Capítulo 14 - Só mais uma dose

Start bij het begin
                                    

“Com licença, senhor Cross. Boa tarde”.

“Ryan”, digo com um aceno de cabeça. “Aconteceu alguma coisa?”

“Sim, duas na verdade”.

“Prossiga”. Digo apontando para a cadeira num consentimento mudo para que se sente.

Ele se acomoda no assento.

“Senhor Cross, fomos novamente bombardeados por jornalistas. Eles querem saber sobre a senhora Corinne Giroux, com quem o senhor foi visto jantando ontem à noite”, ele diz, me entregando o tablet.

Ao olhar para a tela, sinto um aperto no coração por Eva ter visto isso. A notícia em si é totalmente tendenciosa, mas a foto não deixa dúvidas ou margens para questionamentos contrários. Corinne estava com a mão em meu braço e eu estava sorrindo, não verdadeiramente, mas, pare quem vê de fora, parecíamos um casal em total sintonia. A legenda diz:

Parece que Gideon Cross esteve matando a saudade dos velhos tempos! Ontem o playboy mais cobiçado da Big Apple foi visto jantando no Tableau One acompanhado de sua ex-noiva Corinne Giroux. O casal foi clicado em clima de intimidade e troca de olhares. Vale lembrar que Corinne é casada com o empresário francês Jean-François Giroux e Cross namora a socialite Eva Tramell, filha de Monica e Richard Stanton. A pergunta que não quer calar é: estariam eles colocando a conversa em dia como bons amigos ou ensaiando uma reconciliação? Vamos acompanhar cenas dos próximos capítulos!

 

A única vantagem que vejo nisso é que Nathan terá uma garantia bem concreta de que me afastei de Eva. Mas não posso deixar de pensar na dor e na humilhação que ela deve ter sentido ao ler essas notas e ver essas fotos.

Ouço um pigarro que me tira dos meus devaneios.

Volto meu olhar para Ryan.

“Não tenho nada a declarar sobre esse assunto”, digo indiferente.

“Certo”, ele se remexe desconfortável na cadeira. “Há outra nota que envolve o seu nome”, e me entrega o jornal que está segurando.

É uma publicação da comunidade gay. Na capa está uma foto de Cary relatando a agressão sofrida na sexta, incluindo especulações de que esta tenha sido motivada por homofobia. Além disso, meu nome foi associado ao de Cary por meu envolvimento com Eva. Com certeza alguém da agência de modelos abriu o bico.

“Não tenho nada a declarar sobre isso também”.

“Ok”, ele responde parecendo insatisfeito. “Bem senhor, era apenas isso. Precisa de algo?”

“Tudo pronto para amanhã?”, pergunto me referindo à festa.

“Sim”.

“Ok. Pode ir”.

Ele pede licença, se levanta e sai.

Não tem porque justificar nenhuma das notícias. Elas serão meu álibi.

Entro em contato com a direção do hospital e solicito que a mesma enfermeira que cuida de Cary no hospital seja liberada para ajudá-lo em casa e providencio o aluguel de uma cama hospitalar e uma poltrona especial para que ele fique mais confortável. Em seguida ligo para Corinne para convidá-la para festa. Radiante, ela aceita e combinamos um horário para que eu passe em sua casa.

Meia hora depois, Raúl me liga avisando que os móveis já foram entregues. Ele havia deixado a Mercedes comigo e ido para o apartamento de táxi para receber a equipe de montadores. Arrumo minhas coisas, deixo algumas recomendações a Scott e me encaminho para os elevadores com os olhos grudados nos celular. Envio uma mensagem para Sean, responsável pela equipe que monitora os passos de Eva, dispensando seus serviços. Aos olhos do outros ela não significa mais nada para mim, logo, não há motivos para continuar a vigia. Além disso, Angus estará sempre por perto.

SÉRIE CROSSFIRE - Livro 2 (Gideon PDV): Profundamente MinhaWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu