Capítulo 16 ~ O que não foi dito

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— Harry! — Draco gritou. — Harry corre!
Mas ele sabia que isso não ia acontecer, o dementador já o tinha em mãos.
Draco voltou para o centro da torre.
— AQUI! — Ele balançou as mãos no ar. — Esqueçam ele, venham atrás de mim — mas os três dementadores pareciam nem notar sua existência.
Lá fora o ar estava frio e o céu coberto pelas figuras encapuzadas. O que estava acontecendo?
O cheiro pútrido de dementador tomava conta da torre e Harry estava cada vez mais fraco.
"Eu preciso fazer alguma coisa, eu preciso" pensou Malfoy.
Ele pegou sua varinha do bolso e tentou conjurar o feitiço anti-dementador, mas sua mente estava muito confusa e conturbada, ele não estava conseguindo se concentrar.
A respiração de Harry estava quase nula, Draco precisava pensar em algo feliz mas não conseguia, só pensava em como Potter estava prestes a ficar louco ou, pior, morrer.
Se Harry morresse ali ele nunca se perdoaria.
"FOCO MALFOY, FOCO!" Gritou para si mesmo — "Se concentra, respira..."
Então ele pensou no que não foi dito. Harry fez a pergunta, mas ele não disse a resposta. Ele precisava responder, ele precisava que o garoto sobrevivesse para então dizer o que não foi dito.
— Eu preciso te dar a resposta, Potter então não se atreva a morrer agora — gritou para nada em especial.

Draco respirou fundo e começou a imaginar seus dedos entrelaçados aos de Harry, os dois andando juntos no beco diagonal ajudando a filha a comprar seu material escolar. Um intenso sorriso estampado no rosto dos dois. A imagem era tão acolhedora que Draco quase esqueceu o que estava fazendo. Em sua imaginação ele apertou firme a mão de Harry e abraçou forte a filha, enquanto na triste realidade gritava:
— Expecto Patronum!
E um feixe prateado surgiu de sua varinha.
Uma sensação maravilhosa tomou conta do sonserino, e um formigamento subiu pelo seu braço e tomou conta do seu corpo, era incrível o que estava acontecendo. Era como se toda a felicidade do mundo estivesse concentrada naquela sala e o feitiço tivesse vida própria, o que era quase verdade, já que o feixe prateado tomou a forma de um grande leão e saiu rugindo pela sala, empurrando para longe todos o dementadores ali presentes.

Harry tossiu e se levantou do chão, encarando a sala e vendo os dementadores fugindo do leão prateado.

— Um leão? Sério? — perguntou para Draco.
O loiro respirou de alívio quando percebeu que Harry tinha acordado. A luz foi se apagando até que se estinguiu por completo.
Draco correu para perto do namorado e o beijou, sorrindo aliviado.
— Sim Harry. É claro que eu quero namorar com você.
Ele pegou a mão de Harry e apertou com força pensando na memória que teve ao conjurar o patrono.
— Harry...
— Sim?
— Eu te amo.
"Eu também te amo" pensou Harry, mas não disse nada, apenas sorriu e beijou o namorado. É, parece que ele ainda tinha alguns medos a enfrentar.

— Vamos — chamou Draco, ajudando Harry a se levantar — você precisa ir a enfermaria e a gente precisa saber o que está acontecendo na escola, tem um monte de dementador lá fora.

Eles se levantaram e juntos de mãos dadas saíram da torre de astronomia prontos para enfrentar tudo e todos.

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#DrarryIsReal

Harry Potter e o beijo das sombras | DRARRYOnde as histórias ganham vida. Descobre agora