Capítulo 2 - Caos

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“Não é bom dizer mentiras; mas quando a verdade puder trazer uma terrível ruína, então dizer o que não é bom também é perdoável”.

 —Sófocles

Estou atolado de trabalho. Tenho que adiantar tudo o que puder antes da viagem. Mas estou com ótimo humor. São os efeitos de um sono tranquilo ao lado de um anjo. Só Eva é capaz de despertar meu melhor lado. E não há nada que possa estragar meu dia. Acabei de deixá-la no andar de baixo e já estou morrendo de saudades. Talvez o fato de saber que ficaremos sem nos ver por dois dias esteja pesando para isso. Quando ela não está perto, fico com a sensação de que algo está faltando, fico agitado e inseguro. Chega a ser sufocante. Eu ainda vou dar um soco em Cary Taylor. Depois de ontem ele passou a encabeçar a lista de pessoas na quais eu quero bater. Filho da mãe.

“Bom dia, senhor Cross”, cumprimenta Emma com um sorriso de oitenta dentes.

“Bom dia, Emma”, respondo educadamente.

Assim que me vê, Scott se levanta com o tablet em mãos pronto para começar mais um dia.

“Bom dia, senhor Cross”.

“Bom dia, Scott. Quero que envie para o email da senhorita Tramell a lista de hotéis que possuo em Las Vegas. Organizes os trâmites da viagem e reserve um dos jatos da empresa. O primeiro destino será Las Vegas e depois Phoenix. Assim que estiver tudo pronto venha até minha sala”.

“Sim, senhor”.

Entro no escritório, tiro o paletó e o penduro no cabide. Hora de trabalhar.

/***/

Quando me assusto já está no horário de almoço. Chamo Scott pelo interfone e ordeno que peça hambúrguer com batatas fritas refrigerante. Estou numa vontade absurda de comer bobagem. Influência de Eva. Adoro o fato de ela comer sem culpa, sem aquelas neuroses patéticas com o peso. Meu anjo se aceita apesar de tudo. As mulheres com quem me deitei viviam controlando a alimentação exageradamente para manter o corpo em forma, e Corinne foi uma delas. Uma das infinitas vantagens de um corpo como o de Eva é ter onde pegar; é gostosura em abundância. Todas as vezes que olhos para aquelas curvas acentuadas meu pau endurece e minha boca saliva. Mas a melhor parte de tudo isso é que posso desfrutar de tudo aquilo sozinho! Nada me falta nem à mesa e nem na cama. Só de pensar nisso, sinto um arrepio de desejo.

Meu telefone apita em cima da mesa. É uma mensagem de Eva. Mas o que...

*EU DARIA TUDO PARA CHUPAR O SEU PAU AGORA.*

Puta que pariu! O que é isso? Meu pau fica mais duro ainda. E tenho muita coisa para fazer. Diz para mim como alguém pode se concentrar depois de receber uma mensagem dessas? Meu corpo começa a se sacudir. O tesão vem com força total. Isso não pode ser uma brincadeira. O sexo entre nós não é diversão, é uma forma que temos de nos conectar, é a forma como demonstramos o que sentimos um pelo outro. É bom que Eva não esteja fazendo piada com isso.

Pelas câmeras de segurança, vejo que ela está no elevador, acompanhada de Megumi, sua colega de trabalho. As portas da cabine se abrem e essa é minha chance. Ligo para seu celular e a vejo pegá-lo para atender.

Oiê”, diz toda animada.

“Eva”, minha voz sai baixa e rouca, quase como um rosnado.

Ela diminui a velocidade de suas passadas até estancar de vez. Nenhuma palavra sai de sua boca e assim permanece por alguns segundos. Mantenho-me rígido e mudo. Ela sabe muito bem que não preciso explicar minha vontade.

SÉRIE CROSSFIRE - Livro 2 (Gideon PDV): Profundamente MinhaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora