A primeira visita

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"Não há motivo para ficar triste por um menina assim" pensa consigo mesmo.

"Se ela não quer mais falar comigo, é um problema somente dela".

Ele não chorou.Na verdade, ele lidou com aquilo de uma maneira surpreendente até para o próprio Sócrates.Apesar de estar decepcionado, ele conseguiu segurar a dor e transformou ela em raiva.

Durante toda a semana, ele não falou ou olhou para Geisa; antes, eles se falavam o tempo todo.Era como se ela nunca tivesse existido.No último dia de aula, na saída da sala ela puxa ele pelo braço.

-Qual é o seu problema?

Ele olha para ela com cara de desdém.

-O meu problema?

-É, o seu problema!

-Eu não tenho nenhum problema, mas obrigado por perguntar.Algo mais?

-Por que você tá assim?

-Ué, foi você que disse que não queria falar mais comigo.

-Sim, mas eu falei aquilo sem querer!

-Pois me desculpe se entendi errado – diz ele, dando as costas para ela e indo embora.

-Eu quero. – diz ela.

Ele para.Vira para ela e pergunta:

-Quer o que?

Com um rosto aflito, ela diz:

-Ficar com você.

Ele abaixa a cabeça e depois olha para o céu; respira fundo e então olha para ela:

-Mas agora, sou eu que não quero. – Dá as costas e vai embora.E enquanto caminha, não olha para trás, apesar de ter vontade de ver a reação dela.

Noônibus, tenta puxar assunto com seus colegas para não ficar pensando nela.Atéque funciona.Mas quando ele desce do ônibus, em alguns segundos sua mente jáestava buscando imagens de Geisa.Então vai para uma praça perto de sua casa eali fica, pensativo; ele fica olhando para o vazio, lembrando de sua últimaconversa com ela. 

Os EspelhosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora