-Bella sou eu, Miguel. Você não se lembra de mim? -perguntou ao segurar minha mão que estava sobre a cama.

-Eu deveria? Desculpe, mas eu não me lembro. -eu disse me sentindo mal por decepciona-lo.

-Arabella, sou a doutora Amélia e estou cuidando do seu caso. Só preciso fazer algumas perguntas. Você se lembra de como veio parar no hospital?

Ela perguntou e eu tentei me lembrar, mas não consegui, não me lembrava de muita coisa.... ai meu deus, será que meus pais sabiam aonde eu estava agora? Eles devem estar loucos de preocupação, alguém tinha que avisá-los.

-Não. Minha cabeça doí bastante. -respondi reclamando da dor que latejava em minha cabeça.

-Reconhece esse homem ao seu lado? Sabe o nome dele?

-Não, acho que... não, eu não me lembro dele. -ele pareceu ficar chateado por não me lembrar quem ele era.

-Só mais uma pergunta. Qual é a última coisa de que se lembra.

-Eu... e-eu não sei. Que lugar é esse? -perguntei me sentindo um pouco tonta.

-Você está no Hospital São João Batista.

-Não me lembro desse hospital, ele é novo? -indaguei curiosa por não me lembrar do lugar.

-Não, ele já funciona há muitos anos. Pode me dizer seu nome e sua idade? -ela prosseguiu metralhando perguntas ao meu cérebro que mais parecia uma tartaruga no momento.

-Meu nome é Arabella, eu tenho.... eu não me lembro quantos anos tenho. Acho que tenho quinze ou dezessete, eu não sei. -eu estava muito confusa, não sei por efeito dos remédios ou pela lerdeza que me era natural de nascença.

-Tudo bem querida, vou deixa-la descansar e daqui à alguns horas eu volto para dar uma olhadinha em você. -ela disse se afastando da cama e foi em direção aos vário fios e tubos que estavam conectados a mim

-Doutora, cadê a minha mãe? Ela deve estar preocupada comigo. Meus pais sabem que eu estou aqui? Alguém pode chama-los? -eu perguntei ao me lembrar dos meus pais, eu queria que pelo menos um dos dois estivesse aqui comigo.

-Olha, vou ver o que posso fazer, querida. Durma um pouco, quando acordar volto para falar com você.

Ela disse e injetou uma seringa em algum tubo dos vários que havia ali.

-Eu.... quero a minha mãe. -eu disse sentindo um cansaço e uma sonolência cair sobre mim enquanto meus olhos pesavam, lutei para permanecer acordada até que por fim minhas pálpebras se fecharam por completo.  


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Uma semana se passou e mais alguns exames foram realizados para conferir o meu atual estado de saúde, pelo que fiquei sabendo, minha médica me disse que eu havia ficado em coma por um mês, o que era o máximo que um ser humano poderia suportar e ainda tornar a acordar sem sequelas, o que era o meu caso aparentemente.

O único efeito que meu cérebro havia sofrido, pelo o que ela explicou, foi que eu estava sofrendo um quadro de amnésia dissociativa, mas que isso era o resultado de vários outros fatores e acontecimentos, dos quais eu não me lembrava.

Ela não me disse exatamente que acontecimentos foram esses, mas, isso tudo somado ao acidente proporcionou uma sobrecarga ao meu cérebro fazendo com que ele apagasse partes das informações que são armazenadas no mesmo.

Concorrentes -Os Bertottis #1 [Completo]Where stories live. Discover now