Ele a puxa para uma parede que tinha um vácuo, e logo são engolidos pela escuridão e pela poeira. O guarda passa bem perto deles e voltou por onde veio, levando consigo o diário da Milena.
— Não — Lis sussurra sem perceber, e após o guarda voltar, o jovem tapa a boca dela.
Pior hora para abrir a boca, Lis.
O homem dá de ombros e volta a andar pelos corredores desertos da clínica.
— Você é maluca?
— Desculpa, eu não me contive. Ele pegou o que eu mais precisava, e agora?! — suplica já impaciente.
— Tem como pedir favores em troca de algo, eu dou um jeito nisso. — faz uma pausa. — Só vamos sair daqui, eu sou meio claustrofóbico. — diz, respirando fundo ao sair do buraco que estavam.
— É, eu também sou. Teve uma vez que eu fiquei presa em um elevador e quase achei que ia desmaiar. — responde lembrando do fato que aconteceu com ela e o Felipe.
Felipe, esse nome novamente lhe vem a mente. Como era tão difícil esquecer dele? Mesmo assim, ela precisaria. Só de pensar na Milena e no Felipe, juntos...
Uma repulsa sobe em seu interior.
— Eu acho que eu vou vomitar — exclama achando uma lixeira antiga e vomitando na mesma.
— Nossa, sua fobia é bem forte. — diz o homem tapando o nariz com humor.
— Não é só isso. Depois eu te explico — responde voltando por onde eles vieram.
— E aliás, meu nome é Calebe. — responde o homem.
— Humm, prazer —responde Lis distraída.
Eles voltam respectivamente aos seus quartos, e Lis cai no chão de almofadas e dorme um sono pesado.
Ela levanta com o sol refletindo bem na porta do seu quarto. Ela ouve vozes e a porta do seu quarto se abre.
— Seu remédio matinal. — diz um enfermeiro entregando uma pílula e um copo com água a ela.
A jovem engole e é puxada pelo braço.
— Vamos aonde?
— Para onde todos os doentes ficam — diz como se ela já soubesse.
Lis queria gritar e espernear, falar que não deveria estar aqui, contudo ela já sabia que essa frase deveria ser clichê nesse lugar. Ela vê um cômodo comum, com pessoas diferentes; homens, mulheres, idosos. Um tremor toma conta do seu corpo ao pensar que sua irmã ficou presa nesse lugar com essas pessoas desde a sua infância.
O diário.
Lembrou-se do seu objetivo desde a noite passada. Deveria encontrar o Calebe, ele a ajudaria a achar o diário.
O homem a soltou e saiu normalmente.
Eram todos objetos.
Objetos caros por conta do pagamento da clinica.
Com certeza sua vó que pagou tudo, pois ela e o pai da Lis tinham herdado a fortuna do falecido pai/marido.
Como se o dinheiro comprasse tudo...
Nem a vida da sua mãe ele conseguiu suportar por muito tempo.
Lágrimas rolaram pelo seu rosto e logo sentiu uma mão confortante em seu ombro. Olhou para o lado e viu uma velinha sorridente:
— Lembra que da última vez que você chorou, e me prometeu contar tudo— diz a idosa com humor.
— Minha mãe morreu— responde Lis sem perceber.
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Depois da Meia-Noite
RomanceMelissa em sua faculdade, sempre observou um garoto; seus amigos, seu jeito, ela praticamente o conhecia, contudo nunca soube o nome dele. Era como uma paixão à distância. Ela o queria, e ele a queria, porém eles sabiam que juntos causariam uma gran...