Capítulo 13

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Lis acordou com o seu corpo dormente. Olhou para os lados e não tinha ninguém ao seu lado, a não ser uma sombra com óculos e com uma toca preta.

— Até que enfim, já estava cansada de esperar — Milena exclama irritada.

Lis dá um pulo da cama e quando tenta abrir a porta sente dor por causa do seu ponto.

— Tadinha da Lis. — diz com ironia. — Eu também ganhei um, só que foi aqui — diz encolhendo a toca e mostrando três pontos quase no seu coro cabeludo.

Lis pelo menos agora sabia onde sua irmã estava e como ela estava.

— Sua queda foi pior que a minha, bem feito. Não tente mais fugir de mim — diz enquanto anda em direção a porta.

Ela para no meio do caminho e tira uma tomada do chão:

— Ops, será que você precisava disso? — ela ri amargamente e some.

Lis começa a sentir o seu peito mais forte e uma falta de ar a invadir. Logo ela vê que a Milena havia desligado as máquinas, principalmente a que a ajudava a respirar sem sentir dor por causa do ponto. Ela caiu da cama e chegou até a porta, a abriu e deitada no chão tentou rastejar.

— A-ajuda — sussurra.

Max que estava distraído na máquina de lanches, vira os seus olhos na direção dela e corre. Ele a deita na cama e chama alguns médicos que ligam as máquinas novamente, trazendo o ar para os pulmões dela.
Ela sorri e agradece enquanto abraça o amigo com carinho. Ele sempre estava ao seu lado, sempre que ela precisava.

— Lis, eu sinto muito. E-eu deveria ter te ajudado quando você precisava — diz segurando a mão da jovem enquanto lágrimas escorrem pelo seu rosto.

Ela nunca o havia visto chorar, ele sempre fora ou aparentara ser muito forte na frente dela. Ela o abraçou com força e sentiu lágrimas brotarem em seus olhos.

Estava se tornando uma completa chorona.

Sentiu algo cair do seu travesseiro e logo viu um pedaço de papel no chão. Pediu para que Max saísse para ela ficar sozinha e pensar. Pegou o papel e logo o abriu, vendo uma caligrafia bem requintada:

"Me desculpe, por tudo, Lis. Estou indo resolver tudo isso. Você nunca mais será obrigada a ver o meu rosto.

— Com amor, Felipe Soares."

Ele havia finalmente contado a ela o seu sobrenome, remetendo a sua grande família. Agora ele já sabia que ela conhecia a origem dele e a sua família rica.

Sendo que ela já sabia disso há muito tempo.

Limpou mais algumas lágrimas insistentes e logo lembrou-se da sua aula de psicologia.

"Como descobrir se alguém está tendo atitudes suicidas."

E ao mesmo tempo a frase se encaixou em seus pensamentos; vou acabar com isso. Ela entendeu as entrelinhas. Ele iria tirar a sua própria vida.

— Max! MAX! — gritou.

Ele correu para o quarto preocupado falando "o que foi?!" e ela pediu algo que sabia que para ele era muito difícil.

— Não — ele respondeu ríspido.

— Max, ele precisa de alguém. Eu sei que ele faria o mesmo por você. Eu só preciso que me leve com o seu carro — insiste.

Depois da Meia-NoiteWhere stories live. Discover now