- Sem problemas, só não demore, eles chegarão daqui a pouco. – Alertou-me mandando-me uma saudação e seguindo para o nosso quintal.

Levantei do sofá sendo seguida por Camila que logo pegou em minha mão e juntas saímos da residência indo até meu carro. Hoje era um dia importante para meu pai, Henry Miller estaria em nossa casa daqui a poucos minutos, esse era o motivo por ele estar tão nervoso e ao mesmo tempo empolgado, esse também era o motivo por em pleno começo de tarde Camila estar em minha casa. Ela e todas as meninas foram convidadas para o churrasco que meu pai faria para o tal Miller. Segundo Mike, Henry era uma pessoa simples, tanto que lhe pediu que a reunião que os dois pretendiam fazer para se conhecerem melhor fosse algo que não chamasse muita atenção, não um jantar de negócios com roupas chiques e boa comida, mas algo memorável, acolhedor e se tinha uma coisa que Mike Jauregui conseguia ser era acolhedor.

Ele montou todo o nosso quintal, limpou a churrasqueira, levou nosso som pra fora, armou a uma tenda, varreu as folhas que caiam das árvores, limpou o piso, tudo conforme o planejado, deixando o lugar incrível e bastante decorado para uma "festinha" como essa. Minha mãe havia o ajudado, com as comidas, principalmente, mas ela o mantinha firme, pois Mike estava bastante nervoso, era um negócio e tanto e podia senti-lo com medo durante alguns momentos de fraqueza, nada que ele não pudesse lidar, meu pai era um ser forte.

- Seu pai está bem nervoso. – Camila comentou quando entrou em meu carro, no lado do motorista, enquanto tomava meu lugar ao lado do passageiro.

- Ele vai ficar bem! – Lhe sorri a incentivando a prosseguir. Atentamente, Camila ajeitou os retrovisores, colocou o cinto e suspirou. – Pronta?

- Pronta. – Afirmou demonstrando um pouco de sua insegurança. Tentei parecer confiante, por mais que estivesse com medo, não pela minha vida, mas pelo a do meu bebê. Ela olhou pra frente decidida e no mesmo instante coloquei a mão no freio de mão, deixando que um sorriso um pouco forçado ficasse em meu rosto caso ela olhasse, não poderia desapontá-la, mas ela dirigia minha coisa favorita ali e não ficaria feliz se ela o prejudicasse. Camila ligou o carro e acelerou, um frio intenso percorreu meus fios de cabelos até a ponta do meu dedão. Droga! Que Deus nos ajude. – Até que não estou tão mal. – Ela disse acelerando mais um pouco e se concentrando na rua em que andávamos. Desde que as férias começaram que coloquei em minha cabeça que a ajudaria a conseguir a carteira, afinal, Camila já tinha 17 anos, precisava aprender a dirigir. No começo até parecia uma boa ideia, mas agora, no entanto...

- Cuidado com o poste! – Falei fazendo uma careta ao vê-la puxar o carro mais para a direita porque antes quando dirigia ele praticamente beirava a calçada. Santa mãe de Deus! – Vai com calma, Camila. – Pedi quase que lhe implorando enquanto a garota ao meu lado tinha a testa franzida em concentração, com algumas ruguinhas no nariz que em qualquer outra situação normal eu acharia fofo, mas agora parecia marcas de uma assassina, uma assassina de carros. – Ufs! – Exclamei suspirando em alivio quando ela desviou de uma das latas de lixo. O carro nem sequer estava correndo, mas Camila Cabello oferecia perigo a qualquer coisa que se mexesse nas ruas, ou ás vezes, nem precisava se mexer.

- Estou indo muito bem, Lo. – Disse confiante enquanto virava a direita dando uma volta completa na avenida deserta e depois voltando para a rua em que estávamos.

- Mas você precisa checar se algum carro está vindo, Camz, não pode fazer isso sem ver se algum perigo está próximo. – Avisei-lhe olhando para frente em busca de qualquer coisa que pudesse entrar no caminho de Camila.

- Relaxa, Lolo, se algum carro estivesse vindo ele buzinava. – Ela deu de ombros completamente relaxada enquanto eu praguejava baixinho. Onde já se viu falar uma coisa dessas? E se o carro batesse primeiro e buzinasse depois? A culpa seria do motorista ou de Camila que não ligou o alerta? Eu mereço!

Unpredictable LoveWhere stories live. Discover now