Capítulo 41

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"Cada vez que você faz uma opção está transformando sua essência em alguma coisa um pouco diferente do que era antes." - C.S. Lewis


[Arabella]


Quando abri meus olhos minha mente estava turva e eu não reconhecia aonde estava. Meu corpo todo doía, eu não conseguia me mexer e minha garganta parecia estar colada. Várias mãos se moviam acima de mim e rostos desconhecidos me encaravam com ar entre surpresa e espanto.

Eu ouvia muitas vozes mas não conseguia distinguir ou prestar atenção a nenhumas delas devido a confusão que se passava em minha cabeça. A voz de um homem que vestia um jaleco e aparentava ter uns cinquenta anos se sobressaiu as demais persistindo em busca de uma resposta.

Me foquei nele e percebi que ele chamava meu nome e perguntava se eu o ouvia, o que claramente eu conseguia, já que entendia o que ele dizia. Entretanto quando abri a boca para responde-lo minha garganta pareceu estar cheia de areia e minha voz não saiu, o esforço a fazia  doer, então me contentei em apenas afirmar com um aceno de cabeça. 

Quando a maioria daquelas pessoas que eu supunha que eram médicos, devido seus jalecos brancos e o quarto que eu agora podia observar que estava, uma doutora entrou segurando uma prancheta em uma das mãos e vi que havia um homem me observando atentamente de uma poltrona a poucos metros da cama hospitalar em que eu estava. Realmente eu estava em um hospital, mas nada nesse lugar me era familiar, será que havia passado por reforma ou era novo?

Os dois se aproximaram da cama e mulher se dispôs a falar comigo explicando que era a médica que estava cuidando de mim e continuou falando mas eu não prestava mais atenção ao que ela dizia, pois estava observando o cara, que era muito lindo por sinal, que agora estava tão perto de mim. Eu quase podia sentir minhas bochechas queimarem de vergonha, torci para que ele não tivesse percebido. 

Ele era bem alto, e tinha um cabelo tão dourado quanto a luz do sol ao entardecer, seu rosto tinha traços firmes e continha uma barba um pouco fora de forma mas que de maneira nenhuma o deixava menos bonito. E o mais importante,  que o deixava mais atraente era seus olhos, de um azul tão intenso que dava a sensação de estar olhando para águas profundas, daquelas que te dá vontade de pular de cabeça.

Mas o que me surpreendeu antes mesmo que eu formulasse um veredito final para tantos adjetivos destinados a uma só pessoa, percebi ao ouvi-lo falar, que sua voz era tão agradável que eu poderia ouvi-la o dia inteiro e mesmo assim não me cansaria. Era uma voz rouca, porém atraente e dava a sensação de estar acariciando veludo, tinha um certo tom misterioso. 

-Oi Bel, como você está se sentindo? -ele disse e seus olhos perscrutavam meu rosto.

Ele parecia cansado e abatido, e tinha algumas olheiras que maculavam seu belo rosto. A preocupação era evidente em seu semblante, e ao que tudo parecia era comigo que ele estava preocupado, já que eu era a única paciente naquele quarto. Mas o que me intrigava era, por que? Eu nem o conhecia, eu me lembraria se conhecesse, certo?

-Eu... -minha voz falhou, forcei a garganta e continuei com a voz um pouco áspera. -Eu conheço você? Quer dizer, como você sabe o meu nome? -perguntei sem entender nada, minha mente estava ficando cada vez mais confusa. Ele havia dito meu nome não havia?

Ele olhou para a médica com uma expressão confusa no rosto, o que havia de errado? Por que os dois estavam com uma cara estranha? Por eles não falavam nada? Que droga, alguém diz alguma coisa!

Concorrentes -Os Bertottis #1 [Completo]Where stories live. Discover now