Capítulo 11: Procuram-se cadáveres

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- Eu não entendo. Foi aqui que aconteceu os tiroteios. Os cadáveres eram pra estar aqui.

Melissa e Hermes estavam na beira do rio Curumim verificando se haviam sobreviventes. Mas a única coisa que havia por ali era sangue. Era fato que um grupo de pessoas teria removido os cadáveres dali. Mas para quê se dar ao trabalho?

A onça-pintada Bastet lambia o sangue que estava no chão. O animal estava seguindo seu instinto de caçador, queria encontrar onde estavam os corpos.

- Eu não acredito que ele tenha feito isso. Será que não foram as arqueiras que levaram os corpos? Elas têm uns rituais esquisitos. 

- Acredito que não. Elas não fariam isso. Se os corpos deles não estão aqui, talvez as arqueiras estejam todas mortas também. 

- Tem certeza? Você não está sendo presunçosa demais? 

- Minhas intuições nunca falham Hermes. Você sabe disso! Eu gostaria que eu estivesse errada dessa vez.

Ao mesmo tempo que Melissa falava, a onça-pintada se aproximava da margem do rio. Seu corpo estava eriçado. Hermes parou de prestar atenção em Melissa e começou a observar o comportamento da onça.

- O que ela está fazendo? 

Bastet começou  atravessar o rio. Melissa olhou para a onça curiosa. Sabia que ela tinha farejado ou escutado algo. Talvez os corpos estivessem por perto ou até um mercenário.

- O que foi Bastet? O que há do outro lado?

Melissa começou a seguir a onça. Hermes ficou na margem do rio olhando. Não iria seguir um animal até a outra margem do rio. Talvez ela só tivesse farejando uma presa.

Ele nunca confiou em animais, embora Melissa sempre dissesse que animais eram mais confiáveis o que humanos. Talvez ela estivesse certa, pelo que estava percebendo fora enganado todo esse tempo pelo próprio filho. O filho que criara desde pequeno com todo o seu amor. Ele e sua esposa Eliana. 

Era impossível que seu filho fosse capaz de fazer aquilo. Não podia ser ele. Alguém devia estar o obrigando a fazer aquilo tudo.

- Melissa, nós vamos mesmo seguir uma onça-pintada? 

- Não é uma onça. É  a onça. O nome dela é Bastet. Quantas vezes vou ter que dizer isso? Eu a treinei por anos. É o único ser em que posso confiar, já que os homens são corruptíveis.

- Quero ver se ela  não vai ser corruptível quando estiver morrendo de fome.

- Para de reclamar e venha logo general. Ela está farejando alguma coisa. Talvez sejam os cadáveres. 

O general desistiu de contrariá-la e entrou no rio. Já do outro lado os dois passaram pelas casas simples da população ribeirinha, todas desocupadas até que fosse considerado seguro voltar a morar ali. Depois de passados dois minutos, eles escutaram um tiro. Bastet correu floresta a dentro sem ligar se Melissa iria a acompanhar. 

- Ahhh! Atira na porra desse animal. Anda!

Melissa correu o mais rápido que pode. Quando ultrapassou uma grande árvore ela viu um mercenário se preparando para atirar em Bastet, enquanto o companheiro era arranhado pela mesma. 

Antes que o homem pudesse atirar no animal, Melissa o acertou nas pernas com duas balas. O homem caiu. 

- Não se mexam! Se  vocês se moverem eu serei obrigada a atirar. 

Os dois homens permaneceram sentados no chão. A onça estava bem perto dos dois, os intimidando. Foi nesse momento que Hermes chegou ofegante.

- Da próxima vez eu vou na frente. Eu estou muito velho para acompanhar o seu pique. Bom, vejo que já tem tudo sobre controle.

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