6. Por gasolina no carro

7. Tentar não bater em um poste

8. Chegar em casa

9. Tentar cozinhar

 10. Dormir (Urgentíssimo)

Bom, a lista em ordem de prioridades já tenho, agora preciso tentar segui-la. Ouço o sinal de que o elevador chegou ao meu andar, entro e aperto o botão da garagem.

Estou sozinha dentro dele pro meu alívio, sinto-me sufocada em elevadores lotados, a mistura de odores e olhos atentos em mim me deixam desesperada.

Mas meu alívio dura pouco, o elevador para no 18º andar e entra um rapaz, não, ele não é bem um rapaz, está mais pra um homem, acho que deve estar entre os seus 25 ou 26 anos, talvez 1,90 de altura, o corpo construído como de um Deus grego com ombros largos e estruturados, quadris estreitos sustentados por pernas longas e tonificadas.

Descaradamente usa uma camiseta surrada de uma banda de rock dos anos 80 bem justa deixando os braços tão apertados nas mangas da camiseta que não deixam nem espaço pra minha imaginação criativa.

Todo seu braço direito está coberto de tatuagens interessantes indo da mão a junta dos dedos. São tantos desenhos, que não tenho tempo de decifrar cada um, porque meus olhos percorrem despudoradamente pelos seus braços até suas mãos grandes e masculinas.

Uau! São mãos enormes.

Qual o sentido de alguém admirar as mãos de um estranho? Mudo o foco da minha investigação e desço meus olhos para a parte de baixo do seu corpo. O homem está vestindo um jeans preto tão surrado quando a camisa. Mas meu Deus! Quem se importa com roupa quando se tem um corpo desses? A calça se agarra nos quadris displicente, como se estivesse acostumada a vestir homens gostosos o tempo inteiro.

Ah, como eu queria estar no lugar dessa calça jeans!

O que  eu estou fazendo? Devorando um desconhecido que provavelmente é meu vizinho de prédio logo cedo pela manhã.


Que vergonha Liz!

Essa minha análise de raio-x só dura cerca de quatro ou cinco segundos, tempo suficiente pra ele entrar no elevador e levar o dedo até o botão do G1 que já está selecionado devido ser exatamente o mesmo que o meu.

Santa coincidência!

O moreno até então desconhecido me cumprimenta com um discreto bom dia e uma leve voz de sono. Desvio meus olhos do painel do elevador pra responder e é aí que reparo bem em seu rosto, meus olhos fixam em um par de olhos cor de uísque, que parecem atrair os meus como ímãs. O desconhecido me olha tão atentamente que parece decifrar cada pequeno segredo oculto que carrego. Ele simplesmente não me olha como fazemos quando vemos algo interessante, ele me percebe.

O moreno bonito parece ver muito mais do que minha maquiagem bem feita e minhas roupas caras. Ele parece ver sobre minha pele, e eu não sei como me sinto sobre isso.

Por puro instinto continuo a observar seus detalhes, seus cabelos escuros e bagunçados caem em sua testa como se seu pente fosse seus próprios dedos, o rosto quadrado e bem desenhado carregando uma barba rala. As sobrancelhas grossas e expressivas, nariz bem feito com pontinha um pouco torta pra direita, como se já tivesse sido quebrado em algum momento da vida.

A boca, ah a boca! Que boca, lábios grossos e suculentos, sim, são suculentos, ele tem uma boca que parece ter sido feita pra ser beijada, chupada, sugada e oh...

Azul Profundo ( Livro 1 Série Cores) SEM REVISÃOWhere stories live. Discover now