Ele gargalhou.

-Vamos logo, antes que eu me arrependa da ideia. -eu disse e passei por ele irritada em direção as escadas.

Ouvi seus passos pesados logo atrás de mim e soube que ele estava na minha cola. Chegando na calçada já do lado de fora do edifício vi o carro de Miguel estacionado a alguns metros de distância, seguimos lado a lado, ele com seu braço ao redor dos meus ombros até alcançarmos o veículo.

Já do lado de dentro Miguel tornou a falar.

-Hoje eu quero te levar para uma experiência, por mais banal que seja, eu a considero libertadora em alguns aspectos.

Ele fez uma pausa e eu o fitei com interesse, muito interessada no que ele dizia, por isso não o interrompi com perguntas embora a curiosidade estivesse me corroendo.

-Uma vez, você havia comentado que queria fazer isso, e eu pensei por que não? Eu posso dar uma ajudinha, fazer isso possível.

-Ai meus deus, fala logo Miguel, eu já estou ficando louca de curiosidade.

Ele sorriu e segurou minha mão com a sua livre enquanto com a outra manobrava o volante. Estávamos entrando em uma avenida que levava para saída da cidade nessa hora, o que achei um tanto estranho.

-Não vai mesmo me dizer aonde está me levando?

-Calma, sua baixinha curiosa. Estamos quase chegando. -ele soltou minha mão e apertou meu joelho.

Alguns instantes depois Miguel entrou em uma estrada deserta que parecia abandonada, fora da cidade.

-Você por acaso pretende me matar e jogar meu corpo no mato? -perguntei divertida.

-Ah, cala boca. -ele riu e me deu selinho rápido.

Miguel parou, desceu, deu a volta no carro parando na minha janela do lado fora.

-O que você está fazendo? -perguntei ao tirar alguns fios de cabelo que estavam soltos e grudavam em meu rosto por causa do vento.

-Vá para o meu lugar. -ele ordenou.

-Porque? -perguntei sem entender.

Ele abriu minha porta e repetiu.

-Vá para o meu lugar.

Ainda achando aquilo muito esquisito fiz o que ele pediu. Ele entrou e se sentou no lugar que outrora eu estava.

-Hoje você vai dirigir! -ele disse determinado.

Eu quase não acreditei no que havia acabado de ouvir. Será que eu tinha entendido certo?

-Você vai...? -comecei a dizer.

-Você vai. Eu só vou dar uma mãozinha.

-AI MEU DEUS! Obrigada, Miguel. -gritei animada e lhe dei um beijo demorado.

-Hum... acho que vou fazer mais coisas desse tipo. -ele sorriu quando nos afastamos em busca de ar.

-Seu bobo!

Rimos e ele começou a me ensinar. Desde os princípios básicos como, onde apertar, onde pisar, o que não fazer, como ligar o veículo, sempre usar o cinto de segurança entre tantas outras regras essenciais.

-Bom, acho que já está na hora de testar na prática. -ele deu um tapinha em minha perna.

-Aiii, será... que eu posso?

-Claro. Você pode fazer qualquer coisa que quiser.

Sorri com o incentivo e virei a chave. No inicio dei um arranco com o carro que até eu me assustei. Então nós dois caímos na gargalhada. Na segunda tentativa eu fui melhor, comecei a percorrer lentamente alguns metro mas acabei jogando o carro para o meio do mato, contudo Miguel consegui controla-lo ainda no acostamento.

Concorrentes -Os Bertottis #1 [Completo]Onde histórias criam vida. Descubra agora