Capítulo 8

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Melissa acorda com dor nas costas, o sofá do apartamento da Júllia não era tão confortável quanto parecia. Contudo ela não queria ficar sozinha no seu apartamento, e também não queria ver a cara do Felipe, pelos menos por enquanto.

— Obrigada por me deixar dormir aqui, Ju — diz Lis com gratidão.

— Que nada, esse sofá tá aí e ninguém usa mesmo — responde Júllia tomando café.

— Me senti como um objeto — responde Lis rindo enquanto pega o seu telefone.

O celular brilha ao toque da dona, e logo uma mensagem aparece:

"Amei a noite de ontem" - Max.

Lis lê a mensagem surpresa e ao mesmo tempo com humor.

Ela tinha perdido alguma coisa da noite anterior?

Ou o amigo dela estava enlouquecendo?

Ou tendo sonhos impróprios com ela.

"Vem cá. Mudou o seu medicamento?" - Lis.

Ela ri da sua própria resposta e larga o aparelho com medo de que mais alguma mensagem estranha apareça.

— O que foi? — indaga Júllia ao ver a Lis com uma cara de preocupação.

— Tanta coisa. Eu gosto do Felipe, mas sempre que ficamos juntos algo dá errado. Também gosto do Max, só como amigo e ele acaba levando para o outro lado. — responde deixando a cabeça cair na mesa, junto dos seus cabelos cor de mel.

— Ai, amiga, liga não. Se a vida fosse fácil eu estaria casada com o Brad Pitt e a Angelina estaria solteira — diz com humor.

Lis começa a rir e logo sente algo peludo passar pelo seu pescoço:

— Meu Deus! — exclama após levar um susto. — Não sabia que você tinha um gato — comenta fazendo carinho no bicho.

Se a vida dela fosse tão tranquila como a de um gato...

Principalmente depois que ela conversasse com os dois homens mais próximos dela. A verdade estava mais perto do que ela pensava, a mais ou menos um milímetro do seu nariz.

— Você sabe que tem que enfrentar a realidade — diz a sua amiga quase lendo os seus pensamentos.

Ela sabia disso.

Como sabia... contudo preferiria não saber. Algo que ela também vai sentir quando voltar para a sua realidade.

A vida já tinha travado um futuro para ela, e por enquanto seria doloroso. Se ela havia se chateado pela morte da mãe, pioraria muito mais ao saber do que aconteceu no dia anterior.

Principalmente quando fosse dada de mentirosa.

— Estou indo para casa, obrigada por tudo — se despede pegando a sua bolsa e jogando um beijo na direção da amiga, antes que a mesma falasse algo.



Melissa anda tranquilamente pela rua; olhando as árvores, os animais, quando acidentalmente encontra uma pessoa nem um pouco feliz.

— Olha por onde...— exclama o homem, seus olhos se arregalam ao perceber quem era a pessoa a sua frente. — Lis! — cumprimenta enquanto a abraça.

Esse dia não poderia ficar mais estranho para a pobre Melissa.

— Oi, Felipe — o saúda sem graça.

— Me desculpe por ter ido embora correndo ontem, eu queria ter ficado, mas estava passando mal — comenta Felipe temeroso.

Lis franze o senho e agora está dito, ou ela teve problema de memória ou virou sonâmbula. Talvez as pessoas estejam só brincando com a cara dela, e se for isso, ela vai se vingar amargamente.

Depois da Meia-NoiteWhere stories live. Discover now