Perdidamente.

De uma coisa eu sei, o amor não conhece a palavra tempo. Ele não avisa quando chega, nem quando vai. O amor não joga com regras. Ele tem vontade própria e habita tudo que lhe dê na telha. Encontrando pessoas aleatórias, transformando suas vidas e lhes enviando a percorrer abismos tortuosos e infinitos, pois quando se ama sempre se está no limite, na beira do precipício, na ponta da prancha, é um salto cego no crepúsculo com a esperança de cair sobre uma cama de estrelas.

Azul Profundo ( Livro 1 Série Cores) SEM REVISÃOUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum