Argh, como você ficou sabendo? Pensei que ninguém estava por perto quando ele me convidou.

— É verdade que ele me convidou... — A voz de Tsukiko foi sumindo.

— Você vai, não vai? — insistiu Yui. — Se for pro jogo do seu vizinho, que mal tem chance de jogar, você vai pro jogo do seu possível namorado.

— Namorado... Dá pra parar de chamar ele disso? Não estamos nem perto... — O rosto de Tsukiko queimava. — Por que você insiste tanto nele?

— É porque me lembro de como você olhava pra ele ano passado. E como seu sorriso sumia toda vez que via ele com a Uihara — disse Yui, olhando bem nos olhos de Tsukiko. — Eu sei que você gosta dele. Ao menos gostava até o garoto surgir.

— Yui...

— Só não quero te ver arrependida. Sofrer por amor é uma droga, sabe? — A amiga dela se afastou.

Tsukiko olhou para as costas de Yui e de repente entendeu. Ela está falando dela mesma também... Não tinha ideia que a Yui gostava de alguém, pensou. Lembro que ela evitou a pergunta até quando estávamos um pouquinho bêbadas na véspera de ano novo... Mas sei que ela não quer falar sobre isso agora. Tsukiko correu até ficar lado a lado com sua amiga.

— Obrigada por pensar em mim — disse, abraçando Yui. — Prometo que não farei nada de que possa me arrepender, ok?

— Conhecendo você, duvido disso — disse Yui, acariciando a cabeça de Tsukiko como se ela fosse uma criança. Antes que a garota ficasse brava, elas chegaram ao campo. — Acho que já vão começar.

— O quê? — Tsukiko soltou a amiga e correu entre os poucos espectadores para achar os melhores assentos. — Nos atrasamos por sua culpa.

— Não me culpe. — Yui sentou ao lado de Tsukiko. — E não é como se ele fosse titular, então não tem perigo de perder algum dos melhores momentos dele.

Tsukiko pressionou os lábios para conter sua resposta imediata.

— Cadê ele? — murmurou ela, procurando por Taiyou-kun.

— Provavelmente no banco. Isso se ele for razoável — disse Yui, sem interesse, pegando o celular.

Tsukiko estreitou os olhos.

— Ah! Lá está ele — disse, apontando. — Ele é o dezessete.

— Sério? Valeu por falar. Eu nunca reconheceria. Tipo, você só mostrou umas quatrocentas fotos dele. Como eu reconheceria só com isso?

— Seu sarcasmo não foi requisitado.

— Mas necessário — riu Yui, ao ver o rosto irritado de Tsukiko. — Estou impressionada que ele esteja no banco de reserva. Não é tão fácil pra um calouro.

— Então você acha que ele vai jogar hoje? — Tsukiko se voltou para Yui, seu rosto brilhando com um sorriso.

— Ficar no banco e jogar são duas coisas diferentes. O treinador só tem três substituições — lembrou Yui, enquanto Tsukiko observava Taiyou-kun em silêncio. — Ei, aquela é a assistente do time? Que gracinha. Vai ficar com inveja dela agora?

A voz de Yui trouxe Tsukiko para a realidade. A garota revirou os olhos, mas quando a amiga voltou a atenção para o celular, ela olhou de relance para a única garota no banco do Teikou. Ela é bonitinha, pensou Tsukiko. Taiyou-kun falou dela, mas nunca disse que era tão bonita. Todavia, quando ela moveu seu olhar um pouco e viu o garoto, se esqueceu da assistente.

— Ei, Yui, olhe o quão nervoso ele parece — disse Tsukiko, rindo. Faz um tempo desde que o vi assim.

— Nossa, que legal. Incrível — disse a amiga com um tom monótono, brincando com o celular. Mas antes que Tsukiko pudesse reclamar que ela nem viu, Yui ergueu os olhos. — O jogo já vai começar.

Tsukiko-chan e Taiyou-kunOnde as histórias ganham vida. Descobre agora