Slowly on You

Começar do início
                                    

A estilista assentiu, apertando os lábios, aproximou um pouco, relutava sobre mover-se, mas aproximou, e focou exclusivamente nos olhos dourados, brilhantes, magoados, mas ao mesmo tempo ternos, apaixonantes.

- Eu não faço nada para te provar alguma coisa. Eu simplesmente te amo, muito, e eu sei que eu sou uma idiota, que eu fui, e que você ainda crê que eu sempre serei uma idiota. Mas eu não vou desistir, porque eu quero você, e eu só sinto que posso te deixar se me falar que não me ama mais, só isso pode me fazer desistir de nós. Sei que não confia em mim, que me vê como uma louca enciumada, que destruiu você porque acabei fazendo alguém que você se importava sofrer, não uma, mas duas vezes, eu sei, e eu me arrependo amargamente disso, se eu pudesse voltar ao passado e fazer algumas coisas diferentes, então eu faria, porque eu não suporto a ideia de não ser eu a estar ao seu lado. Então eu não peço piedade para que me deixe tentar, só me diga logo que não me ama, porque eu ainda amo você e isso não me deixa desistir.

Olhava diretamente a Dinah, respirando profundamente ao ouvir tudo o que tinha a falar. A jornalista desviou o olhar, porque não era o que conseguiria falar, e a maneira que seu peito batia alucinado e esperançoso também a fez relutar, sendo contrariado apenas por ser coração dilacerado que, mesmo louco, ainda dava passos e passos atrás, com medo de ser quebrado novamente.

Normani manteve a postura próxima, e foi Dinah que tocou em seu pulso. De imediato o toque a fez tremer. Era tanto como contenção, como necessidade de tocar e conectar à alguma coisa, estava confusa.

- Por favor... Vai. – Dinah pediu, a voz rouca tão baixa e tremula que Normani assentiu, rapidamente, olhando para a ex noiva, enxergando em seus olhos tantas coisas se derretendo.

- Desculpa. – Voltou a repetir, e com pesar, moveu o pulso do aperto de Dinah, deixando seus dedos tocarem nos dela por segundos que pareceram eternos. Depois de tanto tempo, eles se tocaram e ela se afastou. Caminhando rapidamente pelo o corredor e entrando no elevador. Ao ouvir as portas se fechando, levou ambas as mãos ao rosto e se curvou, um pouco desesperada demais para conter.

E tão silencioso quanto o ambiente a sua volta, ela chorou, sozinha.

Music on* Arms – Christina Perri

Assim como foi a última a cair no sono noite passada, Lauren foi a primeira a despertar pela manhã. O olhar esmeralda um pouco confuso, como sempre ficava pela manhã, procurando vestígios familiares a sua volta. Isso até que a percepção de que não estava em sua casa a atingiu, fazendo mover um pouco do rosto, os olhos se focando em Camila.

Apenas podia ver os cabelos castanhos caindo em cascatas sobre o travesseiro, o rosto virado em outra direção. Estava de barriga para baixo, as costas metade descobertas, deixando a pele bronzeada brilhar na tímida luz do dia que entrava pelas frestas de cortina que estava levemente entreaberta.

Lauren suspirou, se virando na cama e focando o olhar no padrão delicado de detalhes creme no teto. Pareciam rosas desenhadas em um degrade delicado, que só com muita atenção poderia perceber. Era como um bom papel de parede, dos rodapés do teto. Era tão Camila que não se espantou em derreter-se com a informação.

Olhou para o lado, um relógio delicado, prata, na mesinha de cabeceira indicava 8:03am, pensou imediatamente em seu trabalho, onde precisaria estar aproximadamente uma hora e 30 minutos além daquele tempo. Sabia que precisa ir embora para ir trabalhar, mas ao virar o rosto e focar em Camila dormindo, lembranças lhe atingiram todas de uma vez. E com isso, com seu jeitinho atrapalhado, ela se moveu, apoiando o corpo no braço esquerdo visualizando um pouco perdida as costas de Camila.

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