Capítulo 5

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Liz

Gustavo entra olhando ao redor do meu apartamento, tenho certeza que ele repara nas cores frias das paredes em contraste com os quadros coloridos pendurados na sala. Meu apartamento é pequeno, mas foi o que pude pagar nesta área da cidade.

Eu mesma o decorei, pintei as paredes de branco para destacar os quadros de flores coloridas que meu pai pintou pra mim, quando ele me deu para enfeitar meu quarto, disse que as cores lembravam minha alma colorida. Se meu pai soubesse que agora minha alma deve ser cinza, fria e mórbida tenho certeza que ele ficaria decepcionado.

Na sala, um sofá de três lugares azul turquesa está de frente para o home com uma TV e meu tocador de vinil antigo, que consegui em um antiquário quando me mudei pra cá, a sala tem uma bancada americana que faz a divisão do cômodo com a minha mini cozinha. Tenho tudo de que uma pessoa pode precisar para fazer uma comida decente. O lugar é simples, mas tem meu jeito em tudo.

Peço a Gustavo para colocar as sacolas em cima do balcão da cozinha para que possa guardar as compras.

— Seu apartamento é muito legal, adorei os quadros, parecem com você. - diz sorrindo encantadoramente pra mim.

— O que você disse? - pergunto intrigada.

— Eu disse que os quadros me lembram você. Quem é o artista?

— Meu pai os pintou. – confesso um pouco sem jeito.

— Uau, ele é bom. Deixa eu te ajudar com essas coisas. – Gustavo fala se aproximando de mim na cozinha.

De repente, me pego olhando dele para os quadros impressionistas, como se estivesse assistindo um jogo de tênis. Como ele foi capaz de ligar esses quadros a mim? São apenas flores coloridas pinceladas em diversas formas, será que ele também acha minha alma colorida como meu pai costumava dizer?

Impossível, eu só o tratei defensivamente até aqui. O moreno bonito continua tirando minhas compras das sacolas e colocando em cima do balcão da cozinha, como se estivesse acostumado a essa tarefa.

 O moreno bonito continua tirando minhas compras das sacolas e colocando em cima do balcão da cozinha, como se estivesse acostumado a essa tarefa

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— Ah! Pode deixar que eu faço isso, pode sentar que eu lhe sirvo uma taça de vinho e conversamos sobre o seu dia, é pra isso que estamos aqui. - digo isso pegando duas taças do armário.

— Não custa nada ajudar, você pode me servir à taça de vinho e eu continuo te ajudando a guardar essas coisas.

Coloco as taças na bancada e começo a abrir as gavetas.

— Tudo bem, me deixa só achar o abridor. - pego o abridor de vinho na gaveta, ele toma-o da minha mão, quando nossos dedos se tocam sinto aquele mesmo arrepio incomum que senti de manhã. Afasto minha mão rapidamente e Gustavo abre a garrafa de vinho sem nenhum esforço, como se fizesse isso todos os dias. Serve nossas taças e me oferece uma. Estende a taça dele em minha direção, encosto a minha taça na dele para fazer o brinde.

Azul Profundo ( Livro 1 Série Cores) SEM REVISÃOWhere stories live. Discover now