A pedra

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Sócrates está todo machucado.Suas costas doem, assim como seu braço.Ele tenta se recompor e vai em direção a pedra.Fica confuso, pois não sabe como ela cresceu tanto; novamente tenta desamarrar a corrente da sua cintura, mas não tem sucesso.

-Deixe que eu ajudo – uma voz lhe diz.

-Quem está ai?

-Sou eu cara.

-Gustavo? – diz Sócrates, com um rosto totalmente surpreso.

-Não se preocupe, não sou um fantasma.

-O que você está fazendo aqui?

-Me pediram pra ti ajudar.

-Quem ti pediu isso?

-Isso não importa agora.Deixe eu lhe ajudar.

-E como vai me ajudar meu filho?

-Eu empurro a pedra para você.

-Porque você faria isso?

-Como eu disse, eu vim lhe ajudar.

-Faz o seguinte, volta pro buraco que você veio cara.Esse lugar é estranho demais.E também você não vai conseguir me ajudar.

-Tenho certeza que posso.

-Tenho certeza que tem certeza.Mas agora, deixa eu voltar pro meu caminho.

-Não vai conseguir sem mim Sócrates.

-Certo, certo – diz Sócrates com desdém.

Ele começa a arrastar a pedra novamente; consegue arrastar ela, porém a medida que sobe a montanha ele vai tendo mais dificuldade.Chega um momento em que não consegue mais progredir.Ele para e respira um pouco, tentando conseguir alguma força; depois de alguns minutos descansando, faz uma nova tentativa, todavia não consegue mais mover a pedra.Então ela começa a rolar novamente para baixo.

-Não, não! – exclama em desespero.


Os EspelhosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora