IV.II. Não entre em pânico

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por Uchiha Sasuke...

– Deveríamos parar um pouco, estamos há horas nessa trilha, Sasuke! Mal tomei um café da manhã decente! – Reclamou Karin, logo atrás de mim – Além do mais, não sinto nenhum chakra estranho. É uma área segura sem dúvidas. Juugo, diga pra ele!

A indiferença de Juugo foi sua resposta.

– Certo, Karin. Faremos do seu jeito. – Bufei, vasculhando o perímetro por um momento.

Estávamos no meio de uma massa densa de arvores. Raízes grandes e irregulares tomavam o chão, deixando-o úmido demais para um acampamento prolongado. Paramos nas copas, descendo para os galhos mais fortes em seguida. Karin suspirou aliviada ao sentir o cheiro do que havia preparado pra si mesma como primeira refeição, Juugo posicionou-se em outra árvore, tão silencioso quanto eu, e ali ficou, fitando o céu por entre as folhas, alguns passarinhos circulavam sua cabeça. 

Era quase como há algum tempo atrás, exceto pela falta da imperatividade de Suigetsu, tendo em vista que não o encontrei no mesmo esconderijo que os outros dois, e é claro, a óbvia mudança de objetivo.

– Certo, agora me explique direito o motivo de ter me tirado do meio de um estudo extremamente importante – questionou Karin.

– Quero encontrar o resto do exército de Zetsus Brancos e saber mais sobre Kaguya.

– O quê?! E isso ainda existe?

– Há uma hipótese. Kaguya certamente o queria, mas obviamente não pode mais usá-lo. Se cair em mãos erradas...

– Ah, caramba... Eu deveria ter ficado com as minhas células.

– Vamos lá, Karin. Não está amarelando, está? – Juugo assobiou, apoiando-se no tronco coberto de musgos da árvore em que estava.

– YAMETE, BAKA!

Então, deu-se início a um longo discurso de xingamentos por parte dela para com Juugo, este nem mesmo dava a mínima, parecia estar se divertindo internamente, embora tão pouco demonstrasse. Se a intenção era substituir Suigetsu e aquela mania de provocar Karin, estava funcionando perfeitamente.

Teriam continuado, mas em vez disso Karin engoliu em seco entre um insulto e outro, alertando-nos. 

Não pude parar a longa lâmina do inimigo, de modo que esta atravessou o tronco da árvore em que Karin estava em um só golpe deferido contra a base, mas por outro lado, fui capaz de impedi-la de desabar junto com a estrutura. Ela usou o apoio que ofereci com o braço para saltar até Juugo, enquanto eu aterrissava na linha das raízes.

Franzi o cenho, deparando-me com a marca da maldição ativada na figura aparentemente feminina a minha frente. Segurava duas katanas, enquanto três córneos nasciam sobre sua cabeça, ou melhor, ficavam ainda maiores com a evolução da transformação. As pupilas amareladas no centro do negro de seus olhos alimentavam todo o ódio crescente no seu corpo.

– Orochimaru – grunhi, analisando as deformações ao longo do experimento, obviamente mal sucedido. Nem mesmo foi lhe concedido misericórdia diante de tamanha anomalia. Perguntei-me como ela tinha se mantido viva todo esse tempo.

Era óbvio que Orochimaru não podia mais fazer estudos daquela natureza, o que só queria dizer que quem quer que fosse a minha frente sofria há anos com a má recepção do seu organismo para com tamanho poder. Era grotesca o modo que sua besta se formava, talvez seu estado normal estivesse ainda mais comprometido, tendo em vista que nesse estágio ela mal conseguia respirar. Não parecia nada com qualquer transformação que eu já tenha visto com aquela marca.

Decisões (SasuSaku)Onde histórias criam vida. Descubra agora