Past

469 32 4
                                    

Narrador POV

8 anos atrás

- Ela é só uma adolescente Clara, por que você está surtando?

- Você deveria se perguntar o porquê de estar tão calmo depois de ver sua filha beijando uma... uma... uma garota. - Disse, com nojo nítido em suas palavras.

Lauren ouvia os pais discutirem em alto e bom som na cozinha enquanto ela se encontrava na sala: encolhida sobre o sofá e lágrimas silenciosas escorriam por seu rosto.

- Eu não estou calmo e nem feliz com o que eu vi, mas você não precisava ter dito todas aquelas coisas pra ela. Chama-la de aberração? Francamente, volte a lucidez. - Ele disse, colocando as mãos sobre os ombros dela. - Nós podemos colocar ela de castigo e falar com a escola para mante-las separadas, tenho certeza que foi só uma experiência, nada mais.

- Você deveria exercer o seu papel de pai e dar uma surra nela, é disso que ela precisa. Acha que castigo vai resolver? - Quase gritou, tirando aos mãos de Michael de seus ombros. - Eu não a criei para fazer esse tipo de imundície Michael, eu não aceito isso. - Deu um forte tapa na mesa que ecoou pela casa toda, inconscientemente Lauren se encolheu mais ainda. - Eu a expulso de casa se isso se repetir, está ouvindo? A expulso.

- Você não faria isso, ela é nossa filha, nossa primogênita. Você vive se gabando sobre o quão orgulhosa você é por ter uma filha como ela, que tem as melhores notas, o melhor comportamento na escola, não se mistura com as más influências. Vai deixar tudo isso de lado só por causa de uma besteira adolescente?

- Ela não é a minha filha, minha filha não é uma aberração, minha filha não ficaria se atracando com meninas na minha casa nem em lugar nenhum. Eu não vou permitir esse comportamento. Se você não der um jeito nela, eu vou dar. - Avisou, saindo da cozinha e subindo as escadas para o segundo andar sem sequer olhar para a menina desolada no sofá.

Logo Michael também deixou o cômodo com um copo de água em mãos, o entregando a Lauren e se sentando ao lado dela no sofá.

- Esqueça tudo o que sua mãe disse, tudo bem? Ela foi pega de surpresa mas não está realmente falando sério.

- O senhor sabe que ela está falando sério, não precisa tentar amenizar. - Lauren respondeu após esvaziar o seu copo e enxugar seu rosto nas mangas de seu moletom. - Se for me bater, faça logo. Antes o senhor do que ela.

- Não vou te bater Lauren. - Passou seus braços por ela e a puxou para deitar a cabeça em seu peito. - Só me diga o porquê disso, foi algum garoto que te magoou e você decidiu matar uma carência qualquer com aquela menina? É isso?

- Não pai. Não adianta tentar explicar uma coisa que eu mesma não entendo direito.

- Vamos fazer assim, fique o máximo de tempo possível no seu quarto pelas próximas semanas, evite um confronto direto com a sua mãe, tudo bem? - Perguntou e Lauren assentiu. - Eu não aprovo isso mas não muda o fato de você ser o meu maior orgulho, então não deixe acontecer de novo.

E foi tudo o que ele disse antes que Lauren novamente entrasse em um choro silencioso, pelo simples fato de que, mesmo que seu pai não expressasse em palavras, não era difícil perceber o tom de decepção em sua voz. E ele era a única pessoa no mundo que ela se importava de decepcionar.

3 anos mais tarde

Os anos foram passando e a repulsa de Lauren por igrejas aumentando a medida que era obrigada a frequenta-las por sua mãe. Ela achava Deus um cara sensacional, mas estar dentro de uma igreja toda semana era como se a estivesse infectando, simplesmente porque em sua maioria o ambiente era frequentado por hipócritas.

A Second Chance (Camren)Where stories live. Discover now