O inconsciente

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-Não vai cara, vai ser perca de tempo. – Samuel puxa o braço de Sócrates novamente.

-Que merda Samuel, me solta!Que palhaçada!

Sócrates se livra do braço de Samuel e começa a subir.O primeiro andar é amplo, com inúmeros tipos de espelhos e uma caixa no centro do andar.Sócrates anda um pouco, dá a volta por todo o andar e observa com mais atenção alguns espelhos, mas não há nenhum que lhe chame muito a atenção.Então perde a paciência, pega um qualquer e leva.Quando começa a andar em direção a escada para descer, olha novamente para a caixa do centro do andar e vê um gato desenhado nela.Ele para imediatamente.Com um olhar surpreso, fixo na caixa, ele fica imóvel e sua mente começa a puxar imagens que ele não sabe ao certo se são pedaços de sonhos, de lembranças ou de alucinações.Ele deixa o espelho no chão e começa a andar em direção a caixa.Quando ele vai tocar nela... – Não faça isso Sócrates. –diz Samuel, enquanto sobe a escada.

-Por que não?

-Você gosta da vida que tem?

-Que tipo de pergunta é essa?Isso é apenas uma caixa homem!Pra que tanto drama?

-E se eu lhe disser que tudo o que você tem agora pode ser perdido caso você toque a caixa?

-O que tem na caixa afinal de contas?Uma bomba atômica?

-Digamos que sim.Só que o raio de alcance dela se resume a você.Me diga: você prefere viver a vida sabendo de todas as verdades e sendo infeliz ou prefere ser ignorante e ser feliz?

-Eu prefiro saber de todas as verdades e arrumar um jeito de ser feliz convivendo com elas.

Samuel se cala.Os dois ficam se olhando.Então Sócrates dá as costas a ele e toca a caixa.No ponto onde ele a toca, uma rachadura começa a aparecer.Porém o barulho que é feito, se parece com uma rachadura em um vidro, não em madeira que é a composição da caixa.A rachadura começa a se estender pela caixa, porém quando chega nas suas bordas, ela não para; continua pelo ar, como se o ar em si fosse um vidro.As rachaduras vão se espalhando em todas as direções, como se tudo fosse de vidro.Quando ao redor de Sócrates finalmente fica rachado, então tudo se quebra como se fosse uma grande muralha de vidraça; ele tenta se defender colocando os braços em cima da cabeça.Quando abre os olhos, tudo está escuro.A única coisa que ele escuta é a sua respiração.

Derepente, uma luz se acende atrás dele.Ela ilumina uma grande área, mas naverdade não há muita coisa além de uma parede que está atrás de Sócrates, jáque agora ele está de frente para a luz.Ele observa a sua sombra feita naparede. 

Os EspelhosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora